segunda-feira, 22 de março de 2010

O MISTÉRIO DA MORTE RESOLVIDO

Deus formou o homem como alma vivente, agente moral livre, feito à Sua imagem, criado para Sua glória. Génesis 1:26-28; 2:7; Salmo 8:4-6; Isaías 43:7. Não era dotado de imortalidade natural e incondicional. Unicamente pela obediência a Deus e o comer da árvore da vida poderia ele perpetuar a existência. Génesis 2:9, 16 e 17. Devido à sua desobediência, perdeu o homem o acesso à árvore da vida, distanciou-se da glória do Criador e foi separado da fonte da vida. O pecado trouxe morte a Adão e a todos os seus descendentes. Génesis 3:19, 22-24; Eclesiastes 12:7; Isaías 59:2; Romanos 5:12 e 17; Ezequiel 18:4; Romanos 6:23.
Feito à imagem de Deus.
“Deus criou o homem à Sua própria imagem. Não há mistério aqui. Não há lugar para a suposição de que o homem evoluiu, por meio de graus de desenvolvimento morosos, das formas inferiores da vida animal ou vegetal. Tal ensino rebaixa a grande obra do Criador ao nível das concepções estreitas e terrenas do homem. Os homens são tão persistentes em excluir Deus da soberania do Universo, que degradam o homem e o despojam da dignidade de sua origem. Aquele que estabeleceu os mundos estelares nos altos céus, e com perícia delicada coloriu as flores do campo, Aquele que encheu a Terra e os céus com as maravilhas de Seu poder, vindo a coroar Sua obra gloriosa a fim de pôr em seu meio alguém para ser o governador da linda Terra, não deixou de criar um ser digno das mãos que lhe deram vida. Conforme é dada pela inspiração, a genealogia de nossa raça remonta sua origem não a uma linhagem de germes, moluscos e quadrúpedes a se desenvolverem, mas ao grande Criador. Posto que formado do pó, Adão era filho ‘de Deus’. Lucas 3:38.”(1)
Imortalidade condicional.
“A imortalidade, prometida ao homem sob condição de obediência, foi perdida pela transgressão. Adão não poderia transmitir à sua posteridade aquilo que não possuía. Não poderia haver esperança nenhuma para a raça decaída, se, pelo sacrifício de Seu Filho, Deus não houvesse trazido a imortalidade ao seu alcance.”(2)
“O único que prometeu a Adão vida em desobediência foi o grande enganador. A declaração da serpente a Eva, no Éden — ‘Certamente não morrereis’ — foi o primeiro sermão pregado acerca da imortalidade da alma. Todavia, essa declaração, repousando apenas na autoridade de Satanás, ecoa dos púlpitos da cristandade, e é recebida pela maior parte da humanidade tão facilmente como o foi pelos nossos primeiros pais.”(3)
“Em sua inocência, Adão havia desfrutado ampla comunhão com o Criador. Porém, o pecado opera separação entre Deus e o homem, e unicamente a obra expiatória de Cristo poderia transpor o abismo e tornar possível a comunicação de bênçãos ou salvação, do Céu à Terra. O homem ainda estava desligado de uma aproximação directa com o Criador, mas Deus Se comunicaria com ele por meio de Cristo e os anjos.”(4)
“Os olhos de Adão e Eva foram abertos, mas para quê? Para verem a própria vergonha e ruína, e perceberem que as vestes de luz celestial que haviam sido sua protecção não estavam mais em torno deles como salvaguarda. Viram que nudez era o resultado da transgressão. Ao ouvirem a voz do Criador no jardim, esconderam-se d´Ele, pois anteciparam o que antes não conheciam — a condenação de Deus.”(5)
“Depois da sua transgressão, Adão a princípio imaginou-se a entrar para condição mais elevada de existência. Porém, logo o pensamento de seu pecado o encheu de terror. O ar, que até ali havia sido de temperatura amena e uniforme, parecia resfriar o casal culpado. Desapareceram o amor e paz que haviam desfrutado, e em seu lugar experimentavam intuição de pecado, terror pelo futuro, nudez de alma. A veste de luz que os rodeara, agora desapareceu. Para suprir sua falta procuraram fazer para si uma cobertura, pois enquanto estivessem nus, não podiam enfrentar o olhar de Deus e dos santos anjos.”(6)
Imortalidade obtida unicamente através de Cristo.
Como consequência da queda de Adão, o homem tornou-se mortal, sujeito à morte. Sua posteridade nasceu com propensões inerentes de desobediência. Salmo 51:5; Romanos 3:10-18; Marcos 7:20-23; Jeremias 17:9. Unicamente através de Cristo as pessoas podem ser libertas do pecado, o carácter de Deus lhes ser restaurado, e reaver a posição original perante Deus. Mateus 5:48; Romanos 3:23-26; Actos 4:12; João 8:36; 14:6; 2 Coríntios 5:19; Tito 2:13 e 14; 3:3-6.
Os que aceitam essa provisão, buscando a vida eterna, receberão a imortalidade por ocasião da segunda vinda de Cristo, quando os santos que dormem serão chamados de volta à vida pela voz do Arcanjo. Romanos 2:6 e 7; 6:22 e 23; 8:11; 1 Coríntios 15:20-23, 51-54, 1 Tessalonicenses 4:13-17.
