Já referimos até aqui a prodigiosa exactidão desta primeira fatia da profecia maior (70 semanas = 490 anos), previamente anunciada pelo profeta no capítulo anterior – Daniel 8.13,14 - referente às 2.300 tardes e manhãs. Com todos os elementos vistos até aqui podemos construir toda a profecia, a saber:
1- O ponto de partida da profecia maior, incluída na qual está a das 70 semanas é, como vimos, o ano 457 a. C.
2- Sabemos também que este período de 490 anos (70 semanas) terminou no ano 34 d. C.
3- Se subtrairmos os 490 anos ao período profético mais longo, ou seja, 2.300 anos, restarão 1.810 anos.
4- Agora para que possamos descobrir quando termina o período mais longo é muito fácil, pois basta acrescentar 1.810 anos ao ano 34, ano em que terminou a profecia menor (as 70 semanas) e assim chegaremos ao ano final da profecia maior (2.300 tardes e manhãs), ou seja, ao ano de 1844 da nossa era.
O que é que aconteceria aqui? Recorde-se o que revelou o profeta Daniel, ao dizer: - “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs, o santuário será purificado” – Daniel 8.14. Neste tempo, como vimos anteriormente, o nosso grande Sumo Sacerdote, o “Messias, o Príncipe”, iniciou a Sua obra final de intercessão, na qualidade de nosso único Mediador – I Timóteo 2.5.
Chegámos ao final do grande período previamente anunciado – o das 2.300 tardes e manhãs – ou seja, o ano em que o “santuário será purificado.” – Daniel 8.14 – o qual ocorreria no ano de 1844.
Em linguagem simbólica, nesta data, Cristo inicia o Seu ministério no Lugar Santíssimo, no céu. Resumiremos as diferentes fases do julgamento:
1- 1ª fase do juízo (julgamento antes da vinda de Jesus) – o Filho do Homem vem ao Ancião de Dias – Daniel 7.9-14, 26,27. O santuário é purificado – Daniel 8.14 – e tem lugar a abertura dos livros – investigação – Daniel 7.10 – para averiguação de quem merece ou não constar no livro da vida – Apocalipse 20.12.
2- A vinda de Cristo marcará a 2ª fase do juízo (no céu) - quando Jesus vier, sentado no trono da Sua glória, devido ao veredicto do julgamento que ocorreu previamente, então separará os que merecem e os que não merecem estar com Ele para todo o sempre – cf. Mateus 13.30; 26.31-43. Haverá a ressurreição dos justos e ida para o céu – I Tessalonicenses 4.15-17. Aqui, ao longo de mil anos, os justos assistirão, na qualidade de membros do júri, julgarão todos os que rejeitaram a Graça divina, seres humanos e anjos caídos – I Coríntios 6.2,3; Judas 6,15; Apocalipse 20.3-7.
3- A 3ª fase do juízo (após os mil anos) – dá-se a execução da sentença. Será o acto final do grande drama universal – Apocalipse 20.11-15
Assim, como nota final, recordaremos o conhecido o papel que William Miller (Guilherme Miller) teve em relação à data de 1843 / 1844, no que respeita à significação do que fora predito “Miller e os seus companheiros proclamaram que o período profético mais longo e o último apresentado na Bíblia estava a ponto de terminar, que o juízo estava próximo e que deveria ser inaugurado o reino eterno. (…). Explicando Daniel 8.14 - - Miller adoptou a opinião geralmente mantida de que a Terra é o santuário, crendo que a purificação deste representava a purificação da Terra pelo fogo, na vinda do Senhor. (…). O seu erro resultou de aceitar a opinião popular quanto ao que constitui o santuário”. Portanto, o erro não esteve directamente relacionado com os cálculos, mas sim com a troca do Santuário Celeste pela Terra, pois a purificação deveria de ser, tal como a profecia apontava, no santuário e não na Terra, isto é, o momento da gloriosa vinda de Jesus!
Digamos, desde já que de modo algum, William Miller foi pioneiro acerca da datação da profecia das 2.300 tardes e manhãs. A este propósito – marcação desta data - convém recordar que já em 1834, o distinto jurista mexicano, Dr. José Maria Gutierrez de Rozas (1769-1848), católico romano, publicou uma obra, na qual considerava que o fim do período das 2.300 tardes e manhãs, na qual estava incluída a profecia das 70 semanas, ocorreria entre 1843, 1844 ou 1847. Se compararmos as datas das diferentes publicação acerca deste assunto, vemos que “quase todos (os autores) publicaram o seu ponto de vista antes do primeiro livro de William Miller, que apareceu em 1836”; portanto, já dois anos antes de William Miller, acerca deste mesmo assunto, algo tinha sido escrito!
Assim, para uma melhor compreensão de como a profecia das 2.300 tardes e manhãs se estende ao longo do tempo, esquematicamente a apresentamos:
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