A 45kilómetros para sul de Tiatira fica a cidade de Sardes. O facto da sua extensão se encontrar a dois níveis (planos geográficos) recebeu o nome no plural (Sardeis em grego). Originalmente, a cidade estava construída sobre um planalto a mil e quinhentos metros de altitude, à medida que se foi desenvolvendo, ultrapassou o planalto e casas foram construídas sobre as encostas e nos vales e a velha cidade, torna-se um museu abandonado.
A topografia de Sardes testemunha da sua decadência que marcou a sua história. Sardes é o exemplo perfeito do contraste entre o passado de glória e um presente de miséria. No tempo de João, Sardes já tinha esquecido os seus tempos de glória. Quinhentos anos antes teve lugar entre as cidades mais prestigiadas do mundo. O rico Crésus foi o último rei (560 – 546 a.C.). Foi sob o reinado deste rei, na verdade, que a cidade caiu nas mãos de Ciro.
Cresus foi apanhado de surpresa, as suas sentinelas estavam descuidadas. Quando os soldados de Ciro chegaram ao alto da montanha, viram a cidade sem protecção. As portas estavam abertas e sem vigias, era um convite ao inimigo para entrar. Depois que Sardes perdeu a sua soberania tornou-se uma cidade fantasma. A orgulhosa cidade de outrora, que tinha ao principio impressionado e desafiado Ciro, foi reduzida a um monumento antigo.
As exortações encontradas nesta Carta, são um apelo e inspira-se na memória: “Lembra-te, portanto, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te.” (Ap. 3:3). E os numerosos apelos da carta anteriormente feitos à Igreja de Éfeso permitem compreender a ânsia do Apóstolo a que esta Igreja de Sardes retorne à experiência teve início na história do cristianismo. Aquele que envia a Carta identifica-se tal como o fez na Carta de Éfeso “aquele que tem os sete espíritos de Deus, e as estrelas” (Ap. 3:1; cf. 2:1). Esta Igreja é juntamente com a Igreja de Éfeso chamada: “a que tem”.
No centro das tristes acusações e apesar de tudo, apercebemo-nos que estas duas Igrejas “têm” qualquer coisa. A mesma palavra em grego alla (“portanto”, Ap. 2:6; “no entanto”, Ap. 3.4) introduzem nestas duas Cartas a saudação que se mistura com a reprovação.
Ambas recebem a mesma promessa de “comer da árvore da vida” para Efésio (Ap. 2:7) e para Sardes o “livro da vida” (Ap. 3:5).
Ambas antecipam o encontro da festa, um banquete com Deus. Na Carta a Efésio, o banquete é evocado na consumação da árvore da vida (2:7).
Na Carta a Sardes, o banquete é evocado através das vestes brancas (Ap. 3:4,5). É evidente que as vestes brancas simbolizam a pureza, tal como é indicado no contexto: “tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram as suas veste.” (Ap. 3:4) Mas as vestes estão igualmente associadas à festa e à ceia que é celebrada (Eclesiastes 9:8). Revestir-se de vestes brancas, é de alguma maneira assumir o espírito da festa, é por antecipação desfrutar das delícias do banquete do Hóspede divino. A igreja de Sardes marca na história do cristianismo um movimento de retorno à origem.
É o tempo da Reforma. As antigas verdades são redescobertas. É um lembrar-se da mensagem original da Bíblia “do que tens recebido e ouvido,” (Ap. 3:3). A Palavra de Deus torna-se de novo alvo da atenção dos crentes. O espírito abre-se e é reencontrado o sabor dos estudos. Os Reformadores valorizam o acesso directo à fonte da vida.
Este período é marcado pelo abandono da dependência dos padres ou das tradições e é valorizada a aprendizagem do hebreu e do grego. É a época dos primeiros estudiosos das línguas em que a Sagrada Escritura foi escrita.
Depressa porém, o movimento é ruído pela esclerose. A igreja nascente forma a sua própria tradição e o seu próprio credo. Os cuidados em pensar no que é correcto transforma-se numa escolástica protestante e isto toma relevância sobre a relação pessoal e íntima com Deus. Cai-se outra vez na intolerância. Os protestantes formam inquisidores e os seus processos. Calvino condena os sábios como Michel Servet, que ousou pensar de forma diferente da dele. Lutero inflama-se nas argumentações anticatólicas e antijudaicas e condena à exterminação todos os que não o seguem.
As vitimas das guerras religiosas que tiveram inicio na Europa em que envolvem protestantes que pensam diferente uns dos outros mistura-se com o catolicismo, uma disputa não tanto pela Verdade, mas pelo poder ao nível dos Estados. Crimes são cometidos, de novo, em nome de Deus: “Os que se esquecem da história estão condenados a repeti-la.”
A cidade não está vigiada (como a antiga Sardes). E pode compreender-se o tom triste e o apelo da Carta a Sardes: “Sê vigilante,” (Ap. 3:2); “Pois se não vigiares, virei como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” (Ap. 3:3). Curioso, também a Sardes espiritual apresenta estes dois planos. Também esta Igreja de algum modo se pode usar o termo no plural (Sardeis).
No entanto, os apelos de Deus sobre esta Igreja que seria objecto de todos os ataques do inimigo são prementes “Sê vigilante”, “não tenho achado as tuas obras perfeitas”, “Lembra-te”, “arrepende-te”. A razão desta linguagem é a consequência da atitude negligente, indiferente dos membros, tal como os antigos habitantes de Sardes, se instalaram numa nova cidade.
Felizmente, o suspiro do autor da Carta, “tens algumas pessoas que não contaminaram as suas vestes e comigo andarão vestidos de branco,” (Ap. 3:4). É uma minoria que persevera. Esta noção de “resto” tem a sua raiz fundada na mais legítima tradição bíblica. Seth, o terceiro depois de Adão até aos construtores do Templo, Esdras e Neemias, passando pelos Patriarcas como Abraão, Isaque e Jacob, os fiéis do Senhor como o profeta Elias e os resistentes ao culto do bezerro de ouro, a história sagrada da Aliança de Deus com o Seu povo desenvolve-se sobre alguns “resgatados” que sobrevivem à infidelidade. “Um resto sobrevirá”.
A mesma promessa é ouvida da parte do Senhor a Isaías:” Então disse o Senhor a Isaías: saí agora, tu e teu filho Sear-Jasube,” (Is. 7:3), para servir de sinal ao povo adormecido.
O profeta João aproveita o nome Sardes para transmitir (no nome do Senhor) um apelo a reanimar (sterison) um resto (Ap. 3:2). No nome de Sardes, compreendemos que sterison/reanimar, dá-nos consciência que os que ouvem são um resto em vias de extinção.
Querido/a seja o resto, escute a voz de Deus a chamar, lembre-se por amor do Seu nome que esse resto é mencionado em Apocalipse 14:12: “Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.”
Se o seu coração sente o toque do Espírito Santo, não permita que Satanás o/a leve à cidade da mornidão!
A topografia de Sardes testemunha da sua decadência que marcou a sua história. Sardes é o exemplo perfeito do contraste entre o passado de glória e um presente de miséria. No tempo de João, Sardes já tinha esquecido os seus tempos de glória. Quinhentos anos antes teve lugar entre as cidades mais prestigiadas do mundo. O rico Crésus foi o último rei (560 – 546 a.C.). Foi sob o reinado deste rei, na verdade, que a cidade caiu nas mãos de Ciro.
Cresus foi apanhado de surpresa, as suas sentinelas estavam descuidadas. Quando os soldados de Ciro chegaram ao alto da montanha, viram a cidade sem protecção. As portas estavam abertas e sem vigias, era um convite ao inimigo para entrar. Depois que Sardes perdeu a sua soberania tornou-se uma cidade fantasma. A orgulhosa cidade de outrora, que tinha ao principio impressionado e desafiado Ciro, foi reduzida a um monumento antigo.
As exortações encontradas nesta Carta, são um apelo e inspira-se na memória: “Lembra-te, portanto, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te.” (Ap. 3:3). E os numerosos apelos da carta anteriormente feitos à Igreja de Éfeso permitem compreender a ânsia do Apóstolo a que esta Igreja de Sardes retorne à experiência teve início na história do cristianismo. Aquele que envia a Carta identifica-se tal como o fez na Carta de Éfeso “aquele que tem os sete espíritos de Deus, e as estrelas” (Ap. 3:1; cf. 2:1). Esta Igreja é juntamente com a Igreja de Éfeso chamada: “a que tem”.
No centro das tristes acusações e apesar de tudo, apercebemo-nos que estas duas Igrejas “têm” qualquer coisa. A mesma palavra em grego alla (“portanto”, Ap. 2:6; “no entanto”, Ap. 3.4) introduzem nestas duas Cartas a saudação que se mistura com a reprovação.
Ambas recebem a mesma promessa de “comer da árvore da vida” para Efésio (Ap. 2:7) e para Sardes o “livro da vida” (Ap. 3:5).
Ambas antecipam o encontro da festa, um banquete com Deus. Na Carta a Efésio, o banquete é evocado na consumação da árvore da vida (2:7).
Na Carta a Sardes, o banquete é evocado através das vestes brancas (Ap. 3:4,5). É evidente que as vestes brancas simbolizam a pureza, tal como é indicado no contexto: “tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram as suas veste.” (Ap. 3:4) Mas as vestes estão igualmente associadas à festa e à ceia que é celebrada (Eclesiastes 9:8). Revestir-se de vestes brancas, é de alguma maneira assumir o espírito da festa, é por antecipação desfrutar das delícias do banquete do Hóspede divino. A igreja de Sardes marca na história do cristianismo um movimento de retorno à origem.
É o tempo da Reforma. As antigas verdades são redescobertas. É um lembrar-se da mensagem original da Bíblia “do que tens recebido e ouvido,” (Ap. 3:3). A Palavra de Deus torna-se de novo alvo da atenção dos crentes. O espírito abre-se e é reencontrado o sabor dos estudos. Os Reformadores valorizam o acesso directo à fonte da vida.
Este período é marcado pelo abandono da dependência dos padres ou das tradições e é valorizada a aprendizagem do hebreu e do grego. É a época dos primeiros estudiosos das línguas em que a Sagrada Escritura foi escrita.
Depressa porém, o movimento é ruído pela esclerose. A igreja nascente forma a sua própria tradição e o seu próprio credo. Os cuidados em pensar no que é correcto transforma-se numa escolástica protestante e isto toma relevância sobre a relação pessoal e íntima com Deus. Cai-se outra vez na intolerância. Os protestantes formam inquisidores e os seus processos. Calvino condena os sábios como Michel Servet, que ousou pensar de forma diferente da dele. Lutero inflama-se nas argumentações anticatólicas e antijudaicas e condena à exterminação todos os que não o seguem.
As vitimas das guerras religiosas que tiveram inicio na Europa em que envolvem protestantes que pensam diferente uns dos outros mistura-se com o catolicismo, uma disputa não tanto pela Verdade, mas pelo poder ao nível dos Estados. Crimes são cometidos, de novo, em nome de Deus: “Os que se esquecem da história estão condenados a repeti-la.”
A cidade não está vigiada (como a antiga Sardes). E pode compreender-se o tom triste e o apelo da Carta a Sardes: “Sê vigilante,” (Ap. 3:2); “Pois se não vigiares, virei como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” (Ap. 3:3). Curioso, também a Sardes espiritual apresenta estes dois planos. Também esta Igreja de algum modo se pode usar o termo no plural (Sardeis).
No entanto, os apelos de Deus sobre esta Igreja que seria objecto de todos os ataques do inimigo são prementes “Sê vigilante”, “não tenho achado as tuas obras perfeitas”, “Lembra-te”, “arrepende-te”. A razão desta linguagem é a consequência da atitude negligente, indiferente dos membros, tal como os antigos habitantes de Sardes, se instalaram numa nova cidade.
Felizmente, o suspiro do autor da Carta, “tens algumas pessoas que não contaminaram as suas vestes e comigo andarão vestidos de branco,” (Ap. 3:4). É uma minoria que persevera. Esta noção de “resto” tem a sua raiz fundada na mais legítima tradição bíblica. Seth, o terceiro depois de Adão até aos construtores do Templo, Esdras e Neemias, passando pelos Patriarcas como Abraão, Isaque e Jacob, os fiéis do Senhor como o profeta Elias e os resistentes ao culto do bezerro de ouro, a história sagrada da Aliança de Deus com o Seu povo desenvolve-se sobre alguns “resgatados” que sobrevivem à infidelidade. “Um resto sobrevirá”.
A mesma promessa é ouvida da parte do Senhor a Isaías:” Então disse o Senhor a Isaías: saí agora, tu e teu filho Sear-Jasube,” (Is. 7:3), para servir de sinal ao povo adormecido.
O profeta João aproveita o nome Sardes para transmitir (no nome do Senhor) um apelo a reanimar (sterison) um resto (Ap. 3:2). No nome de Sardes, compreendemos que sterison/reanimar, dá-nos consciência que os que ouvem são um resto em vias de extinção.
Querido/a seja o resto, escute a voz de Deus a chamar, lembre-se por amor do Seu nome que esse resto é mencionado em Apocalipse 14:12: “Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.”
Se o seu coração sente o toque do Espírito Santo, não permita que Satanás o/a leve à cidade da mornidão!
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