Jeosafá, rei de Judá, achava-se em aflição. Tropas inimigas aproximavam-se, e o panorama parecia não oferecer esperança. O rei "se pôs a buscar ao Senhor, e apregoou jejum em todo o Judá" (II Crónicas 20:3). As pessoas afluíam ao templo em grande número a fim de suplicar a Deus misericórdia e livramento.
Enquanto Jeosafá dirigia os serviços de oração, suplicou a Deus que modificasse as circunstâncias. Ele orou nestes termos: "Porventura não és Tu Deus nos Céus? Não és Tu que dominas sobre todos os reinos dos povos? Na Tua mão está a força e o poder, e não há quem Te possa resistir" (verso 6).
Não houvera Deus protegido de modo especial o Seu povo no passado? Não havia Ele concedido o território a Seu povo escolhido? Portanto, Jeosafá implorou: "Ah! Nosso Deus, acaso não executarás Tu o Teu julgamento contra eles? Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em Ti" (verso 12).
Enquanto todo o Judá se encontrava em pé diante do Senhor, ergueu-se Jaaziel. Sua mensagem trouxe encorajamento e orientação para o povo amedrontado. Ele disse: "Não temais, nem vos assusteis... pois a peleja não é vossa, mas é de Deus... Neste encontro não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados, e vede o salvamento que o Senhor vos dará... porque o Senhor é convosco" (verso 15 - 17). Pela manhã o rei Jeosafá insistiu diante de suas tropas:
"... crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas, e prosperareis" (verso 20). O rei creu tão plenamente naquele profeta praticamente desconhecido - Jaaziel - que substituiu a sua linha de frente, colocando em lugar da mesma um coral que deveria louvar o Senhor e a beleza de Sua santidade! Enquanto as antífonas de fé enchiam os ares, o Senhor achava-Se em operação, trazendo a confusão entre os inimigos que se haviam aliado contra Jeosafá. O morticínio foi tão grande que não restou "nenhum sobrevivente" (verso 24).
Jaaziel foi o porta-voz de Deus para aquele momento especial. Os profetas desempenhavam papel vital, tanto nos tempos do Antigo quanto do Novo Testamento. Contudo, teria a profecia cessada com o encerramento do cânon bíblico? Para podermos descobrir a resposta, repassemos a história da profecia.
O Dom Profético nos Tempos Bíblicos
Embora o pecado tenha interrompido a comunicação face a face de Deus com os seres humanos (Isaías 59:2), Deus não perdeu a intimidade com as criaturas humanas; em vez disso, desenvolveu novas formas de comunicação. Passou a enviar através dos profetas as Suas mensagens de encorajamento, advertência e reprovação. (Êxodo 15:20; Juízes 4:4; II Reis 22:14; Lucas 2:36; Actos 21:9).
Nas Escrituras, o profeta é "alguém que recebe comunicação de Deus e transmite o propósito das mesmas ao povo". Os profetas não profetizavam por sua própria iniciativa:"Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana. Entretanto homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo espírito Santo." (II Pedro 1:21).
No Antigo Testamento, a palavra profeta é geralmente tradução do hebraico nabi. Seu significado é exposto em Êxodo 7:1 e 2:
"Então disse o Senhor a Moisés: vê que te constituí como deus sobre Faraó, Arão, teu irmão, será teu profeta [nabi]. Tu falarás tudo o que Eu te ordenar; e Arão, teu irmão, falará a Faraó."
O relacionamento de Moisés para com Faraó seria semelhante àquele que Deus mantém com Seu povo. Assim como Arão comunicava as palavras de Moisés a Faraó, assim o profeta apresenta as palavras de Deus perante o povo. O termo profeta, portanto, designa um porta-voz apontado por Deus. O termo grego equivalente ao hebraico nabi é prophetes, de onde deriva o nosso termo em português, profeta.
"Vidente", tradução do hebraico roeh (Isaías 30:10) ou chozeh (II Samuel 24:11) é uma outra designação para pessoas que possuem o dom profético. Os termos profeta e vidente acham-se intimamente relacionados. As Escrituras esclarecem: "Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia: vinde, vamos ter com o vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente se chamava vidente" (I Samuel 9:9). A designação vidente enfatiza o recebimento da divina mensagem por parte do profeta. Deus abria seus "olhos" ou mente, para que os profetas recebessem a informação que Ele desejava que fosse transmitida ao povo.
Através dos anos, Deus concedeu revelações de Sua vontade a Seu povo, utilizando as pessoas que haviam recebido o dom de profecia. "Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas." (Amós 3:7; Hebreus 1:1).
As Funções do Dom Profético no Novo Testamento
O Novo Testamento concede ao dom de profecia um lugar proeminente entre os dons do espírito de Cristo, colocando-o uma vez em primeiro lugar e duas vezes em segundo, entre os ministérios de maior utilidade para a igreja (veja Romanos 12:6; I Coríntios 12:28; Efésios 4:11). Ele estimulou os crentes a desejar de modo especial o dom de profecia (I Coríntios 14:1 e 39).
O Novo Testamento sugere que os profetas desempenharam as seguintes funções:
1 – Prestaram assistência na fundação da Igreja - A Igreja foi edificada "sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular" (Efésios 2:20 e 21).
2 – Iniciaram a extensão missionária da Igreja - Foi através de profetas que o espírito Santo (Jesus) chamou Paulo e Barnabé para a primeira viagem missionária (Actos 13:2 e 3) e proveu orientação no tocante aos lugares em que os missionários deveriam trabalhar (Actos 16:6 a 10).
3 – Edificaram a Igreja - "Aquele que profetiza", diz Paulo, "edifica a Igreja". As profecias são pronunciadas para os "homens, edificando, exortando e consolando" (I Coríntios 14:3 e 4). Junto com outros dons, Deus concedeu a profecia à Igreja a fim de preparar os crentes "para o desempenho do seu serviço, para edificação do corpo de Cristo" (Efésios 4:12).
4 – Uniram e protegeram a Igreja - Os profetas contribuíram para trazer a lume "a unidade da fé", protegendo a Igreja contra falsas doutrinas, de modo que os crentes não mais fossem "como meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro" (Efésios 4:14).
5 – Advertiram quanto a dificuldades futuras - Um dos profetas do Novo Testamento advertiu quanto à aproximação de uma fome futura. Como resultado, a Igreja iniciou um programa de assistência mediante o qual foram aliviados aqueles que enfrentaram dificuldades (Actos 11:27 a 30). Outros profetas advertiram no tocante à prisão de Paulo, que aconteceria em Jerusalém (Actos 20:23; Actos 21:4, 10 a 14).
6 – Confirmaram a fé em tempos de controvérsia - Por ocasião do primeiro concílio da Igreja, o espírito Santo a orientou rumo a uma decisão correcta no tocante a um assunto controvertido, relacionado com a salvação dos gentios. Depois, através dos profetas, o espírito reafirmou aos crentes outros aspectos da doutrina verdadeira. Depois de comunicar a decisão do concílio aos membros, "Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram." (Actos 15:32).
O Dom Profético nos Últimos Dias
Muitos cristãos crêem que o dom profético cessou no encerramento da era apostólica. Mas a Bíblia revela a necessidade especial de orientação divina durante as crises do tempo do fim; isto testemunha da contínua necessidade da provisão do dom profético depois dos tempos do Novo Testamento.
Não existe qualquer evidência bíblica de que Deus haveria de retirar os dons espirituais por Ele concedidos à Igreja, antes que completassem Seu propósito, o qual de acordo com Paulo, seria levar a Igreja "à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo" (Efésios 4:13).
Uma vez que a Igreja ainda não alcançou tal experiência, necessita ela ainda da presença dons do espírito. Esses dons, incluindo o dom de profecia, continuarão a operar em benefício do povo de Deus até o retorno de Cristo. Consequentemente, Paulo advertiu os crentes a não "extinguir o espírito" nem "desprezar as profecias" (I Tessalonicenses 5:19 e 20), aconselhando ainda: "procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis" (I Coríntios 14:1).
Nem sempre esses dons se manifestaram abundantemente na experiência da igreja cristã. Após a morte dos apóstolos, os profetas desfrutaram de respeitabilidade em muitos círculos, até por volta do ano 300 d.C. Mas o declínio da espiritualidade da Igreja e a consequente apostasia, conduziram a uma redução tanto da presença do espírito quanto de Seus dons. Ao mesmo tempo falsos profetas ocasionaram perda de confiança no dom profético.
