quinta-feira, 31 de maio de 2012

Organização e Desenvolvimento

Faz já quarenta anos que foi introduzida a organização entre nós, como um povo. Fiz parte daqueles que tiveram experiência ao estabelecê-la desde o principio. Conheço as dificuldades que tiveram de ser enfrentadas, os males. que ela se destina a corrigir, e tenho notado sua influência em relação com o crescimento da causa. Na fase inicial da obra, Deus nos deu luz especial sobre este ponto, e esta luz, juntamente com as lições que a experiência nos ensinou, deveria ser tida em cuidadosa consideração.
Desde o início, nossa obra teve caráter empreendedor. Reduzido era o nosso número, e em sua maior parte procedente das classes pobres. Nossas idéias eram quase desconhecidas do mundo. Não tínhamos casas de culto, possuíamos poucas publicações, e reduzidíssimas facilidades para levar avante a nossa obra. As ovelhas estavam esparsas pelas estradas e caminhos, nas cidades, aldeias e matas. Os mandamentos de Deus e a fé de Jesus eram a nossa mensagem.
Unidade de Fé e de Doutrina
Meu esposo, juntamente com os Pastores José Bates, Stephen Pierce, Hiram Edson e outros que eram fervorosos, nobres e fiéis, estava entre os que, depois da passagem do tempo em 1844, buscaram a verdade como a um tesouro escondido.
Reuníamo-nos sentindo angústia de alma, a fim de orar para que fôssemos um na fé e doutrina; pois sabíamos que Cristo não está dividido. Cada vez tomávamos um ponto para assunto de nosso estudo. Abriam-se as Escrituras com sentimento de temor. Jejuávamos freqüentemente, a fim de pôr-nos em melhor disposição para compreender a verdade. Se depois de fervorosa oração, não compreendíamos algum ponto, o discutíamos, e cada qual exprimia livremente sua opinião. De novo então nos curvávamos em oração, e ardentes súplicas ascendiam ao Céu para que Deus nos ajudasse a ver de uma mesma maneira, para que fôssemos um, como Cristo e o Pai são um. Muitas lágrimas eram derramadas.
Assim passávamos muitas horas. Algumas vezes passávamos a noite toda em solene verificação das Escrituras, para compreender a verdade para o nosso tempo. Em algumas ocasiões o Espírito de Deus descia sobre mim, e porções difíceis eram esclarecidas pelo modo indicado por Deus, e havia então perfeita harmonia. Éramos todos de um mesmo pensamento e espírito.
Procurávamos muito ansiosamente que as Escrituras não fossem torcidas para adaptarem-se às opiniões de qualquer pessoa. Procurávamos fazer com que nossas divergências de opiniões fossem tão pequenas quanto possível, não insistindo nós sobre pontos que eram de menos importância, a respeito dos quais havia opiniões divergentes. A preocupação de toda alma, porém, era promover entre os irmãos uma condição que correspondesse à oração de Cristo para que Seus discípulos pudessem ser um, assim como o são Ele e o Pai.
Algumas vezes um ou dois irmãos obstinadamente se opunham à opinião apresentada, e agiam de acordo com os sentimentos naturais do coração. Quando, porém, essa disposição aparecia, suspendíamos nossas pesquisas e adiávamos a reunião, para que cada um tivesse a oportunidade de buscar a Deus em oração, e sem consulta com outrem estudasse o ponto de divergência, rogando luz do Céu. Com expressões de amizade nos despedíamos, para de novo reunirmo-nos tão breve quanto possível, para mais estudos. Por vezes o poder de Deus descia sobre nós de uma maneira assinalada, e, quando a clara luz revelava os pontos da verdade, chorávamos e regozijávamo-nos juntamente. Amávamos a Jesus, e amávamo-nos uns aos outros.
A Adoção da Ordem Eclesiástica
O nosso número aumentava gradualmente. A semente lançada era regada por Deus, que a fazia crescer. A princípio reuníamo-nos para o culto e apresentávamos a verdade àqueles que vinham para ouvir, em casas particulares, em celeiros, bosques, e edifícios escolares; não demorou muito tempo, porém, sem que pudéssemos construir humildes casas de oração.
Aumentando o nosso número, tornou-se evidente que sem alguma forma de organização, haveria grande confusão, e a obra não seria levada avante com êxito. A organização era indispensável para prover a manutenção do ministério, para levar a obra a novos campos, para proteger dos membros indignos tanto as igrejas como os pastores, para a conservação das propriedades da igreja, para a publicação da verdade pela imprensa, e para muitos outros fins.
Havia, no entanto, entre nosso povo um forte sentimento contrário à organização. Os adventistas do primeiro dia opunham-se à organização, e a maior parte dos adventistas do sétimo dia entretinham as mesmas idéias. Buscamos o Senhor em oração fervorosa para que pudéssemos compreender Sua vontade; e Seu Espírito nos iluminou, mostrando-nos que deveria haver ordem e perfeita disciplina na igreja, e era essencial a organização. Método e ordem manifestam-se em todas as obras de Deus, em todo o Universo. A ordem é a lei do Céu, e deveria ser a lei do povo de Deus sobre a Terra.
Começo de Novos Empreendimentos
Tivemos uma árdua luta para estabelecer a organização. Apesar de o Senhor dar testemunho após testemunho a esse respeito, a oposição era forte, e teve de ser enfrentada repetidas vezes. Sabíamos, porém, que o Senhor Deus de Israel nos estava dirigindo e guiando pela Sua providência. Empenhamo-nos na obra da organização, e uma evidente prosperidade acompanhou esse movimento progressista.
Como o desenvolvimento da obra nos impelisse a novos empreendimentos, dispusemo-nos a começá-los. O Senhor nos dirigiu o espírito para a importância da obra educativa. Vimos a necessidade de escolas, para que nossos filhos pudessem receber instrução isenta dos erros da falsa filosofia, e sua educação estivesse em harmonia com os princípios da Palavra de Deus. A necessidade de instituições de saúde fora-nos encarecida para auxílio e instrução de nosso próprio povo, e como meio de beneficiar e esclarecer a outros. Esse empreendimento foi também levado avante. Tudo isso era obra missionária da mais elevada espécie.
Os Resultados do Esforço Conjunto
Nossa obra não era mantida por grandes donativos ou legados; pois poucos homens ricos tínhamos entre nós. Qual é o segredo de nossa prosperidade? Temo-nos movido sob as ordens do Príncipe de nossa salvação. Deus nos tem abençoado os esforços unidos. A verdade tem-se espalhado e florescido. Têm-se multiplicado as instituições. A semente de mostarda cresceu até tornar-se uma grande árvore. O sistema da organização alcançou êxito grandioso. Foi adotada a contribuição sistemática segundo o plano bíblico. O corpo foi "ligado pelo auxílio de todas as juntas". Na medida do avanço feito, ficou provado ser eficiente o nosso sistema de organização.
Evitando os Perigos da Desordem
Ninguém acaricie o pensamento de que podemos dispensar a organização. O estabelecimento dessa estrutura custou-nos muito estudo e orações, em que rogávamos sabedoria e as quais sabemos que Deus ouviu. Foi edificada sob Sua direção, por meio de muito sacrifício e contrariedades. Nenhum de nossos irmãos esteja tão iludido que tente derribá-la, pois acarretaria assim um estado de coisas que nem é possível imaginar. Em nome do Senhor declaro-vos que ela há de ser firmemente estabelecida, robustecida e consolidada.
Ao mando de Deus: "Ide", avançamos, quando as dificuldades a serem superadas faziam com que o avanço parecesse impossível. Sabemos quanto custou no passado executar os planos de Deus, que fizeram de nós o povo que somos. Portanto, cada um tenha o máximo cuidado para não conturbar a mente no tocante a estas coisas que Deus ordenou para a nossa prosperidade e êxito no desenvolvimento de Sua causa.
Os anjos trabalham harmonicamente. Perfeita ordem caracteriza todos os seus movimentos. Quanto mais aproximadamente imitarmos a harmonia e ordem do exército angelical, tanto maior êxito terão os esforços desses anjos em nosso favor. Se não virmos necessidade de ação harmônica, e formos desordenados, indisciplinados e desorganizados em nossa maneira de agir, os anjos que são perfeitamente organizados e se movem em perfeita ordem, não poderão com êxito trabalhar por nós. Afastar-se-ão pesarosos, pois não estão autorizados a abençoar a confusão, distração e desorganização. Todos os que desejarem a cooperação dos mensageiros celestiais, devem trabalhar em harmonia com eles. Os que receberam a unção do Céu, em todos os seus esforços praticarão a ordem, a disciplina e unidade de ação, e então os anjos de Deus poderão cooperar com eles. Mas nunca, jamais esses mensageiros celestes sancionarão a irregularidade, a desorganização e a desordem. Todos estes males são o resultado dos esforços de Satanás para enfraquecer-nos as forças, destruir-nos a coragem e evitar a ação bem-sucedida.
Satanás bem sabe que o sucesso apenas pode acompanhar a ação ordenada e harmoniosa. Bem sabe que tudo que se relaciona com o Céu se acha em perfeita ordem, e sujeição e disciplina perfeita caracterizam os movimentos do exército angelical. Ele estuda e faz esforços para levar os cristãos professos o mais longe possível da disposição ordenada por Deus; portanto, engana até o povo professo de Deus, e faz-lhes crer que a ordem e a disciplina são inimigas da espiritualidade; que a única segurança para eles consiste em seguir cada qual seu próprio rumo e de maneira especial permanecer separado das corporações de cristãos que andam unidos, e trabalham para estabelecer a disciplina e harmonia de ação. Todos os esforços feitos para se estabelecer a ordem são considerados perigosos, tidos como a restrição da legítima liberdade e, por isso, são temidos como se fossem um arremedo do papado. Essas dedicadas pessoas consideram virtude a exibição de sua liberdade de pensar e agir independentemente. Não atendem a nenhum parecer de outrem. Não se deixam ensinar por quem quer que seja. Foi-me mostrado que a obra especial de Satanás é introduzir os homens a crer que Deus lhes ordena agirem por si mesmos, e escolherem seu próprio caminho, independentemente de seus irmãos.
Responsabilidade Individual e Unidade Cristã
Deus está guiando um povo do mundo para a exaltada plataforma da verdade eterna - os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Disciplinará e habilitará Seu povo. Eles não estarão em divergência, um crendo uma coisa e outro tendo fé e opiniões inteiramente opostas, e movendo-se cada qual independentemente do conjunto. Pela diversidade dos dons e governos que Ele pôs em Sua igreja, todos alcançarão a unidade da fé. Se alguém forma seu próprio conceito no tocante à verdade bíblica, sem atender à opinião de seus irmãos, e justifica seu procedimento alegando que tem o direito de pensar livremente, impondo suas idéias então aos outros, como poderá cumprir a oração de Cristo? E se outro e outro ainda se levanta, cada qual afirmando seu direito de crer e falar o que lhe aprouver, sem atentar para a fé comum, onde estará aquela concórdia que existia entre Cristo e Seu Pai, e para cuja existência, entre Seus irmãos, Cristo orou?
Posto que tenhamos uma obra individual, e individual responsabilidade perante Deus, não devemos seguir nosso próprio critério independentemente, sem tomar em consideração as opiniões e sentimentos de nossos irmãos; pois tal proceder acarretaria a desordem na igreja. É dever dos pastores respeitar o discernimento de seus irmãos; mas suas relações mútuas, assim como as doutrinas que ensinam, deveriam ser submetidas à prova da lei e do testemunho; se, então, os corações forem dóceis, não haverá divisão entre nós. Alguns se inclinam a ser desordenados, e apartam-se dos grandes marcos da fé; mas Deus está atuando em seus ministros para que sejam um na doutrina e no espírito.
É necessário que nossa unidade hoje seja de caráter tal que resista à prova... Temos muitas lições para aprender e muitíssimas para desaprender. Tão-somente Deus e o Céu são infalíveis. Quem acha que nunca terá de abandonar uma opinião formada, e nunca terá ocasião de mudar de critério, será decepcionado. Enquanto nos apegarmos obstinadamente às nossas próprias idéias e opiniões, não poderemos ter a unidade pela qual Cristo orou.
Quando um irmão recebe nova luz sobre as Escrituras, deve expor francamente sua maneira de entender, e todo ministro deve pesquisar as Escrituras com espírito de singeleza a fim de ver se os pontos apresentados podem ser confirmados pela Palavra inspirada. "E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade." II Tim. 2:24 e 25.
Que Coisas Deus Tem Feito!
Passando em revista a nossa história, percorrendo todos os passos de nosso progresso até ao estado atual, posso dizer: "Louvado seja Deus!" Quando vejo o que Deus tem executado, encho-me de admiração por Cristo, e de confiança nEle como dirigente. Nada temos a recear no futuro, a não ser que nos esqueçamos do caminho pelo qual Deus nos tem conduzido.
Somos agora um povo forte, se pomos nossa confiança no Senhor, pois estamos a tratar com as poderosas verdades da Palavra de Deus. Tudo temos que agradecer. Se andamos na luz, como resplandece ela sobre nós, procedente dos vivos oráculos divinos, teremos grandes responsabilidades, correspondentes à grande luz a nós conferida por Deus. Temos muitos deveres a cumprir, porque fomos feitos depositários da verdade sagrada, a ser dada ao mundo em toda a sua beleza e glória. Somos devedores a Deus por todas as regalias que Ele nos confiou para embelezarmos a verdade com a santidade de nosso caráter, e comunicarmos a mensagem de exortação, consolo, esperança e amor, àqueles que estão nas trevas do erro e pecado.
Graças a Deus pelo que já tem sido feito no sentido de prover aos nossos jovens facilidades para a educação religiosa e intelectual. Muitos têm sido instruídos para desempenhar uma parte nos vários ramos da obra, não somente nos Estados Unidos mas nos campos estrangeiros. O prelo tem fornecido a literatura que difunde extensamente o conhecimento da verdade. Todos os donativos que, quais regatos, têm avolumado o afluxo das contribuições, devem ser para nós justo motivo de gratidão a Deus.
Temos hoje um exército de jovens que, se for convenientemente dirigido e animado, muito poderá fazer. Necessitamos de que nossos filhos creiam na verdade. Desejamos que sejam abençoados por Deus. Queremos que desempenhem uma parte em bem organizados planos para auxiliarem outros jovens. Sejam eles de tal maneira preparados que possam corretamente representar a verdade, dando a razão da esperança que neles há, e honrando a Deus em qualquer ramo da obra para que estiverem habilitados! ...
Como discípulos de Cristo, temos o dever de difundir a luz que sabemos faltar ao mundo. Que os filhos de Deus "enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna". I Tim. 6:18 e 19.
Vida e Ensinos, p. 192ss, Ellen G. White

Julgamento de Deus e os Ataques de Satanás

Durante a Inquisição, na Idade Média, um representante papal estava prestes a levar a cabo um ataque a uma cidade onde viviam alguns hereges, quando um soldado perguntou: “Como vamos saber quem entre essas pessoas são nossos amigos e quem são os nossos inimigos?”

“Mate-os todos”, respondeu o representante papal. Deus vai classificá-los Ele mesmo.

Estas palavras insensíveis e descuidadas como eram, ecoaram uma verdade bíblica crucial: Deus prometeu executar um julgamento, no qual irá de fato, classificá-los por Ele mesmo. Ele vai fazer a triagem no impressionante julgamento que ocorre no céu antes da volta de Cristo e retribuirá uma recompensa para todas as pessoas segundo as suas obras (Apocalipse 22:12).

Daniel 7 contém o que é talvez a mais clara passagem que descreve este Julgamento. Esse capítulo fala de um terrível poder político-religioso, simbolicamente retratado como um chifre pequeno, que persegue os santos de Deus, até um julgamento celestial resultar em serem entregues no reino eterno de Deus: “Enquanto eu observava, esse chifre guerreava contra os santos e os derrotava, até que o ancião veio e pronunciou a sentença a favor dos santos do Altíssimo; chegou a hora de eles tomarem posse do reino” (Daniel 7:21-22).

Alguns versos depois, Daniel descreve o mesmo evento, começando com uma descrição do chifre pequeno: “Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo. Mas, depois, se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até ao fim. O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (versos 25 à 27).

Ataques físicos e espirituais
Apocalipse 12 descreve a queda de Satanás do céu, sua atividade subsequente na Terra, e paralela alguns dos eventos profetizados em Daniel 7, particularmente o ataque de Satanás sobre o povo de Deus. Satanás tem realizado muito deste ataque através de diversas formas de perseguição física durante os 2.000 anos da história cristã. No entanto, seu ataque não é apenas físico. É também espiritual. O Apocalipse o chama de “o acusador dos nossos irmãos, que os acusa diante do nosso Deus, dia e noite” (Apocalipse 12:10).
Aqui é onde o julgamento desempenha um papel crucial na libertação final e definitiva dos santos. Não há dúvida de que Satanás é o acusador do povo de Deus. Porque ele próprio foi expulso do céu devido ao seu pecado, ele argumenta que nenhum ser humano deve ser permitido no céu também, porque todos os seres humanos são pecadores também.
Jesus uma vezes chamou a Satanás mentiroso (João 8:44). Mas Satanás nãomentirá sobre os pecados daqueles que professam seguir a Cristo. Com efeito, uma das verdades fundamentais de toda a Escritura, diz que o pecado das pessoas é inerente. Todos os seres humanos, de Genghis Khan e Josef Mengele à Madre Teresa e João Batista, são pecadores. Ninguém, nunca, está isento. “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23).
Satanás pode mentir e apresentar os pecados dos eleitos do Senhor, da pior maneira possível, mas isso pouco importa. Nossas vidas, pela sua natureza, excluem-nos do céu, mesmo sem a ajuda de Satanás.
A boa notícia do grande juízo pré-advento retratado em Daniel 7, no entanto, é que todos os verdadeiros seguidores de Cristo tem um substituto no julgamento. Aquele cuja vida perfeita e perfeita obediência à lei tem sido creditados a eles pela fé. Em outras palavras, este julgamento acaba, uma vez por todas, com as acusações de Satanás e os ataques contra o povo de Deus.
O livro de Zacarias revela o que vai acontecer neste julgamento. Na passagem seguinte, Josué, o sumo sacerdote, simboliza o povo de Deus, a quem Satanás está acusando, perante o Senhor:
Deus me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do Anjo do SENHOR, e Satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor…Ora, Josué, trajado de vestes sujas, estava diante do Anjo…A Josué disse: Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniquidade e te vestirei de finos trajes. E disse eu: ponham-lhe um turbante limpo sobre a cabeça. Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça um turbante limpo e o vestiram com trajes próprios; e o Anjo do SENHOR estava ali” (Zacarias 3:1-5).
Acusações de Desqualificação
Assim, neste juízo final, Satanás acusará o povo de Deus de romper a Sua santa lei. Ele aponta para os defeitos dos seus caráteres, o contraste com Cristo, e as muitas maneiras em que eles têm desonrado a seu Redentor. Ele afirma que suas falhas os desqualificam para a expiação de Cristo e que, consequentemente, eles pertencem ao seu reino, e não ao de Cristo.
No entanto Jesus discute seus casos. Ele não desculpa seus pecados, mas pelo contrário, Ele apresenta o seu arrependimento, sua fé e sua confiança em seus méritos. E Ele reivindica o perdão que Ele obteve para eles por Sua vida de obediência perfeita e Sua morte substitutiva. Ele cumpriu as exigências da lei, e ele oferece este cumprimento a todo e qualquer que irá aceitá-Lo. Posicionado diante de Deus o Pai, Jesus levanta suas mãos feridas, mãos que carregam as cicatrizes da cruz e diz: Conheço-os pelo nome, eu os tenho “gravado nas palmas das minhas mãos” (Isaías 49:16).
Assim, os seguidores de Cristo são revestidos em sua perfeita justiça sem pecado, e Ele os apresenta ao Pai como “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5:27).
As acusações do diabo são silenciadas. São silenciadas não por causa de qualquer mérito de cristãos professos, mas só por causa dos méritos de Jesus, cuja perfeita obediência à lei de Deus, é creditado aos Seus seguidores. Este veredito é processado uma vez por todas no grande juízo pré-advento.
Então, o diabo é derrotado, e, como diz Daniel, “veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino” (Daniel 7:22)
Nenhuma dúvida sobre isto: Satanás se opôs ao povo de Deus e esta oposição continua hoje. O livro do Apocalipse adverte para o ressurgimento da perseguição física que ocorreu no início da história da igreja. Mas o ataque mais cruel de Satanás é o espiritual, no qual ele pretende reivindicar como seus aqueles que, embora pecadores, reivindicaram o sangue de Cristo como a esperança da salvação.
O representante papal terá que responder pela morte dos inocentes. Mas ele tinha uma coisa certa: Deus, de fato, irá classificá-los Ele mesmo no julgamento.
Artigo escrito por Clifford Goldstein, publicado na revista Signs of The Times de Setembro/2010.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A Torre de Babel: Nova Ordem ou Desordem Mundial?


Para a abordagem deste tema teremos como base o capítulo 11 do livro do Génesis. À medida que avançarmos, no desenvolvimento do tema, compará-lo-emos com os capítulos 16 e 17 do livro do Apocalipse. Na verdade, este primeiro livro da Palavra de Deus comporta muito mais do que, à primeira vista parece, porque aqui, ao longo dos seus capítulos podemos perceber todo o Plano da Redenção.Na verdade, aqui e ali se ouve falar acerca da necessidade de uma Nova Ordem Mundial, ou seja, uma nova forma de governo onde todas as vontades estejam galvanizadas a um poder centralizador e coordenador. Mas, uma vez mais, tal como a Palavra de Deus o diz: - “(…) nada há novo debaixo do sol” – Eclesiastes 1.9. Uma nova tentativa sob um velho e ineficaz sonho. Na verdade, para que possamos compreender o futuro, é necessário que não façamos tábua rasa do que foi feito ou tentado fazer, no passado. Existe, na verdade, este propósito no presente que, mais não é, nunca será demais repeti-lo, que se baseia no efémero episódio relatado no livro de Génesis, sob o nome de: - Torre de Babel.
1- Antigo Testamento - A Torre de Babel- Génesis 11
Pouco tempo, depois do Dilúvio, podemos constatar uma preocupação, a todos os níveis, estranha. A Terra tinha, de certa forma, readquirido vida após aquele grande cataclismo que fez com que – (v.22)- “tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em seus narizes, tudo o que havia no seco, morreu (…). (23) (…) desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus foram extintos da terra” – Génesis 7.
Onde ficava situada, geograficamente, a “terra de Sinar”? Onde se aglomeraram as populações que construíram esta torre? Esta “terra de Sinar” ou Babilónia, era banhada por um rio da antiguidade, muito conhecido. Os construtores desta torre decidiram construí-la nas margens do rio Eufrates. Este rio desempenha um papel tremendamente importante, em termos simbólicos, no livro do Apocalipse, nos acontecimentos directamente relacionados com o tempo do fim da história desta Terra. Na Palavra de Deus, este rio e Babel ou Babilónio são inseparáveis – o rio e a cidade = Babilónia. Desta forma, esta população de construtores se une para construir uma cidade na terra de Sinar. Este lugar o iremos encontrar, posteriormente, ligado ao famoso rei de Babilónia – Nabucodonosor – Daniel 1.2. Aqui ele irá erigir um colossal monumento para enaltecer o seu poder – a famosa estátua em honra de si mesmo – Daniel 3. Vejamos o texto de Génesis 11:
-V.1- “E era toda a terra duma mesma língua e duma mesma língua e duma mesma fala. (2)- E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar e habitaram ali”.
Aqui encontramos a informação que “partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar”. Note-se que estes saíram do “oriente” na direcção ao Sul “terra de Sinar”. Como já vimos, a referência a esta direcção geográfica é muito significativa. O Norte, o Oriente são os quadrantes inerentes à divindade – a Deus. O Oeste e o Sul são os de Satanás, lugares associados às trevas – ausência de Deus – “terra de Sinar”. Portanto, desde já, está denunciado um claro abandono dos caminhos de Deus por muitos destas populações.
Não deixa de ser interessante a descrição que o Espírito de Profecia faz acerca deste êxodo humano, mostrando, exactamente, esta dicotomia – luz/trevas. Eis como é descrita não só a razão que motivou que muitos se separassem do todo, como também a razão de ser deste êxodo: - “durante algum tempo, os descendentes de Noé continuaram a habitar entre as montanhas onde a arca tinha repousado. Mas, como o seu número aumentava, em breve a apostasia levou à divisão. Aqueles que desejavam esquecer-se do seu Criador e afastar-se das restrições da Sua lei, sentiam um incómodo constante com o ensino e o exemplo dos seus companheiros tementes a Deus. E, ao fim de algum tempo, resolveram separar-se dos adoradores de Deus. Como consequência, deslocaram-se para a planície de Sinear, junto às margens do rio Eufrates. Eram atraídos pela beleza do local e pela fertilidade do solo e decidiram estabelecer a sua residência nessa planície”.
-V.3- “E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra e o betume por cal”.
Quem foi o que esteve à frente de toda esta massa humana para a conduzir até a este lugar? Para que possamos responder, em segurança, a esta pergunta, iremos abrir aqui um breve parêntesis. Assim, é necessário examinarmos o capítulo anterior, deste livro, o capítulo 10. Vejamos o que ali é dito a este propósito: - (v.8)- “e Cusi gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra. (9)- E este foi poderoso caçador diante da face do Senhor; pelo que se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor. (10)- E o princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade, Calné, na terra de Sinar” – Génesis 10.
Pelo quanto a Palavra de Deus nos revela, ficamos a saber que aquele que liderou todo este processo foi a personagem conhecida pelo nome de Ninrode. Não esqueçamos que os nomes bíblicos são de importância capital para entendermos a razão de ser de muitas atitudes. Assim, contrariamente ao que acontece nos nossos dias, os nomes servem unicamente para diferenciar uma pessoa da outra, nos tempos bíblicos os nomes tinham muita importância, visto que estes estavam directamente relacionados com o carácter do indivíduo que o possuia: Adão, quer significa (o terroso, o que veio da terra); Eva (aquela que dá vida); Caim (significa: posse, aquisição – visto que, Eva, sua mãe, dissera que: - “tinha do Senhor um varão”; Abel (Hèbèl – que significa: - o que é um sopro passageiro, fútil e vão); para entendermos o que esta palavra quer dizer, é como soprarmos para a nossa palma da mão; sentimos o impacto deste sopro, não só não o vemos como, de repente, deixou de existir! etc, etc.
Agora, sob este contexto compreendemos melhor a razão pela qual, o rei de Babilónia, Nabucodonosor, após ter submetido Jerusalém e ter feito alguns prisioneiros, a Palavra de Deus dá-nos a conhecer que este levou para cativeiro, para a corte de Babilónia, quatro jovens, o futuro profeta Daniel e mais três amigos e a primeira coisa que fez foi ordenar a mudança dos seus nomes de nascimento – Daniel 1.1-7. Os nomes antigos honravam o supremo Deus Criador dos Céus e da Terra. E, como mudar tudo isto? Claro, bastava mudar-lhes os nomes, o que, na realidade, veio a acontecer, dando-lhes nomes que, desta vez, honrassem os deuses de babilónia: 1- “A Daniel – cujo nome significa: Deus é meu juiz - foi colocado o nome de – Beltschatsar – que significa: - “Que Bel proteja a sua vida (Bel - título do deus Marduk, o principal deus babilónico)”; 2- A Hananias – cujo nome significa: Graça de Yahweh - foi colocado o nome de – Sadraque – que significa: - Ordem de Aku (deus Sumério da Lua); 3- A Misael - cujo nome significa: Quem é o que Deus é? - foi colocado o nome de – Mesaque – que significa: - “Quem é o que Aku é?; 4- A Azarias - cujo nome significa: Yahweh ajudou - foi colocado o nome de – Abednego - que significa: Servo do deus Nebo, deus da sabedoria”.
Dito isto, em relação a estes nomes, o de Ninrode não é, de modo algum, a excepção, muito antes pelo contrário! Assim, destaquemos algumas particularidades desta personagem, a saber: 1- Comecemos pelo seu nome, pois só por si é muito revelador do quanto lhe está associado. Assim, o nome: Ninrode - significa: - rebeldia; 2- O texto refere que Ninrode tornou-se “poderoso caçador”. A palavra - “poderoso” - traduz a hebraica: (Gibor), que, por sua vez, significa: tirano, hostil; 3- Na expressão: - “diante da face do Senhor” – a palavra que foi traduzida por: “diante” – esta, para estar em consonância com o original, deveria ser traduzida por: - contra, desafiante. Assim sendo, teríamos a frase: “contra a face do Senhor”. Ninrode, na mitologia das civilizações antigas é conhecido por – deus Sol. Pois, segundo os antigos, quando ele morreu, o seu espírito foi habitar o Sol, chegando, por isso, a ser o deus Sol.  Por esta razão, como vimos, o próprio nome corresponde a um estado de rebelião contra Deus. Assim, este ao identificar-se com o Sol, é de esperar que, tal como sabemos, a última Babilónia mística possua estas mesmas características.
-V.4- “E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra”.
Vejamos alguns pormenores que este verso nos quer mostrar: 1- Que Deus tinha um plano para a raça humana; e este era que o ser humano se espalhasse por toda a Terra. Acerca deste propósito, o Espírito de Profecia diz: - “Deus tinha determinado que os homens se espalhassem por toda a Terra para a povoar e subjugar”; 2- A intenção humana era de “edificar ali uma cidade, com uma torre de altura tão extraordinária que fizesse dela uma maravilha do mundo. Estes empreendimentos tinham como objectivo impedir que o povo se dispersasse em colónias. (…). Mas estes construtores de Babel resolveram conservar a sua comunidade unida num corpo e fundar uma monarquia que, finalmente, abrangesse toda a Terra. Assim, a sua cidade tornar-se-ia a metrópole de um império universal. A sua glória imporia a admiração e homenagem do mundo, tornando ilustres os seus fundadores”.
Eis o propósito humano para ser de novo instaurado, uma Nova Ordem Mundial. A união dos habitantes desta Terra na grande rebelião sob o comando de Ninrode, o rebelde, o deus-Sol. Sim, rebeldia contra o Deus do Céu para estabelecer um Império para assim poder controlar todo o mundo e vincar a sua rebelião contra Deus.
Qual será a razão do texto bíblico em mencionar a vontade destes construtores, ou seja: - “edifiquemos nós uma torre cujo cume toque nos céus”? Podemos ver que esta intenção era movida por dois motivos: 1- Que tinha ocorrido um Dilúvio, recentemente, em que no qual a geração antediluviana, à excepção dos ocupantes da Arca – Noé e família – desapareceram por causa do seu pecado, por causa da sua desobediência. Assim, quando se reuniram puderam dizer que, caso aquele cataclismo se repetisse não seria apanhados de surpresa uma segunda vez! Vamos construir uma torre mais alta do que a que as águas alcançaram no passado recente. Assim, desta forma, continuaremos não só a pecar, como também salvar-nos a nós próprios, utilizando a nossa tecnologia. Uma forma de salvação própria para poder seguir em frente, pecando; 2- Como pensavam subir até à região das nuvens, esperavam investigar a ou as causas do Dilúvio, cientificamente falando. Eles pensavam explicar, por meios naturais, e usar a sua tecnologia para chegarem até ao Céu para explicar a razão de ser do Dilúvio. Pensaram construir uma torre tão alta que poderiam salvar-se a si próprios, desonrando a Lei de Deus e estando certos que nem Deus os poderia destruir.
