segunda-feira, 9 de maio de 2011

QUARTO DIA: AS DUAS BESTAS DO APOCALIPSE (Apocalipse 13

Este capítulo comporta quatro temas principais: 1- a besta que sobe do mar; 2- a besta que sobe da terra; 3- a marca da besta; 4- o número misterioso 666. Assim começa o vidente de Patmos a sua visão: - “E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres e sobre os seus chifres, dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfémia. E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso; e a sua boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder e o seu trono e grande autoridade” – Apoc. 13.1,2.
Antes de mais, convinha precisar que, no princípio não existiam capítulos e versículos.224 Eles surgiram para conforto do leitor e, ao mesmo tempo, para facilitar qualquer citação de qualquer parte das Escrituras, pois assim com excepcional facilidade encontraremos o texto citado, o que não acontecia, por exemplo no tempo de Jesus. Por esta razão, quando lemos na Palavra de Deus que alguém está a citar as Escrituras, para apoiar o que pretende dizer ou ensinar, unicamente diz: - “Está escrito”. Vejamos alguns exemplos: - O próprio Jesus nas Suas tentações – Mateus 4.4; Ou o apóstolo S. Paulo quando falava equiparava o 1º ao 2º Adão (Cristo) - I Cor. 15.45; ou ainda quando o apóstolo Pedro falava no contexto do Pentecostes para justificar os sonhos e as visões, irá citar um profeta do Antigo Testamento – o profeta Joel - ou “O que foi dito pelo profeta Joel” – Actos 2.16.
Mas, como podemos ver, é citado unicamente: - “Está escrito” -, estando subentendido que o ouvinte sabia que a referida citação pertencia a este ou aquele profeta, pois não há qualquer contestação à referida citação. Mas, onde encontrar unicamente este pequeno excerto que compõe a citação no quanto o profeta escreveu? Convenhamos que era difícil, não é verdade? No caso de Jesus, bastaria ter citado – Deut. 8.3 –
e tudo seria mais fácil. No que se refere a S. Paulo, teria bastado citar – Gén. 2.7. Finalmente, no caso de S. Pedro, bastaria ter dito que a citação encontrava-se, já que cita o profeta, então acrescentaria que a mesma se encontrava no cap. 2 e nos versos 28 e 29. Só mais tarde é que procedeu à introdução dos sinais de pontuação, nem sempre acertadamente, assim como à divisão por capítulos e versículos e, uma vez mais, nalguns casos, nem sempre da melhor maneira, como veremos.
Na verdade, originalmente, o cap. 12 do Apocalipse tem 18 versículos e não 17! Pois o conteúdo deste último é, precisamente, a 1ª linha do versículo 1 do cap. 13. Além deste pormenor, gostaríamos de acrescentar um outro, inerente a este mesmo versículo. Nas nossas versões encontramos a seguinte tradução: - “E eu pus-me sobre a areia do mar”. Acontece que o sujeito da frase o pronome pessoal “eu” - referente a João -, mas o “ele” referente ao versículo anterior, o v. 17. Assim, não é o apóstolo João que estava sobre a areia do mar, mas sim o “dragão” a aguardar a erupção da besta que sairia do mar. Desta forma, este pequeno versículo 18 ou a primeira linha do cap. 13.1, para estar em consonância com o original
deveria ser, não – “E eu (João) pus-me sobre a areia do mar”, mas sim - “E ele (dragão) pôs-se sobre a areia do mar”.
I- A besta que sai do mar - v.1-10Na sua maioria, as bestas saem do mar (Dan. 7.3; Apoc.13.1). Se têm esta particularidade, é normal que a nossa curiosidade seja estimulada e assim tentarmos saber qual o simbolismo da palavra “águas”. Como já o referimos, é necessário que consintamos que as Escrituras possam falar de si mesmas – cf. Isaías 28.10. Que o leitor da Palavra de Deus não tenha a veleidade de ter as respostas para cada símbolo que ela contém. O livro do Apocalipse dá-nos a conhecer o significado deste símbolo profético ao revelar que - “(…). As águas que viste (…) são povos, multidões, nações e línguas” – Apoc. 17.15”.

Quarto dia
As duas bestas do Apocalipse
(Apocalipse 13)

Este capítulo comporta quatro temas principais: 1- a besta que sobe do mar; 2- a besta que sobe da terra; 3- a marca da besta; 4- o número misterioso 666. Assim começa o vidente de Patmos a sua visão: - “E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres e sobre os seus chifres, dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfémia. E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso; e a sua boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder e o seu trono e grande autoridade” – Apoc. 13.1,2.
Antes de mais, convinha precisar que, no princípio não existiam capítulos e versículos. Eles surgiram para conforto do leitor e, ao mesmo tempo, para facilitar qualquer citação de qualquer parte das Escrituras, pois assim com excepcional facilidade encontraremos o texto citado, o que não acontecia, por exemplo no tempo de Jesus. Por esta razão, quando lemos na Palavra de Deus que alguém está a citar as Escrituras, para apoiar o que pretende dizer ou ensinar, unicamente diz: - “Está escrito”. Vejamos alguns exemplos: - O próprio Jesus nas Suas tentações – Mateus 4.4; Ou o apóstolo S. Paulo quando falava equiparava o 1º ao 2º Adão (Cristo) - I Cor. 15.45; ou ainda quando o apóstolo Pedro falava no contexto do Pentecostes para justificar os sonhos e as visões, irá citar um profeta do Antigo Testamento – o profeta Joel - ou “O que foi dito pelo profeta Joel” – Actos 2.16.
Mas, como podemos ver, é citado unicamente: - “Está escrito” -, estando subentendido que o ouvinte sabia que a referida citação pertencia a este ou aquele profeta, pois não há qualquer contestação à referida citação. Mas, onde encontrar unicamente este pequeno excerto que compõe a citação no quanto o profeta escreveu? Convenhamos que era difícil, não é verdade? No caso de Jesus, bastaria ter citado – Deut. 8.3 – e tudo seria mais fácil. No que se refere a S. Paulo, teria bastado citar – Gén. 2.7. Finalmente, no caso de S. Pedro, bastaria ter dito que a citação encontrava-se, já que cita o profeta, então acrescentaria que a mesma se encontrava no cap. 2 e nos versos 28 e 29. Só mais tarde é que procedeu à introdução dos sinais de pontuação, nem sempre acertadamente,225 assim como à divisão por capítulos e versículos e, uma vez mais, nalguns casos, nem sempre da melhor maneira, como veremos.
Na verdade, originalmente, o cap. 12 do Apocalipse tem 18 versículos e não 17! Pois o conteúdo deste último é, precisamente, a 1ª linha do versículo 1 do cap. 13. Além deste pormenor, gostaríamos de acrescentar um outro, inerente a este mesmo versículo. Nas nossas versões encontramos a seguinte tradução: - “E eu pus-me sobre a areia do mar”. Acontece que o sujeito da frase o pronome pessoal “eu” - referente a João -, mas o “ele” referente ao versículo anterior, o v. 17. Assim, não é o apóstolo João que estava sobre a areia do mar, mas sim o “dragão” a aguardar a erupção da besta que sairia do mar. Desta forma, este pequeno versículo 18 ou a primeira linha do cap. 13.1, para estar em consonância com o original deveria ser, não – “E eu (João) pus-me sobre a areia do mar”, mas sim - “E ele (dragão) pôs-se sobre a areia do mar”.
I- A besta que sai do mar - v.1-10
Na sua maioria, as bestas saem do mar (Dan. 7.3; Apoc.13.1). Se têm esta particularidade, é normal que a nossa curiosidade seja estimulada e assim tentarmos saber qual o simbolismo da palavra “águas”. Como já o referimos, é necessário que consintamos que as Escrituras possam falar de si mesmas – cf. Isaías 28.10. Que o leitor da Palavra de Deus não tenha a veleidade de ter as respostas para cada símbolo que ela contém. O livro do Apocalipse dá-nos a conhecer o significado deste símbolo profético ao revelar que - “(…). As águas que viste (…) são povos, multidões, nações e línguas” – Apoc. 17.15”. