domingo, 4 de março de 2012

APOCALIPSE 14 E OS 144.000

Vejamos, desde já, o v. 1: - “Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai”. Assim sendo, o que se seguirá à crise final? É evidente que, tal como o próprio texto refere – “o monte Sião” – a montanha. Eis aqui a mesma montanha de Daniel 2. Aqui, Cristo não está só, mas acompanhado dos vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome. Cristo, em Daniel 7.27 recebe o reino e com Ele os santos. Aqui, em Apocalipse 14.1, Cristo está sobre o monte Sião com os 144.000 selados nas suas testas para contrastar com o grupo anterior que tinha a marca da besta.
Agora falta o Juízo. E onde podemos vê-lo? Não esqueçamos que o capítulo 12, comporta todo o conflito do princípio até ao fim. No entanto, há certos pormenores que neste capítulo não estão mencionados. No capítulo 13, o vidente irá acrescentar mais alguns detalhes do Antigo Testamento e os relaciona com Daniel. Depois acrescenta mais coisas do período do dragão, do período dos 1260 anos, do domínio da besta; fala mais do poder que é a – terra – e qual o seu papel na História, como país cristão; fala da perseguição do povo de Deus e apresenta-o vitorioso sobre o monte Sião com Cristo. O capítulo 13, portanto, repete o capítulo 12, só que lhe acrescenta mais detalhes. O que é que faz Daniel 7 em relação a Daniel 2? Repete-o. E o que faz Daniel 8 com o capítulo 2 e o 7? De novo, repete. E o que faz Daniel 11 com os capítulos 2 - 7 – 8. De novo, retoma-os.
Os capítulos 12 e 13 não mencionam o Juízo. No capítulo 14, é necessário falar do Juízo que se realizou antes da 2ª vinda de Cristo. Vejamos: - (v.6)- “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo o evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, a cada nação, tribo, língua e povo. (7) - Dizendo em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas” – Apocalipse 14. Qual será a razão por que a mensagem do 1º anjo apele para adorar o Criador? A razão é muito simples, pois no capítulo anterior a besta ordena que seja adorada a besta e que seja recebido o seu sinal – o Domingo – 1º dia da semana. Agora a mensagem regressa ao período da pregação Milerita, ou seja, a mensagem do 1º anjo, do Sábado, convidando as pessoas a saírem de Babilónia; alertando-as para que não recebam a
marca da besta. Agora irá ser descrita qual a mensagem que receberam aqueles que permaneceram firmes na guerra final.
Vejamos o versículo: - “(7)- Dizendo em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas” – Apocalipse 14. Que Deus é este? O Deus Criador. E qual é o sinal do Criador? Como já vimos, é o Sábado. Não se pode adorar Deus sem guardar o Sábado. Afinal, por que adoramos Deus? Porque Ele nos fez. E que sinal me deu na qualidade de meu criador? Claro, o Sábado. Assim, a mensagem do 1º anjo diz: - “é chegada a hora do seu juízo”. Agora, guarde-se bem o Seu santo dia, dai-lhe glória porque o seu juízo chegou.
Neste capítulo existem estes elementos suplementares: - 1- os salvos chegaram ao monte Sião; 2- Que foi dada a mensagem do Juízo; 3- que este faz a separação entre os que adoram Deus e os que o não
fazem. E o que acontece quando termina a mensagem do 3º anjo? Podemos ainda perguntar: - como é que o capítulo 14 descreve, no início, o céu – v.1-5 - quando ainda não falou da mensagem dos 3 anjos? Na verdade, o que acontece é que na mensagem dos 3 anjos o profeta está a descrever o que aconteceu antes do povo de Deus ter chagado ao Céu. Agora o profeta irá explicar como os filhos de Deus chegaram ao monte Sião. Voltamos a perguntar: - E o que se passou quando terminaram as 3 mensagens? Qual é o propósito de um Juízo? É evidente que é julgar, separar. E é isto mesmo o que faz a mensagem dos 3 anjos – separar os bons dos maus – “Olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro e na sua mão uma foice aguda” – v. 14. Um texto igual a Daniel 7.13. Estes versículos – Apocalipse 14.14-20 – não estão a descrever a 2ª vinda de Cristo, mas sim o contexto inicial do Juízo Investigativo ou pré-advento. A separação entre bons e maus acontece à vinda de Cristo ou antes? Claro que será antes. O juízo faz-se no Céu. Esta função, só por si já indica que haverá a uma clarificação das partes, como no dizer do profeta Malaquias : - “Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus, e o que o não serve” – Malaquias 3.18.
Agora, retomemos o versículo 14: - “Olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro e na sua mão uma foice aguda”. Em função desta informação, devemos perguntar-nos qual a razão do filho do homem ter na Sua mão uma “foice aguda”? Esta, como sabemos, tem a função e significado de: ceifar, colher, julgar, separar o trigo do joio – no simbolismo espiritual - separar os bons dos maus. No juízo quem é examinado primeiro? Os filhos de Deus – “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?” – I Pedro 4.17. Cristo, neste momento, continua a examinar todos os casos, visto que tem que estar perfeitamente claro, antes da Sua vinda, quem está salvo para que, com Ele, possa viver, fora desta Terra, esse período milenar no momento da Sua 2ª vinda a esta Terra.
Abramos aqui um breve parêntesis acerca do julgamento: - “A Bíblia apresenta quatro fases do julgamento: - 1ª- antes da 2ª vinda – O Filho do homem apresenta-se ao Ancião de Dias (Daniel 7.9-14,26,27); purifica o santuário (Daniel 8.14) e investiga os livros (Daniel 7.10), de modo a comprovar quem está qualificado para permanecer com o seu nome no livro da vida – Daniel 12.1,2. 2ª- por ocasião da 2ª vinda – O Filho do homem, assentado em glória, separa as ovelhas dos bodes – Mateus 25.31-46. 3ª- durante o Milénio – Durante mil anos os santos assentam-se em tronos e lhes é atribuída a tarefa de julgar; o que fazem mediante o exame dos registos dos que não se salvaram e dos anjos caídos – Apocalipse 20.4; I Coríntios 6.2,3. 4ª- final do Milénio – No encerramento do Milénio é executada a sentença, quando os ímpios e a própria morte serão lançados no lago de fogo – Apocalipse 20.12-15”. Fechar parêntesis.
Retomando: - Na terra santa, o que fazia amadurecer a colheita? A chuva serôdia ou tardia. O que é que já caiu antes desta colheita? Precisamente esta chuva serôdia, visto que o cereal está maduro – “Então darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã e a serôdia para que recolhas o teu grão, o teu mosto e o teu azeite” – Deuteronómio 11.14. No Apocalipse 14 encontramos a referência implícita à chuva serôdia: - “E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada” – v. 16. A ceara ceifada representa os bons. Vejamos o versículo 17: - “E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda. (18)- E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo; e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da terra porque já as suas uvas estão maduras”.
Quantas colheitas existem? Claro, duas. Como vimos, em primeiro lugar são julgados os filhos de Deus e, em 2º lugar, os injustos. Onde estão os justos neste capítulo? Vejamos o v. 19: - “E o anjo meteu a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da terra e lançou-as no grande lagar da ira de Deus. (20)- E o lagar foi pisado fora da cidade; e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos pelo espaço de mil e seiscentos estádios” – . Devemos dizer algo sobre este número que aqui está mencionado, visto ser significativo, pois não foi usado, certamente, por acaso. Ele quer realçar que “a extensão da carnificina calcula-se pelos números que medem o seu espaço: 1600 estádios, ou seja, cerca de 300 km. (…). O número é, claro, simbólico. Esta baseia-se apoia-se no número (4x4x100), do qual se sabe que significa a universalidade geográfica . Uma forma de dizer que o castigo toma proporções mundiais. (…); o campo da terra (número 4) é a contrapartida do campo da aliança com Deus (número 12= 4x3)”. Este mesmo simbolismo encontramos no livro do profeta Daniel que, como estamos a examinar deve ser lido e interpretado paralelamente ao do Apocalipse. Assim “quando se sabe a importância do número quatro no livro de Daniel, não podemos deixar de pensar que esta regularidade rítmica traduz uma preocupação que está para além da simples intenção retórica. Já vimos que a estátua sonhada por Nabucodonosor era composta por quatro metais para representar os quatro reinos que se deveriam suceder até ao fim. Encontramos, de novo, este mesmo esquema de quatro reinos no capítulo 7 de Daniel, representados ali por quatro animais. (…). O número quatro exprime a ideia de limitação dos reinos terrestres, e já traz nele a mensagem do fim”.
Estas uvas aqui mencionadas representam os injustos que são lançados neste lagar. E onde este último se encontra? Os filhos de Deus, geograficamente, encontram-se, como vimos, no monte Sião – v. 1 – enquanto que os ímpios, injustos encontram-se fora de Sião. Em contraste, quem é a vinha do Senhor? O profeta revela que: - “a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel (…)” – Isaías 5.7. O lagar onde são lançadas e pisadas estas uvas da terra está fora da cidade. E por que estão estas uvas reunidas à volta da cidade? Elas tem um único propósito, atacar os que estão dentro da cidade – imagem que iremos encontrar, mais tarde, em Daniel 11.45. Os ímpios desejam aniquilar os justos. A mesma imagem encontramos no capítulo 13 onde, quem não adorar a besta será morto – Decreto de Morte – v.15. O capítulo 14 termina onde terminou o capítulo anterior, sob o mesmo contexto. Só que aqui, capítulo 14, está descrito o juízo que provocará a separação dos justos e injustos. Não esqueçamos que não se trata da cidade Jerusalém, na Palestina. Hoje, esta cidade é a Igreja mundial, tal como são os justos e injustos – mundiais.

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