Na verdade, quem controla quem? Os construtores pensavam que tinham todo o controlo da situação. Será que Deus nada sabia do que estava a acontecer? Será que Deus não sabia que tinham construído uma torre? Claro que Deus conhecia e conhece o coração do ser humano.
-V.5- “Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam”.
Neste versículo encontramos alguns pormenores que merecem a nossa reflexão. Aqueles que edificavam aquela torre são chamados – “filhos dos homens”. Cada vez que esta expressão é empregue é para caracterizar todos aqueles que estão, na verdade, em rebeldia contra Deus. Vejamos o que, a este propósito, é dito noutros textos bíblicos, como por exemplo: - “Havia naqueles dias gigantes na terra e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens (…)” – Génesis 6.4. Aqui é utilizada a mesma expressão, só que no feminino. Aqui é dito que os “filhos de Deus” se misturaram com “as filhas dos homens”. Isto dito por outras palavras: - os santos de Deus misturaram-se com os rebeldes, com quem nada queriam com Deus. Vejamos ainda um outro texto do sábio Salomão que assim se expressa: - “Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal” – Eclesiastes 8.11. Vemos aqui, uma vez mais a associação da expressão – “filhos dos homens” com a prática do mal.
Deus, no passado recente, tinha afirmado que: - (v.11)- “E eu convosco estabeleço o meu concerto que não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais dilúvio, para destruir a terra. (12)- E disse Deus: Este é o sinal do concerto que ponho entre mim e vós e entre toda a alma vivente que está convosco, por gerações eternas. (13)- O meu arco-íris tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a terra”” – Génesis 9. Esta foi a promessa e este constituía o sinal do garante da mesma, visto que, em cada arco-íris estava impresso que a Terra jamais seria destruída por outro dilúvio. É interessante como a mensageira do Senhor comenta esta situação, ao dizer: - “A grandiosa torre, atingindo os céus, tinha o objectivo de ser como um monumento ao poder e sabedoria dos seus construtores, perpetuando a sua fama até às últimas gerações. Os moradores da planície de Sinear não acreditavam na promessa que Deus tinha feito de que nunca mais traria um dilúvio sobre a Terra. Muitos deles negavam a existência de Deus e atribuíam o dilúvio a causas naturais. Outros aceitavam um Ser supremo, que tinha destruído o mundo antediluviano, e o seu coração, como o de Caim, revoltou-se contra aquele Ser. Um dos seus objectivos na construção da torre era garantir a sua segurança em caso de outro dilúvio. Elevando a construção a uma altura muito maior do que a que tinha sido atingida pelas águas do dilúvio, julgavam colocar-se assim fora de toda a possibilidade de perigo. E, como pensavam subir até à região das nuvens, esperavam investigar a causa do dilúvio. Todo aquele empreendimento pretendia exaltar ainda mais o orgulho dos que o projectaram, e desviar de Deus a mente das futuras gerações e levá-los à idolatria”.
O que estes construtores tinham fomentado era a ideia de que se poderiam salvar, não do pecado, mas alcançar o Céu, pecando. Este primeiro esboça de uma Nova Ordem Mundial, não era, de modo algum, nenhuma surpresa para Deus. Na verdade, o Senhor sabia tudo o que ia nos seus corações e conhecia qual era o projecto dos líderes deste empreendimento.
-V.6- “E disse: Eis que o povo é um; todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer: E agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer”.
Este versículo mostra uma única realidade, mas que se manifesta de tantas e variadas formas. Na verdade, o “povo é um; todos têm uma mesma língua. Aqui está expressa a unidade deste povo com um mesmo propósito – rebelião contra Deus. Estes pensavam que nada nem ninguém poderia fazer algo para impedir os seus objectivos, e estes pensavam, obviamente, instaurar, como o refere o Espírito de Profecia: - “uma monarquia que, finalmente, abrangesse toda a Terra”. E, em paralelo a este projecto centralizador, existiria, aquele grande e faustoso símbolo do seu grande poder – aquela torre - que proclamava a todos que a vissem: – “(…) o poder e sabedoria dos seus construtores, perpetuando a sua fama até às últimas gerações”.
Na verdade, ali estava expressa, em termos humanos, a grandeza deste Ninrode. Todos se galvanizavam à sua volta nesta palavra de ordem que tinha um único propósito – rebelião contra Deus. Mas, será que não existia ninguém que ousasse pensar e agir ao contrário? O que aconteceu ao restante povo descendente, tal como estes, do patriarca Noé? A Palavra de Deus é, em boa verdade, silenciosa a este propósito, mas não o Espírito de Profecia que, sobre este aspecto refere: - “Durante algum tempo, os descendentes de Noé continuaram a habitar entre as montanhas onde a arca tinha repousado. Mas, como o seu número aumentava, em breve a apostasia levou à divisão. Aqueles que desejavam esquecer-se do seu Criador e afastar-se das restrições da Sua lei, sentiam um incómodo constante com o ensino e o exemplo dos seus companheiros tementes a Deus. Ao fim de algum tempo, resolveram separar-se dos adoradores de Deus”.
Na verdade, aqui encontramos expresso, por outras palavras, o que acontece em relação às palavras e ao exemplo; as palavras – convencem; mas o exemplo – arrasta – cf. I Timóteo 4.12. Tudo isto está reflectido nas palavras inspiradas da mensageira do Senhor, ao escrever, como vimos: - “(…) Aqueles que desejavam esquecer-se do seu Criador e afastar-se das restrições da Sua lei, sentiam um incómodo constante com o ensino e o exemplo dos seus companheiros tementes a Deus (…)”. Assim, o remanescente de Deus, ao permanecer íntegro no seu propósito, os filhos dos homens, perante esta pedra de tropeço no seu seio – os filhos de Deus – “resolveram separar-se dos adoradores de Deus”.
-V.7- “Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro”.
Aqui é usada uma linguagem humana para descrever a acção de Deus, visto que é dito que “desçamos”. Deus olha para aquela torre. Como é possível, ao homem, simples “pó e cinza” – Génesis 18.27 – ousar construir um Império em frontal oposição contra Deus – o seu Criador?! Num dos Salmos, o salmista mostra toda a fragilidade do aparente sucesso do ímpio. E, perante estes projectos megalómanos, eis como o salmista expressa a postura de Deus: - “O Senhor se rirá dele (…)” – Salmo 37.13. Ao olhar para aquele projecto, parece-Lhe surreal! Até onde pode chegar a arrogância, a loucura, a rebeldia humana! Mas, mesmo assim, Deus permite que os projectos de raiz humana cheguem até certo ponto, nada mais. Para estes homens, “tudo ia bem, no melhor dos mundos” – até que.
Para Deus alterar tudo o que é humano, basta um simples gesto, um clicar de dedos, uma palavra, um pensamento, uma vontade e tudo o que é humano fica reduzido a pó! Qual foi a solução achada por Deus para alterar o projecto humano? Tal como refere a Palavra de Deus, Deus faz algo de simples, um simples pensamento, uma simples vontade, pois é dito que Deus disse: - “confundamos ali a sua língua (…)” – v.7. Biblicamente falando, isto foi o bastante para que todo este megalómano projecto falhasse. Mas, o detalhe, o contexto, esse é relatado pelo Espírito de Profecia, desta maneira: - “Subitamente, a obra que avançara tão rapidamente, parou. Anjos foram enviados para reduzir a nada o propósito dos construtores. A torre tinha alcançado uma grande altura, e era impossível aos trabalhadores que estavam no cimo comunicar directamente com os que estavam na base. E, assim, foram colocados homens em diferentes pontos, devendo cada um receber os pedidos de material necessário, ou outras instruções relativas à obra e transmiti-las ao que estava imediatamente abaixo. Como as mensagens eram desta forma passadas de um para o outro, a língua foi confundida, pelo que se pedia o material de que não havia necessidade, e as instruções transmitidas eram, muitas vezes, o contrário das que tinham sido dadas. Seguiram-se a confusão e o desânimo. Todo o trabalho parou. Já não podia haver harmonia ou cooperação. Os construtores eram totalmente incapazes de explicar os estranhos mal-entendidos entre eles e, na sua raiva e decepção, censuravam-se uns aos outros. A sua aliança terminou em contenda e carnificina. Raios do céu, como prova do desagrado de Deus, quebraram a parte superior da torre e lançaram-na ao chão. Os homens foram obrigados a convencer-se de que há um Deus que governa nos Céus”.
O que vemos aqui? Várias ideias-força ao longo desta sublime descrição dos acontecimentos, a saber: 1ª- devido à altura da torre, os de cima tinham dificuldade em comunicar com os de baixo; 2ª- agora, a língua é confundida e as instruções não correspondiam aos materiais enviados e vice-versa; 3ª- seguiu-se a confusão e o desânimo; 4ª- todo o trabalho, finalmente, parou; 5ª- incapazes de explicar o que estava a acontecer, na sua raiva e decepção, censuravam-se uns aos outros; 6ª- a aliança até ali perfeita, agora, termina em “contenda e carnificina”; 7ª- raios do Céu derrubaram a parte superior da torre lançando-a no chão; 8ª- os construtores foram obrigados a convencerem-se de que, acima deles, governava nos Céus: - Deus – Aquele que tem o controlo de tudo. Nestes detalhes encontramos alguns que estarão presentes na Babilónia do futuro, quando esta cair.
Abramos um breve parêntesis para que saibamos o que a arqueologia nos dá a conhecer acerca da torre de Babel. No que respeita aos detalhes da construção original desta torre não são conhecidos. Os zigurates, ou torres são frequentemente mencionados na literatura babilónica. Existe documentação da época do fundador da dinastia neo-babilónica – Nabopolasar (625-605 a.C.) – que assim se expressa a propósito da torre que ele restaurou em Babilónia: - “Marduque, o senhor, me ordenou acerca de Etemenanki, a torre com andares de Babilónia (…)”.
Esta construção, tal como é mencionado, era composta por sete andares, dos quais conhecemos as respectivas medidas:

