Muitos expositores das Escrituras têm relacionado de forma errónea, a expressão “tardes e manhãs” ao sacrifício diário, oferecido no Templo de Jerusalém, toda manhã e toda tarde. Por esse raciocínio, a referência em Daniel 8:14 seria a 2.300 sacrifícios da manhã e da tarde. Desta maneira, defendem que o período abrangido por essa quantidade de holocaustos seja de 1.150 dias. Encontram uma suposta sustentação para isso nas passagens que mencionam esse sacrifício. Ver Daniel 8:11-13; 11:31; e 12:11.
As seguintes considerações demonstram a inconsistência dessa conclusão:
1) O hebraico diz literalmente “tarde-manhã, dois mil e trezentos”. As palavras “tarde-manhã” (heb.: - ‘ereb boqer) não são separadas por uma conjunção, constituindo uma unidade de expressão.
Em 1 Reis 11:3, aparece um caso semelhante, em que se diz que Salomão “tinha setecentas mulheres, princesas” (no original, “mulheres-princesas, setecentas”). Isso não deve ser entendido como “trezentas e cinquenta mulheres e trezentas e cinquenta princesas”; e por idêntica razão, as 2.300 tardes e manhãs não podem ser divididas em 1.150 tardes e 1.150 manhãs.
2) Se Daniel realmente quisesse indicar que o verdadeiro sentido da expressão era o de 1.150 tardes e 1.150 manhãs, ele o teria feito segundo o estilo hebraico. Quando um escritor bíblico queria distinguir entre dia e noite, o seu método era o seguinte: “quarenta dias e quarenta noites” (Génesis 7:4 e 12; Êxodo 24:18; 34:28; Deuteronómio 9:9, 11, 18 e 25; 10:10; e 1 Reis 19:8); “sete dias e sete noites” (Job 2:13); ou “três dias e três noites” (1 Samuel 30:12 e Jonas 1:17). Em nenhum caso, no Antigo Testamento, isso é dito sem a repetição do valor a que se faz referência, o que reforça o pensamento de que, em Daniel 8:14, a menção é a 2.300 dias e não a 1.150 holocaustos da manhã e da tarde.
3) Se a alusão fosse aos sacrifícios da manhã e da tarde, a passagem deveria trazer a expressão “manhãs-tardes” e não “tardes-manhãs”, pois sempre que esses termos são aplicados ao contínuo holocausto, a palavra “manhã” precede a palavra “tarde”, sem nenhuma excepção em todo o Velho Testamento (Êxodo 29:39 e 41; Números 28:4 e 8; Reis 16:15; 1 Crónicas 16:40; 2 Crónicas 2:4; 13:11; 31:3; e Esdras 3:3).
4) A base da expressão de Daniel 8:14 encontra-se em Génesis 1, no relato da Criação (Génesis 1:5, 8, 13, 19, 23 e 31), em que a “manhã” se refere ao nascer-do-sol e a “tarde”, ao seu ocaso. Evidência disso se extrai de Marcos 1:32: “À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus todos os enfermos e endemoninhados.”. Outro exemplo pode ser encontrado em Levítico 23:32: “Sábado de descanso solene vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove do mês, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado.”. Visto que, num período de 24 horas, ocorrem 2 fenómenos relacionados ao Sol, o seu nascimento e o seu ocaso, era natural que a expressão “tardes-manhãs” fosse usada para designar um dia completo.
Com base nestas evidências, não há forma de refutar o entendimento tradicional de que o período referido em Daniel 8:14 seja de 2.300 dias.
As seguintes considerações demonstram a inconsistência dessa conclusão:
1) O hebraico diz literalmente “tarde-manhã, dois mil e trezentos”. As palavras “tarde-manhã” (heb.: - ‘ereb boqer) não são separadas por uma conjunção, constituindo uma unidade de expressão.
Em 1 Reis 11:3, aparece um caso semelhante, em que se diz que Salomão “tinha setecentas mulheres, princesas” (no original, “mulheres-princesas, setecentas”). Isso não deve ser entendido como “trezentas e cinquenta mulheres e trezentas e cinquenta princesas”; e por idêntica razão, as 2.300 tardes e manhãs não podem ser divididas em 1.150 tardes e 1.150 manhãs.
2) Se Daniel realmente quisesse indicar que o verdadeiro sentido da expressão era o de 1.150 tardes e 1.150 manhãs, ele o teria feito segundo o estilo hebraico. Quando um escritor bíblico queria distinguir entre dia e noite, o seu método era o seguinte: “quarenta dias e quarenta noites” (Génesis 7:4 e 12; Êxodo 24:18; 34:28; Deuteronómio 9:9, 11, 18 e 25; 10:10; e 1 Reis 19:8); “sete dias e sete noites” (Job 2:13); ou “três dias e três noites” (1 Samuel 30:12 e Jonas 1:17). Em nenhum caso, no Antigo Testamento, isso é dito sem a repetição do valor a que se faz referência, o que reforça o pensamento de que, em Daniel 8:14, a menção é a 2.300 dias e não a 1.150 holocaustos da manhã e da tarde.
3) Se a alusão fosse aos sacrifícios da manhã e da tarde, a passagem deveria trazer a expressão “manhãs-tardes” e não “tardes-manhãs”, pois sempre que esses termos são aplicados ao contínuo holocausto, a palavra “manhã” precede a palavra “tarde”, sem nenhuma excepção em todo o Velho Testamento (Êxodo 29:39 e 41; Números 28:4 e 8; Reis 16:15; 1 Crónicas 16:40; 2 Crónicas 2:4; 13:11; 31:3; e Esdras 3:3).
4) A base da expressão de Daniel 8:14 encontra-se em Génesis 1, no relato da Criação (Génesis 1:5, 8, 13, 19, 23 e 31), em que a “manhã” se refere ao nascer-do-sol e a “tarde”, ao seu ocaso. Evidência disso se extrai de Marcos 1:32: “À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus todos os enfermos e endemoninhados.”. Outro exemplo pode ser encontrado em Levítico 23:32: “Sábado de descanso solene vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove do mês, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado.”. Visto que, num período de 24 horas, ocorrem 2 fenómenos relacionados ao Sol, o seu nascimento e o seu ocaso, era natural que a expressão “tardes-manhãs” fosse usada para designar um dia completo.
Com base nestas evidências, não há forma de refutar o entendimento tradicional de que o período referido em Daniel 8:14 seja de 2.300 dias.
Bibliografia:
“Perguntas e Respostas Sobre Questões Doutrinárias”, Ministério, março-abril de 1.988, Santo André, S.P.: Casa Publicadora Brasileira.
SCHWANTES, Siegfried J., “‘Ereb Boqer of Daniel 8:14 Re-Examined”, Simposium on Daniel – Introductory and Exegetical Studies, Editor: Frank B. Holbrook, Daniel and Revelation Committee Series, vol. 2, pp. 462 – 474.
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