O declínio do dom profético durante certos períodos da história da Igreja não significou que Deus houvesse retirado o dom permanentemente. A Bíblia indica que, ao aproximar-se o fim dos tempos, o dom estaria presente a fim de assistir a Igreja durante esses momentos de dificuldades. Mais ainda, ela garante que haveria um incremento na actividade desse dom.
O Dom Profético Imediatamente Antes do Segundo Advento.
Deus concedeu o dom profético a João Batista para que anunciasse o primeiro advento de Cristo. De modo similar, podemos esperar que Ele envie o mesmo dom para proclamar o Segundo Advento, de modo que todas as pessoas tenham oportunidade de se preparar para o encontro com o Salvador.
De facto, Cristo mencionou o surgimento de falsos profetas como um dos sinais da proximidade de Sua segunda vinda (Mateus 24:11 e 24). Se não devessem existir profetas verdadeiros durante o tempo do fim, Cristo não teria advertido contra qualquer indivíduo que pretendesse ter o dom. Sua advertência no tocante a falsos profetas implica que existiriam igualmente profetas verdadeiros. O profeta Joel anunciou um derramamento especial do Santo espírito e do dom profético justamente antes do retorno de Cristo.
Ele disse: "E acontecerá depois que derramarei o Meu espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o Meu espírito naqueles dias. Mostrarei prodígios no Céu e na Terra; sangue, fogo, e colunas de fumo. O Sol se converterá em trevas, e a Lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor." (Joel 2:28 a 31).
O Pentecostes representou, portanto, um prelúdio da plena manifestação do espírito que deverá ocorrer antes do Segundo Advento. Tal como a chuva temporã da Palestina, a qual caía no Outono, pouco tempo depois que as sementes eram lançadas ao solo, o derramamento do Espírito por ocasião do Pentecostes inaugurou a dispensação do Espírito. O cumprimento pleno e final da profecia de Joel corresponde à chuva serôdia, a qual, caindo na primavera, amadurecia o grão (Joel 2:23).
Semelhantemente, a concessão final do Espírito de Deus deverá acontecer imediatamente antes do Segundo Advento, depois dos sinais preditos para o Sol, Lua e estrelas (Mateus 24:29; Apocalipse 6:12 a 17; Joel 2:31). Tal como a chuva temporã, esta manifestação final do espírito amadurecerá a colheita da Terra (Mateus 13:30 e 39), e "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Joel 2:32).
Enquanto Jeosafá dirigia os serviços de oração, suplicou a Deus que modificasse as circunstâncias. Ele orou nestes termos: "Porventura não és Tu Deus nos Céus? Não és Tu que dominas sobre todos os reinos dos povos? Na Tua mão está a força e o poder, e não há quem Te possa resistir" (verso 6).
Não houvera Deus protegido de modo especial o Seu povo no passado? Não havia Ele concedido o território a Seu povo escolhido? Portanto, Jeosafá implorou: "Ah! Nosso Deus, acaso não executarás Tu o Teu julgamento contra eles? Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em Ti" (verso 12).
Enquanto todo o Judá se encontrava em pé diante do Senhor, ergueu-se Jaaziel. Sua mensagem trouxe encorajamento e orientação para o povo amedrontado. Ele disse: "Não temais, nem vos assusteis... pois a peleja não é vossa, mas é de Deus... Neste encontro não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados, e vede o salvamento que o Senhor vos dará... porque o Senhor é convosco" (verso 15 - 17). Pela manhã o rei Jeosafá insistiu diante de suas tropas:
"... crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas, e prosperareis" (verso 20). O rei creu tão plenamente naquele profeta praticamente desconhecido - Jaaziel - que substituiu a sua linha de frente, colocando em lugar da mesma um coral que deveria louvar o Senhor e a beleza de Sua santidade! Enquanto as antífonas de fé enchiam os ares, o Senhor achava-Se em operação, trazendo a confusão entre os inimigos que se haviam aliado contra Jeosafá. O morticínio foi tão grande que não restou "nenhum sobrevivente" (verso 24).
Jaaziel foi o porta-voz de Deus para aquele momento especial. Os profetas desempenhavam papel vital, tanto nos tempos do Antigo quanto do Novo Testamento. Contudo, teria a profecia cessada com o encerramento do cânon bíblico? Para podermos descobrir a resposta, repassemos a história da profecia.
O Dom Profético nos Tempos Bíblicos
Embora o pecado tenha interrompido a comunicação face a face de Deus com os seres humanos (Isaías 59:2), Deus não perdeu a intimidade com as criaturas humanas; em vez disso, desenvolveu novas formas de comunicação. Passou a enviar através dos profetas as Suas mensagens de encorajamento, advertência e reprovação. (Êxodo 15:20; Juízes 4:4; II Reis 22:14; Lucas 2:36; Actos 21:9).
Nas Escrituras, o profeta é "alguém que recebe comunicação de Deus e transmite o propósito das mesmas ao povo". Os profetas não profetizavam por sua própria iniciativa:"Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana. Entretanto homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo espírito Santo." (II Pedro 1:21).
No Antigo Testamento, a palavra profeta é geralmente tradução do hebraico nabi. Seu significado é exposto em Êxodo 7:1 e 2:
"Então disse o Senhor a Moisés: vê que te constituí como deus sobre Faraó, Arão, teu irmão, será teu profeta [nabi]. Tu falarás tudo o que Eu te ordenar; e Arão, teu irmão, falará a Faraó."
O relacionamento de Moisés para com Faraó seria semelhante àquele que Deus mantém com Seu povo. Assim como Arão comunicava as palavras de Moisés a Faraó, assim o profeta apresenta as palavras de Deus perante o povo. O termo profeta, portanto, designa um porta-voz apontado por Deus. O termo grego equivalente ao hebraico nabi é prophetes, de onde deriva o nosso termo em português, profeta.
"Vidente", tradução do hebraico roeh (Isaías 30:10) ou chozeh (II Samuel 24:11) é uma outra designação para pessoas que possuem o dom profético. Os termos profeta e vidente acham-se intimamente relacionados. As Escrituras esclarecem: "Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia: vinde, vamos ter com o vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente se chamava vidente" (I Samuel 9:9). A designação vidente enfatiza o recebimento da divina mensagem por parte do profeta. Deus abria seus "olhos" ou mente, para que os profetas recebessem a informação que Ele desejava que fosse transmitida ao povo.
Através dos anos, Deus concedeu revelações de Sua vontade a Seu povo, utilizando as pessoas que haviam recebido o dom de profecia. "Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas." (Amós 3:7; Hebreus 1:1).
As Funções do Dom Profético no Novo Testamento
O Novo Testamento concede ao dom de profecia um lugar proeminente entre os dons do espírito de Cristo, colocando-o uma vez em primeiro lugar e duas vezes em segundo, entre os ministérios de maior utilidade para a igreja (veja Romanos 12:6; I Coríntios 12:28; Efésios 4:11). Ele estimulou os crentes a desejar de modo especial o dom de profecia (I Coríntios 14:1 e 39).
O Novo Testamento sugere que os profetas desempenharam as seguintes funções:
1 – Prestaram assistência na fundação da Igreja - A Igreja foi edificada "sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular" (Efésios 2:20 e 21).
2 – Iniciaram a extensão missionária da Igreja - Foi através de profetas que o espírito Santo (Jesus) chamou Paulo e Barnabé para a primeira viagem missionária (Actos 13:2 e 3) e proveu orientação no tocante aos lugares em que os missionários deveriam trabalhar (Actos 16:6 a 10).
3 – Edificaram a Igreja - "Aquele que profetiza", diz Paulo, "edifica a Igreja". As profecias são pronunciadas para os "homens, edificando, exortando e consolando" (I Coríntios 14:3 e 4). Junto com outros dons, Deus concedeu a profecia à Igreja a fim de preparar os crentes "para o desempenho do seu serviço, para edificação do corpo de Cristo" (Efésios 4:12).
4 – Uniram e protegeram a Igreja - Os profetas contribuíram para trazer a lume "a unidade da fé", protegendo a Igreja contra falsas doutrinas, de modo que os crentes não mais fossem "como meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro" (Efésios 4:14).
5 – Advertiram quanto a dificuldades futuras - Um dos profetas do Novo Testamento advertiu quanto à aproximação de uma fome futura. Como resultado, a Igreja iniciou um programa de assistência mediante o qual foram aliviados aqueles que enfrentaram dificuldades (Actos 11:27 a 30). Outros profetas advertiram no tocante à prisão de Paulo, que aconteceria em Jerusalém (Actos 20:23; Actos 21:4, 10 a 14).