Tudo isto quer dizer que a Torre de Babel tinha como sapata, uma base, quadrada de 90 metros para suportar os andares superiores. Depois se adicionarmos as diferentes alturas dos respectivos andares, a torre tem cerca de 90 metros de altura. Não é de admirar a história acerca da origem da torre, parecida com uma pirâmide, que foi contada por um velho homem Sírio, junto às suas ruínas, a alguém que viajou a Babilónia no séc. IV da nossa era, em que a qual rezava assim: - “ela foi construída por gigantes que queriam escalar o céu. Devido a esta loucura, uns, foram fulminados; outros, sob a ordem de Deus não mais se reconheceram entre si; todo o resto foi cair na ilha de Creta, onde Deus, na sua fúria, os precipitou”. Se tivermos presente as dimensões desta torre (zigurate), para a época, eram simplesmente colossais. Este relato, segundo a documentação humana, o qual se enquadra perfeitamente bem no quanto a Palavra de Deus descreve, nesta tentativa da criatura atingir o divino; tentar ocupar o lugar de Deus, ser adorado, desde o alto como o Deus Criador! Fechar parêntesis.
De novo, na rebelião contra Deus a acontecer no tempo do fim, também existirá uma união de forças contrárias a Deus. Todos os sistemas de governo, a seu tempo, unir-se-ão para formarem uma coligação a nível mundial contra Deus. Sob este tema, no passado recente, encontravam-se em palco três poderes que visavam a liderança mundial sob a sua batuta, a saber: 1º- o Papado; 2º- o Capitalismo; 3º- o Comunismo. Que semelhanças existem entre estes três poderes? À primeira vista, nenhumas. Mas, no passado recente nutriam um mesmo ideal comum, o estabelecimento do que se chama, ainda que timidamente, uma – Nova Ordem Mundial – que vise a negação de Deus, unindo-se ao projecto humano para deificar a grandeza humana para que, desta forma, possa impedir, como se tal projecto fosse possível – a 2ª vinda de Cristo. Todos agem sob a mesma batuta, no passado, sob Ninrode, a personificação do deus-Sol; no presente profético, já não sob o deus Sol, mas sim sob a adoração ao astro Sol – no dia designado para o efeito – o Domingo.

domingo, 20 de maio de 2012

Apocalipse 10 - O Livrinho

- V.1– “E vi outro anjo forte, que descia do céu, vestido de uma nuvem; e por cima da sua cabeça estava o arco celeste, e o seu rosto era como o sol e os seus pés como colunas de fogo”.
Este anjo é o primeiro anjo que se encontra em – Apocalipse 14.6 – ou seja, o anjo do juízo – Cristo. Este “descia do céu”, o mesmo movimento do de Apocalipse 14.6. Este estava “vestido de uma nuvem”. E o que é que esta significa? Claro, os anjos. E quanto ao “arco celeste” sobre a sua cabeça? A Porta da Graça que ainda está aberta, visto que o Arco-íris representa a justiça misturada com a misericórdia. Também é dito que “o seu rosto era como o sol”. Recordemos aqui o momento do episódio conhecido por - Transfiguração de Cristo. Aqui, o Seu rosto era, igualmente, “resplandecente como o sol” – Lucas 17.2; Apocalipse 1.16. E a descrição continua: - “os seus pés como colunas de fogo”, retrato semelhante ao que é feito do próprio Jesus – cf. Apocalipse 1.15.
- V.2– “E tinha na sua mão um livrinho aberto; e pôs o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra”.
O texto refere, no original, que este livro – foi aberto – e não como está traduzido, pois assim deixa entender que já estava aberto! Isto significa que houve um tempo em que esteve fechado. Ora, qual é o único lugar, na Palavra de Deus, em que existe um livro cerrado, fechado e selado? Encontramos duas únicas menções: a 1ª- podemos vê-la no v.4 - “E tu, Daniel fecha estas palavras e sela este livro (…)”; a 2ª- encontramo-la no v.9 - (…). Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim” – Daniel 12. Aqui, no texto do Apocalipse, é dito que esta entidade celeste “pôs o seu pé direito sobre o mar”, ou seja, sobre o velho mundo, a Europa; como também colocou “o esquerdo sobre a terra”, ou seja, sobre o Novo mundo – os Estados Unidos da América. Pois foi neste país onde tudo começou, ou seja, a proclamação da mensagem do 3º anjo – Apocalipse 14.
- V.3– “E clamou com grande voz, como quando brama o leão; e, havendo clamado, os sete trovões fizeram soar as suas vozes”.
Aqui é apresentado que aquele que brama fá-lo com grande voz, como se fosse um leão. E quem é este leão da tribo de Judá? Sem dúvida alguma que é Cristo – cf. Apocalipse 5.5. Uma vez mais, estamos na presença de Cristo.
- V.5– “E o anjo que vi estar sobre o mar e sobre a terra levantou a sua mão ao céu.
- V.6- “E jurou por aquele que vive para todo o sempre, o qual criou o céu e o que nele há, e o mar e o que nele há, que o tempo não será mais” –.
Aqui dá a conhecer que o anjo “jura”. Curiosamente, no livro do profeta Daniel –encontramos o mesmo cenário, onde é dito: – “(…) e jurou por aquele que vive eternamente” - Daniel 12.7. Portanto, há uma ligação estreita entre ambos os textos. Este anjo jura “que o tempo não será mais”. Que tempo será este? Será o tempo do final da história desta Terra, ou seja, do fim do mundo? A resposta é negativa. E qual é a base de apoio para tal afirmação? Apresentamos duas razões: 1ª- No v. 11 - é dito que: - “E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, nações, línguas e reis”. Portanto, se o mundo já chegou ao fim, então de nada serviria profetizar de novo! O contexto aqui é, totalmente, de desapontamento, do de 1844: 2ª- No v. 7 – é dito que: - “Mas, nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos” – (sublinhado nosso). Quando a 7ª trombeta tocar é sinal de que está concluído o juízo investigativo ou pré-advento. Este “segredo de Deus “ aqui mencionado é a pregação do evangelho – cf. Romanos 16.25; Efésios 6.9. Aqui, quando estas palavras são pronunciadas ainda estamos na 6ª trombeta, portanto, não no tempo do fim do mundo, mas no fim de um ciclo profético – o ano de 1844.
- V.8– “E a voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo e disse; - Vai, e toma o livrinho aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra”.
O que significa - “toma o livrinho aberto da mão do anjo”? Antes, este livrinho estava selado, fechado, o que significa que não se podia compreender. Mas, agora, o livrinho está aberto, o que quer dizer que, ao contrário, já é compreensível, já pode ser lido. Quando, comparativamente, se lermos o texto de Daniel 12.4, aqui encontraremos uma interessante expressão: - “(…); muitos correrão de uma parte para outra (…)” – É a mesma expressão que contém a mesma ideia que encontramos no profeta Amós: - (V. 11)- “Eis que Vêm dias, diz o Senhor Jeová, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. (12)- E irão vagabundos de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a palavra do Senhor e não a acharão” – Amós 8 –. E porque não a acharão? Porquê se fechou a Porta da Graça, pois esgotaram-se todas as possibilidades de perdão. E porque “irão vagabundos de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente” e não no Sul ou no Ocidente? Porque os lugares onde esperam encontrar a Palavra de Deus é no Norte – de onde vem o Alto Clamor, e do Oriente de onde vem o selo de Deus – cf. Apocalipse 7.2. Isto é o mesmo que dizer que, nesta fase já não existe: 1- Selamento; 2- Alto Clamor; 3- Que a Porta da Graça já se fechou, ou seja, que já não se pode alcançar misericórdia. Desta forma, se expressa a mensageira do Senhor acerca destes versículos: - “(…). Todos os juízos sobre os homens antes do final do tempo da graça, foram misturados com misericórdia. (…); mas, no juízo final, a ira é derramada sem mistura de misericórdia”.
Voltando a Daniel 12.4, é dito: - “E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro até ao tempo do fim”. O tempo do fim que aqui faz referência corresponde ao ano 1798. Que Movimento que Deus suscitou, neste tempo, para proclamar o que se iria passar em 1844? O Movimento Milerita. Há, portanto, uma relação entre 1798 e 1844. A partir de 1798 Deus suscitará um povo, não só para proclamar os acontecimentos de 1844, como também para denunciar e para levar a cabo uma missão tremendamente importante, que é desmascarar a obra do chifre pequeno, ou seja, o poder que não só tirou o contínuo, como também colocou a “abominação desoladora” – Daniel 12.11.
Recordemos Daniel 11. Aqui iremos saber de que período, na realidade, se trata. Vejamos o v.31: - “E sairão a ele uns braços que profanarão o santuário e a fortaleza; e tirarão o contínuo , estabelecendo a abominação desoladora”. Na primeira parte do texto, o papado usufruirá da ajuda do poder político-militar. Depois fala que “tirará o contínuo e colocará a abominação desoladora”. Tudo isto se refere ao período da supremacia papal, ou seja, o dos 1260 anos. A ferida mortal encontra-se no v. 40, quando o rei do Sul luta contra o rei do Norte. Assim sendo, o que vem antes, deverá referir-se ao período da supremacia papal. Desta forma – “tirar o contínuo e colocará a abominação desoladora” – tem que ver com toda a actuação, deste poder, ao longo do período medieval.
No profeta Amós, como vimos, é dito que não encontrariam a Palavra de Deus. No entanto, em Apocalipse 10, é dito que o livro selado se irá abrir. Voltemos ao v.6: - “E jurou por aquele que vive para todo o sempre, o qual criou o céu e o que nele há, e o mar e o que nele há, que o tempo não será mais” – . De que tempo se trata aqui? Quando se faz este anúncio - ano de 1844 – este é a última meta profética de tempo; para lá desta data não existe qualquer profecia anunciada. Apesar desta advertência haverá a tentação de manipular as profecias de tempo ao aplicar os períodos – 1290 (Daniel 12.11) e 1335 (Daniel 12.12) – com o intuito de encontrar e estabelecer datas proféticas para períodos como: 1- Fecho da Porta da Graça; 2- Estabelecimento da Lei Dominical; 3- Derramamento da Chuva Serôdia - - tais práticas não têm qualquer fundamentação bíblica. Na verdade, a última data profética que os textos proféticos apontam é, efectivamente, o ano de 1844. A partir daqui tudo pode acontecer a qualquer momento do quanto está profeticamente descrito – os Sinais dos Tempos. Assim, este tempo do qual acabámos de falar ele é parte integrante da profecia maior - das 2300 tardes e manhãs.
- V.9– “E fui ao anjo, dizendo-lhe: dá-me o livrinho. E ele me disse: Toma-o e come-o; e ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel”.
Aqui, João prepara-se para ir buscar o livrinho. Na verdade, o que está em causa são os capítulos de Daniel 8 ao 12, que caracterizam este pequeno livro. Daniel 8 comporta, de uma forma especial, a profecia das 2300 tardes e manhãs. Aqui é dito: - “Toma-o e come-o”. O que significa esta frase? Simplesmente quer dizer que a mensagem foi totalmente absorvida dos capítulos 8 ao 12 - a profecia das 2300 tardes e manhãs. E qual era a esperança de todos aqueles que proclamaram esta mensagem? Claro, indubitavelmente, a gloriosa vinda de Jesus. Será que haverá algo mais doce para a cristandade do que a esperança da 2ª vinda de Cristo? Claro que não. Mas, de seguida, algo acontece. O texto refere que este livro, a sua mensagem, “fará amargo o teu ventre”; mas, uma sensação totalmente oposta à da boca quando esta estava a ser aqui saboreada, pois ela era “doce como mel”. Foi, na verdade doce para aqueles que proclamaram a mensagem: - “(…) vinda é a hora do seu juízo (…)”. Este capítulo 10 do Apocalipse justifica a existência da Igreja Adventista.
Porque a profecia diz que a Igreja Adventista iria começar por um desapontamento, como vimos, visto que o anunciado, o acariciado não se cumpriu! A este respeito, a mensageira do Senhor, diz que o Senhor ocultou este erro na pregação dos Mileritas para que a fé deste grupo fosse provada. Na verdade, após este desapontamento e respectiva sacudidura por ele provocada, nada mais ficou a não ser um pequeno grupo. Este pequeno grupo, aparentemente, proclamou e aguardava a 2ª vinda de Cristo. Mas, estava este grupo preparado para acompanhar Cristo, caso a Sua vinda tivesse acontecido? Pelo resultado obtido, mostra-nos a evidência negativa da resposta. Porque é que Deus permite a existência da fase – Tempo de Angústia – antes da glória final? Claro, para que este possa ser provado, testado, saber quem é quem e o que é que o anima, quem O serve “por pão e por peixe” – João 6.26 – ou, ao contrário, quem O segue porque, simplesmente, O ama sem quaisquer interesses, como o demonstra magistralmente o livro de Job – “Ainda que ele me mate, nele esperarei (…)“; Job 1.9,11. Foi este desapontamento bem amargo para este grupo? Claro que sim, pois: 1º- porque Cristo, afinal, não veio; 2º- A Igreja, na sua grande maioria abandonou este grupo.
- V.10- “E tomei o livrinho da mão do anjo e comi-o; e na minha boca era doce como mel; e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo”.
- V.11- “E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, nações, línguas e reis”.
O texto indica claramente, como vimos, que como consequência do que aconteceu, a Igreja é obrigada

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O Rei do Norte e o Anticristo na Profecia Bíblica

Na abordagem que iremos fazer a este capítulo 11 do profeta Daniel, não será, de forma alguma, no detalhe, mas não mais do que umas breves pinceladas ao longo da dinâmica complexa das vivências humanas que este refere.
No que respeita a este detalhe e precisão histórica, tudo isto fez que alguém se pronunciasse sobre o conteúdo do livro do profeta Daniel, um homem chamado Porfírio. Este disse, quando leu Daniel 11, que este capítulo era demasiado detalhado e, igualmente, certo no seu cumprimento para ser uma profecia; desta forma, ele questiona a autenticidade de Daniel, desenvolvendo alguns argumentos que a crítica actual ainda usa como sendo uma norma. Assim sendo, afinal, o que é que se entende por profecia? Certamente que encontraremos as mais diversas afirmações acerca deste tema. Para que estejamos mais perto do seu significado, subscrevemos totalmente esta definição, pois “profecia é a História escrita antecipadamente”. Ora, como Porfírio não fazia ideia do que realmente era a profecia, foi numa outra direcção, ou seja, começou a dizer que este livro não foi o profeta que o escreveu. Devido ao seu detalhe e respectivo cumprimento, como dissemos, este irá afirmar que este livro foi escrito muito posteriormente, no tempo dos Macabeus, com o nome de Daniel, ou seja, depois da maioria dos acontecimentos terem sido uma realidade.
Para ele, o autor do livro de Daniel escreveu no tempo de Antíoco IV Epifânio! O que não deixa de ser espantoso é, não só que o cristianismo aceita o que um pagão estipulou como sendo uma verdade acerca da Palavra de Deus, como também crítica textual ainda usa os mesmos argumentos como sendo uma norma! Esta foi a sua direcção para tentar contornar o que ele não queria crer, visto que a descrição dos factos era demasiadamente perfeita! Portanto, o autor escreveu no presente a relatar o passado realizado – logo, a profecia não existe – revelar o futuro desde o presente. Mas, o facto de reconhecer o cumprimento dos factos, indica claramente que a Palavra de Deus é inspirada.
- V.1- “Eu, pois, no primeiro ano de Dario, Medo, levantei-me para o animar e fortalecer”.
Na verdade, com que capítulo do livro de Daniel devemos relacionar este capítulo 11? Parece-nos que será com o capítulo 9, até porque o espaço temporal é o mesmo – “No ano primeiro de Dario (…) da nação dos Medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus” – Daniel 9.1. Assim sendo, este capítulo 11 parece ser uma ampliação do capítulo 9, e este, por sua vez, a do capítulo 8, visto que o capítulo 9 não só aborda a temática dos 2300 tardes e manhãs do capítulo anterior – Daniel 8.14 – como também nos dá a conhecer o início deste tempo longo profético através da profecia das 70

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O Rei do Norte ou o Papado

O rei do Norte é, não somente Babilónia mas, ao mesmo tempo, o papado, neste contexto profético. - V.31- “E sairão a ele uns braços que profanarão o santuário e a fortaleza; e tirarão o contínuo estabelecendo a abominação desoladora”.
Na primeira parte do versículo é dito que “sairão a ele (rei do norte) uns braços”. Qual será o significado destes ? Iremos utilizar o princípio “Sola Scriptura”, ou seja, a Bíblia e ela só como regra áurea de interpretação. Consultemo-la para saber o que tem para nos dizer a este respeito. Assim temos: - (v.22)- “Portanto assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu estou contra Faraó, rei do Egipto, e quebrarei os seus braços, o forte como o que está quebrado, e farei cair da sua mão a espada. (…). (24)- E esforçarei os braços do rei de Babilónia e porei a minha espada na sua mão; mas quebrarei os braços de Faraó e diante dele gemerá como geme o traspassado” – Ezequiel 30. Então, o que significa? Nem mais nem menos do que – poderio militar. Significa ter ajuda de exércitos e estes só têm uma origem – o Estado. Encontramos aqui, de novo, neste texto de Daniel, a acentuada união entre a Igreja e o Estado. Aqui o – rei do Norte – nesta fase histórica, o mesmo é dizer, um novo nome a adicionar aos demais aplicados a este mesmo poder nas suas diferentes fases: 1- a amálgama resultante da união ilícita entre os elementos antagónicos Ferro/Barro (Daniel 2.43); 2- ao chifre pequeno saído de entre os 10 chifres pré existentes (Daniel 7.8,24). Ou ainda, quando o chifre pequeno se estende horizontalmente por toda a terra e, de repente, surge na posição vertical, ou seja na direcção do “Príncipe do exército”, no céu (Daniel 8.9-11); 3- ao Anticristo/Homem do pecado/Filho da perdição (II Tessalonicenses 2.3) 4- à besta (Apocalipse 13.2). Aqui, o rei do Norte, não terá unicamente uma vertente religiosa que o caracterizará, mas também o político – “E se fortalecerá a sua força, mas não pelo seu próprio poder (…)” - Daniel 8.24.
O texto do v. 31 continua e diz: - “(…) profanarão o santuário e a fortaleza (…)”. Mas, de que santuário se tratará? Vejamos, a este propósito o que refere o mesmo profeta: - “E se engrandeceu até ao príncipe do exército e por ele foi tirado o contínuo e o lugar do seu santuário foi lançado por terra” – Daniel 8.11. Como se pode ver, se, efectivamente, “o lugar do seu santuário foi lançado por terra”, então significa que, anteriormente, estava no céu! Na verdade, não se poderá lançar por terra o que, anteriormente já lá está, convenhamos! Lendo os versos seguintes temos: - (v.12)- “E o exército lhe foi entregue, com o sacrifício por causa das transgressões; e lançou a verdade por terra, fez isso e prosperou. (13)- Depois ouvi um santo que falava: e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do contínuo e da transgressão assoladora para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? (14) E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” – Daniel 8. Assim sendo, será que temos aqui um paralelo com o capítulo 11, na medida em que o chifre pequeno do capítulo 8 faz o mesmo que o rei do Norte, do capítulo 11? Claro que sim.
Aqui – Daniel 11.31 – ao falar do santuário, na verdade, de qual está a falar? Convém não esquecermos que estamos em plena Idade Média. Assim sendo, que santuário existia, na época, na Terra? O santuário, o último, é conhecido por – Templo de Salomão – foi destruído no ano 70 da nossa era pelos Romanos sob a chefia do general Tito. No texto que nos ocupa fala de um poder que exerce a sua actividade plena desde o ano 538, ou seja, após a destruição do templo. Assim sendo, o templo/santuário já não existe nesta Terra e, reiterando o que já dissemos, o referido santuário profanado só pode existir no céu. E em que sentido é que o chifre pequeno profana o santuário? No Antigo Testamento havia duas formas de o contaminar: 1- legalmente; 2- ilegalmente.
a)- Legalmente - quando uma pessoa se apresentava com um cordeiro no santuário, perante o sacerdote, para ali confessar o seu pecado – cf. Levítico 4.1-7. Este colocava as suas mãos sobre a cabeça daquele animal, fazendo assim, simbolicamente, a transferência do seu pecado para o inocente animal; depois, com as suas próprias mãos, o matava. A seguir, o sacerdote recolhia o sangue da vítima que continha, simbolicamente, a culpa do pecado e o levava para dentro do santuário – Lugar Santo – ou seja, na 2ª secção do santuário, logo a seguir à 1ª que se chamava Pátio - e ali o aspergia, nos móveis e no véu de separação entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo (Êxodo 27.33),

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Daniel 11 - O Rei do Norte e o Anticristo I


Dito isto, iremos colocar em paralelo para que vejamos melhor, as três acções que Daniel 11.31 assinala do rei do Norte contra Deus; como ventilámos acima, estas são as mesmas que, curiosamente, encontramos no poder denominado neste mesmo profeta, de – chifre pequeno:
Acerca desta temática do v.31b – “ (…). Estabelece a abominação que faz desolação” ainda acrescentaremos o seguinte: - como sabemos, o capítulo 8 do livro do profeta Ezequiel é conhecido como o “capítulo das abominações”. Aqui elas são mostradas, em crescendo, ao profeta – v.6,13,15. O chifre pequeno tentará “mudar os tempos e a lei” – Daniel 7.25 – constituindo esta a abominação maior que esta personagem irá cometer. Como sabemos, em relação à Lei de Deus, anulou-lhe o 2º mandamento e mudou radicalmente não só o teor do 4º - “lembra-te do dia de Sábado para o santificares (…)” – Êxodo 20.8 – como também este passou para o 3º lugar, visto que o 2º deixou de existir, tal como consta no Catecismo, como vimos anteriormente. Vejamos a abominação que coroa as que o profeta mencionou até al: - “E levou-me para o átrio interior da casa do Senhor, e eis que estavam à entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do Senhor, e com os rostos para o oriente; e eles adoravam o Sol virados para o oriente” – Ezequiel 8.16. Vemos que esta abominação acontece dentro e não fora do santuário, da Igreja. Eis aqui a maior das abominações – a adoração ao deus Sol. O que é literal no Antigo Testamento, agora tem que ser entendido espiritual ou simbolicamente. E como é que Deus vê tudo isto? Como é que a sociedade encara tudo isto? Não importa que dia é, pois não só qualquer dia é dia para adorar Deus, como também devemos ser honestos, sinceros – pois o resto, pouco interessa. Sábado ou Domingo, que importância terá?

É verdade que o Sábado e o Domingo são dias da semana e iguais, pois têm a mesma duração. Onde reside, pois, a diferença entre ambos? Unicamente porque Deus fez a diferença entre os dois, nada mais! O Sábado é um dia santificado por Deus, enquanto que o Domingo nunca foi mais do que o 1º dia da semana – um dia ordinário, comum, de actividades mercantis – nada mais! Continuando a leitura, vejamos os versos seguintes: - (v.17) - “Então me disse: Vistes, filho do homem? Há coisa mais leviana para a casa de Judá, do que essas abominações que fazem aqui? Havendo enchido a terra de violência, tornam a irritar-me; e, ei-los a chegar o ramo ao seu nariz. (18)- Pelo que também eu procederei com furor; o meu olho não poupará nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, eu não os ouvirei” – Ezequiel 8. No contexto destes dois versículos podemos aperceber-nos que não haverá misericórdia. E quando é que, no mundo, esta já não haverá? Claro, quando se fechar o Tempo da Graça e caiam as pragas.
Neste capítulo podemos ver as abominações contra Deus. Vejamos agora o que vem descrito no capítulo 9, ou seja, se foi anunciada uma destruição. Assim, é normal que, previamente, se saiba quem pertencerá ao grupo dos fiéis que estarão dentro da cidade de Deus – Jerusalém. Deus não irá destruir por destruir, pois precisa saber quem está, verdadeiramente, a adorar o Sol. Portanto, Deus tem que fazer a diferença entre uns e outros, selando-os. Assim, antes que a destruição anunciada nos versos 17 e 18 aconteça, Deus irá selar os Seus servos nas “testas” – daqueles que “(…) suspiram e que gemem por causa das abominações que se cometem no meio dela (Jerusalém)” – Ezequiel 9.4.
Esta abominação é de tal forma grave que faz com que o verdadeiro povo de Deus “suspire e gema” pelo que se está a passar na cidade, ou seja, no mundo cristão, espezinhando o Sábado e adorando e louvando Deus no dia de Domingo. O que sinal será este? O profeta dá-nos a conhecer que este sinal é: - “E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica” – Ezequiel 20.12. Assim o Sábado será o sinal que fará toda a diferença entre o povo de Deus e os demais. Entre o capítulo 8 e o 9 podemos ver um contraste entre os que adoram o Sol e os que têm o selo de Deus – os que guardam os mandamentos de Deus, tal como se encontram perpetuados na Palavra de Deus – Êxodo 20.1-17. Não acontecerá esta mesma crise no final da história deste planeta? Se examinarmos o livro escrito, precisamente, para este tempo do fim – o Apocalipse – veremos esta mesma tensão – o selo de Deus e a marca da besta – que é, não o Sol, fisicamente falando, mas o dia que o representa – o Domingo – o 1º dia da semana. Ao guardar este dia, o penitente está, não só a desonrar o seu Criador, como também a louvar aquele que criou aquele Dia – o papado – ou seja, tal como diz a Bíblia: - “(…) toda a Terra de maravilhou após a besta” – Apocalipse 13.3
Vejamos ainda os textos vistos anteriormente do profeta Daniel em relação a este tema, ou seja a – “(…). Abominação desoladora”. O contexto é o período da profecia das 70 semanas, o qual começa no ano 457 a.C., passando pelo baptismo de Cristo, no ano 27, pela Sua crucifixão, e atingindo a parte final da última semana destas 70, ou seja, o ano 34, que corresponde à rejeição de Cristo pela nação judaica – “Como também diz em Oseias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada à que não era amada” - Romanos 9.25; Actos 13,46; Gálatas 2.9. E, como resultado desta rejeição, ao se quisermos, fecho da Porta da Graça para este povo, dá-se a destruição de Jerusalém, sob os exércitos romanos, no ano 70 da nossa era. Daniel 9.27 fala desta destruição, muito embora este facto não esteja compreendido no período temporal das 70 semanas que se estendeu de 457 a.C. até 34 d.C.. Aqui foi proclamada a sentença, como também dá a conhecer o cumprimento da mesma. A rejeição do Messias, assim como a de Estevão – Actos 7.54-60 – o 1º mártir cristão; este martírio encheu a taça da paciência de Deus para com a nação judaica. Vejamos o texto: - “(…) e o povo do príncipe que há-de vir, destruirá a cidade e o santuário (…)” – Daniel 9.26. Na frase “o povo do príncipe que há-de vir” – a quem se refere, este “príncipe”? Diz respeito, quanto a nós, ao general romano Tito que, tal como o texto profético o refere, destruirá ambas as coisas – a cidade e o santuário. Finalmente, é dito: - “(…) estão determinadas assolações” – v.26b (sublinhado nosso) e “(…) e sobre a asa das abominações virá o assolador (…)” – v. 27.
Aos exércitos de Tito, a Palavra de Deus chama-lhes a abominação que assola Jerusalém. E qual a razão deste último nome? Em que condições espirituais se encontravam os de Jerusalém? Estes eram, simplesmente, apóstatas. Vejamos Mateus 24.15: - “Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê entenda”. Encontramos aqui a mesma expressão, até porque se trata de uma citação feita por Jesus do mesmo profeta. Vejamos ainda o v. 20 – “E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno, nem no sábado”. Estes dois pormenores – Inverno e Sábado – são muito significativos: a) Inverno – porque as condições climatéricas não são, para o efeito, as melhores; b) Sábado - porque era dia de repouso. Vejamos um outro texto paralelo: - “Mas quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação” – Lucas 21.20. Através destas palavras ficamos a saber que a “abominação assoladora” está directamente ligada aos exércitos de Roma. E por que era uma abominação? O exército romano tinha uma interessante característica. Esta força militar usava estandartes; e na sua extremidade estava uma águia com as asas estendidas e, à sua volta, uma grinalda redonda de cor dourada que representava o deus Sol. Assim, quando estes chegavam ao seu objectivo e circundavam a cidade a conquistar, cravavam no solo estes estandartes, em sinal de que a cidade cairia, no tempo curto, nas suas mãos e que o seu deus – Sol (Mitra) – lhes daria a vitória.
A “abominação” estava representada por estes estandartes”. Porque, depois de serem cravados no solo, estes estandartes que representavam - o deus Mitra, o deus Sol – os soldados romanos conduzidos pelo seu general, ajoelhavam-se diante dos estandartes e lhes prestavam culto. E, ao fazê-lo, estavam a adorar o deus Sol, a quem representavam. Na verdade, “desde o segundo século, o culto oriental penetrou em Roma de duas maneiras diferentes: em privado, através do culto do Sol Invictus Mitra; em público, através do Sol Invictus Heliogábalo (…). O Sol Invictus Heliogábalo, por outro lado, era um culto popular com templos grandiosos. Durante o reinado do jovem Imperador Antonino Heliogábalo (218-222), este torna-se o culto oficial de todo o Império. Portanto, desde o início do segundo século o culto do Sol invictus era dominante em Roma e noutros lugares do Império”.
Perante este cenário, os filhos de Deus recordaram-se das palavras de advertência proferidas anteriormente pelo Mestre – a abominação desoladora (Mateus 24.15) – e que aquele era o sinal para deixarem a cidade na primeira oportunidade. Mas, como fugir, se a cidade está cercada pelas tropas romanas? Na verdade, tudo estava pronto para o assalto final quando, sem qualquer explicação aparente, os exércitos invasores abandonaram o cerco. Poderá a racionalidade humana explicar os desígnios de Deus? Parecer-lhe-ão loucura – I Coríntios 2.14. Diríamos, parafraseando o adágio popular, que: Deus tem razões que a razão desconhece. Da mesma forma, quando isto aconteceu, os cristãos que estavam na cidade, aproveitaram a ocasião para fugir da cidade; nenhum cristão morreu no posterior cerco e destruição de Jerusalém.
Nos nossos dias, que país no mundo tem uma águia como seu símbolo e à volta desta tem uma circunferência – o Sol? Basta olhar para uma nota de um dólar. Será mera coincidência? Nas duas imagens ali representadas, uma de cada lado, convenhamos, que são muito significativas, até pela língua nelas contida – o latim – a língua oficial de Roma Imperial. Por outro lado, além da águia estar circunscrita, tem sobre a sua cabeça um sol. Do mesmo modo, quando este selo, a seu tempo, for usado para selar as leis dominicais, com o objectivo de impor a observância do dia do Sol – o Domingo – é o sinal, a exemplo do passado, de que deverão, os cristãos, abandonar as cidades. Será que esta relação de factos entre o decreto dominical e o êxodo das cidades é uma mera interpretação para que, eventualmente, coincida com uma determinada ideologia religiosa? Como é que a mensageira do Senhor conhecia esta interpretação dos factos? Claro que, não é uma mera opinião pessoal ou sonho, mas cremos que por inspiração divina.

sábado, 5 de maio de 2012

Daniel 11 - O Rei do Norte e o Anticristo II

Esta “abominação” é a adoração ao Sol, no dia estipulado para o efeito – o Domingo – o 1º dia da semana. E qual será o resultado desta abominação? Tal como o texto refere, trará consigo a desolação. E, para o tempo do fim, não será para um determinado lugar específico – Jerusalém – mas, estender-se-á globalmente, a nível mundial. Podemos aperceber-nos, efectivamente, da relação existente entre “cuidará em mudar a lei” – Daniel 7.25 – e este texto – “abominação desoladora” – Daniel 11.31.
- V.32- “E aos violadores do concerto ele com lisonjas perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se esforçará e fará proezas”.
Este poder irá aliciar outros com mentiras para que possam violar o concerto E qual será esta grande mentira deste poder contrário a Deus? É, claro está, em fazer crer que o 1º dia da semana – o Domingo – é um dia santo ao Senhor, um dia de repouso. E, quando é que a cristandade aceitou esta mentira? Uma vasta maioria a aceita e defende com todo o entusiasmo, dizendo que a aceitam visto Cristo ter ressuscitado neste dia – o Domingo! Mas se a norma é guardar um dia porque comemora um evento, então, Cristo celebrou antecipadamente a Páscoa com os Seus discípulos numa 5ª feira; então porque não respeitamos este dia – a 5ª feira – também como dia especial?! Uma outra razão apresentada é porque os discípulos reuniram-se, no dia da ressurreição em honra da ressurreição de Cristo. Mas, a este propósito, o que referem os evangelhos? Estes, apresentam-nos uma razão bem diferente pela qual estavam juntos naquele Domingo. Ora vejamos: - “Chegada pois a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco” – João 20.19.A razão, afinal, segundo o texto, foi outra, pois não que estivessem a comemorar fosse o que fosse, mas sim porque estavam com medo dos judeus!
Cristo repousou no sepulcro todo o santo dia de Sábado; descansou em que dia da Criação? Claro, no 7º dia - cf. Génesis 2.3; e fê-lo porque Ele é o Criador – João 1.1-3; Colossenses 1.16; Hebreus 1.2. Como também da redenção da cruz neste mesmo dia – o 7º da semana. É por esta razão que o Antigo Testamento apresenta os 10 mandamentos sob duas perspectivas, em particular o 4º mandamento – o Sábado: 1ª- Em Êxodo 20.8-11 - mostra-nos que devemos guardar o Sábado porque Deus é o Criador: - “Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há; e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia de sábado e o santificou” – v.11; 2ª- Em Deuteronómio 5.12-15 – recorda-nos a situação social do povo de Deus, ou seja que foi escravo e que Deus o redimiu, o retirou daquela situação - “Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egipto, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado” – v.15. Eis as duas razões para a guarda do Sábado: 1ª- Porque Cristo é o nosso Criador; 2ª- na qualidade de pecadores, Ele nos resgata desta situação, nos recria, de novo. E, quando o Seu povo com Ele se encontrar e com Ele estiver para todo o sempre no momento da Sua 2ª vinda a esta Terra, não só nos criou e reconstituiu

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Daniel 11 - O Rei do Norte e o Anticristo - III

O papa prisioneiro, isto foi conseguido por Berthier,
o general francês, em 1798.
Verificaram-se autênticos mercados entre os candidatos e os detentores do poder temporal. Por vezes, houve leilões. Vendia-se a quem oferecesse mais”. Segundo o enquadramento profético, o papado caminhava para o auge do seu poder, o que é confirmado pelo relato bíblico – “(…) e o dragão deu-lhe o seu poder, o seu trono e grande poderio” – Apocalipse 13.2 – é quando será “(…) ferido de morte (…)” – v. 3.
- V.40- “E no tempo do fim, o rei do sul lutará com ele, e o rei do norte o acometerá com carros, com cavaleiros e com muitos navios; e entrará nas terras e as inundará e passará”.
Para começar, é dito: - “E no tempo do fim”. Encontramos aqui a mesma expressão usada no capítulo 8.17; 11.35; 12.4. E quando começou este tempo do fim? Evidentemente, para estarmos em consonância com a sequência profética, o final do período da supremacia papal, ao longo de 1260 anos, “terminou em 1798”. De seguida fala que o rei do Sul e o do Norte lutarão um com o outro. Qual será a identidade do rei do Sul? A explicação encontra-se no v.8,9 deste mesmo capítulo, o qual nos mostra o paralelo deste rei do Sul com o Egipto. Assim sendo, o rei do Sul é o Egipto. Aqui é dito que o rei do Sul insurgir-se-á contra o rei do norte. Ora, se o rei do Sul é o Egipto e o rei do Norte, o papado, será que o Egipto insurgiu-se, tal como o texto o refere, contra o papado em 1798? Claro que não! No entanto convém não esquecer que estamos num contexto de símbolos, e aqui não é, obviamente, excepção.