“No Éden, o homem caiu de sua alta condição. Através da transgressão, tornou-se sujeito à morte. Foi visto no Céu que os seres humanos estavam em perigo, e a compaixão de Deus foi movida. A custo infinito Ele divisou um meio de ajuda. ‘Amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigénito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.’ João 3:16. Não havia esperança para o transgressor, excepto através de Cristo.”(7)
“O resultado de comer da árvore da ciência do bem e do mal, é manifesto na experiência de todo homem. Há em sua natureza pendor para o mal, força à qual, sem auxílio, não poderá ele resistir. Para opor resistência a essa força, para atingir aquele ideal que no íntimo da alma ele aceita como o único digno, não pode encontrar auxílio senão em um poder. Esse poder é Cristo. A cooperação com esse poder é a maior necessidade do homem.”(8)
“Para nós, os ensinos de Cristo devem ser como as folhas da árvore da vida. À medida que comemos e digerimos o pão da vida, revelaremos carácter simétrico.”(9)
Os mortos estão inconscientes.
A primeira morte, à qual todos nós estamos sujeitos, é um estado de total ausência de vida. É representada como um profundo sono. Eclesiastes 9:5 e 6; Salmo 6:5; 115:17;
146:4; Eclesiastes 3:20; Isaías 38:18 e 19; João 11:11-14.
Os mortos estão nas sepulturas.
Ao morrer, um homem bom não vai para o Céu. Tampouco o homem mau não vai para o inferno (lago de fogo). Todos, bons e maus morrendo, vão para a sepultura. Jó 7:9 e 10; 14:10-14; 17:13-16; Eclesiastes 9:10; Salmo 89:48; 104:29; Atos 2:29 e 34; Daniel 12:13; Hebreus 11:13; Apocalipse 11:18.
Vida após a morte, unicamente através da ressurreição.
Os justos mortos serão ressuscitados. Jó 14:14 e 15; 19:25-27; Oséias 13:14; Hebreus 11:39 e 40; João 11:38, 39 e 43; 1 Coríntios 15:51; 2 Timóteo 4:7 e 8; João 11:25. À segunda vinda de Cristo, serão levados para o Céu. 1 Tessalonicenses 4:13-17; João 14:1-3. Os ímpios mortos não estão em um lugar de tormento. 2 Pedro 2:9; João 5:28 e 29. Serão ressuscitados ao término do milénio. Apocalipse 20:5 e 6.
“Para Seus filhos crentes, Cristo apresenta a morte como um sono. A vida deles está escondida com Cristo em Deus. Até que soe a derradeira trombeta, os que morrem dormirão nEle.”(10)
“Cristo tornou-Se uma mesma carne conosco, a fim de nos podermos tornar um espírito com Ele. É em virtude dessa união que havemos de ressurgir do sepulcro — não somente como manifestação do poder de Cristo, mas porque, mediante a fé, Sua vida se tornou nossa. Os que vêem a Cristo em Seu verdadeiro carácter, e O recebem no coração, têm vida eterna. É por meio do Espírito que Cristo habita em nós. Recebido no coração pela fé, o Espírito de Deus é o princípio da vida eterna.”(11)
“Nossa identidade pessoal é preservada na ressurreição, ainda que não composta das mesmas partículas de matéria ou substância material idas para a sepultura. As obras fantásticas de Deus são mistério para as pessoas. O espírito, o carácter das pessoas, retorna para Deus, a fim de ser preservado. Na ressurreição, todos terão o próprio carácter. Em Seu próprio tempo, Deus conclamará os mortos, dando novamente o fôlego de vida e ordenando aos ossos secos que vivam. A mesma forma surgirá, mas livre de doenças e qualquer defeito. Vive novamente levando a mesma individualidade de características, de forma que amigo reconheça amigo. Não há lei de Deus na natureza que mostre que Deus retorna partículas de matéria idênticas às que compuseram o corpo antes da morte. Deus dará aos justos mortos um corpo que O agradará. Paulo ilustra o assunto pela semente lançada no campo. A semente plantada decai, mas vem à tona nova semente. A substância natural no grão que decai nunca se levanta como antes, mas Deus lhe dá um corpo como Lhe apraz. Material excelente comporá o corpo humano, pois é nova criação, novo nascimento.”(12)
O destino dos maus.
Depois de os maus serem julgados (Apocalipse 20:4), sofrem a segunda morte (destruição, extermínio, extinção ou aniquilação), que lhes será aplicada ao fim do milénio — os mil anos de Apocalipse 20. Apocalipse 20:9, 14 e 15; Malaquias 4:1 e 3; Salmo 37:9, 10, 20 e 38; Obadias 15 e 16.
Referências
1. Patriarcas e Profetas, pág. 45; 2. O Grande Conflito, pág. 533; 3. Ibidem; 4. Patriarcas e Profetas, pág. 67; 5. The Signs of the Times, 29 de maio de 1901; 6. Patriarcas e Profetas, pág. 57; 7. Testimonies for the Church, vol. 8, pág. 25; 8. Educação, pág. 29; 9. The SDA Bible Commentary (E.G.White Comments), vol. 5, pág. 1135; Conselhos Sobre Mordomia, págs. 92 e 93; 10. O Desejado de todas as Nações, pág. 527; 11. Idem, pág. 388; 12. The SDA Bible Commentary (E.G.White Comments), vol. 6, pág. 1093.

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