6 – Confirmaram a fé em tempos de controvérsia - Por ocasião do primeiro concílio da Igreja, o espírito Santo a orientou rumo a uma decisão correcta no tocante a um assunto controvertido, relacionado com a salvação dos gentios. Depois, através dos profetas, o espírito reafirmou aos crentes outros aspectos da doutrina verdadeira. Depois de comunicar a decisão do concílio aos membros, "Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram." (Actos 15:32).
O Dom Profético nos Últimos Dias
Muitos cristãos crêem que o dom profético cessou no encerramento da era apostólica. Mas a Bíblia revela a necessidade especial de orientação divina durante as crises do tempo do fim; isto testemunha da contínua necessidade da provisão do dom profético depois dos tempos do Novo Testamento.
Não existe qualquer evidência bíblica de que Deus haveria de retirar os dons espirituais por Ele concedidos à Igreja, antes que completassem Seu propósito, o qual de acordo com Paulo, seria levar a Igreja "à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo" (Efésios 4:13).
Uma vez que a Igreja ainda não alcançou tal experiência, necessita ela ainda da presença dons do espírito. Esses dons, incluindo o dom de profecia, continuarão a operar em benefício do povo de Deus até o retorno de Cristo. Consequentemente, Paulo advertiu os crentes a não "extinguir o espírito" nem "desprezar as profecias" (I Tessalonicenses 5:19 e 20), aconselhando ainda: "procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis" (I Coríntios 14:1).
Nem sempre esses dons se manifestaram abundantemente na experiência da igreja cristã. Após a morte dos apóstolos, os profetas desfrutaram de respeitabilidade em muitos círculos, até por volta do ano 300 d.C. Mas o declínio da espiritualidade da Igreja e a consequente apostasia, conduziram a uma redução tanto da presença do espírito quanto de Seus dons. Ao mesmo tempo falsos profetas ocasionaram perda de confiança no dom profético.
O declínio do dom profético durante certos períodos da história da Igreja não significou que Deus houvesse retirado o dom permanentemente. A Bíblia indica que, ao aproximar-se o fim dos tempos, o dom estaria presente a fim de assistir a Igreja durante esses momentos de dificuldades. Mais ainda, ela garante que haveria um incremento na actividade desse dom.
O Dom Profético Imediatamente Antes do Segundo Advento.
Deus concedeu o dom profético a João Batista para que anunciasse o primeiro advento de Cristo. De modo similar, podemos esperar que Ele envie o mesmo dom para proclamar o Segundo Advento, de modo que todas as pessoas tenham oportunidade de se preparar para o encontro com o Salvador.
De facto, Cristo mencionou o surgimento de falsos profetas como um dos sinais da proximidade de Sua segunda vinda (Mateus 24:11 e 24). Se não devessem existir profetas verdadeiros durante o tempo do fim, Cristo não teria advertido contra qualquer indivíduo que pretendesse ter o dom. Sua advertência no tocante a falsos profetas implica que existiriam igualmente profetas verdadeiros. O profeta Joel anunciou um derramamento especial do Santo espírito e do dom profético justamente antes do retorno de Cristo.
Ele disse: "E acontecerá depois que derramarei o Meu espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o Meu espírito naqueles dias. Mostrarei prodígios no Céu e na Terra; sangue, fogo, e colunas de fumo. O Sol se converterá em trevas, e a Lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor." (Joel 2:28 a 31).
O Pentecostes representou, portanto, um prelúdio da plena manifestação do espírito que deverá ocorrer antes do Segundo Advento. Tal como a chuva temporã da Palestina, a qual caía no Outono, pouco tempo depois que as sementes eram lançadas ao solo, o derramamento do Espírito por ocasião do Pentecostes inaugurou a dispensação do Espírito. O cumprimento pleno e final da profecia de Joel corresponde à chuva serôdia, a qual, caindo na primavera, amadurecia o grão (Joel 2:23).
Semelhantemente, a concessão final do Espírito de Deus deverá acontecer imediatamente antes do Segundo Advento, depois dos sinais preditos para o Sol, Lua e estrelas (Mateus 24:29; Apocalipse 6:12 a 17; Joel 2:31). Tal como a chuva temporã, esta manifestação final do espírito amadurecerá a colheita da Terra (Mateus 13:30 e 39), e "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Joel 2:32).
Sem comentários:
Enviar um comentário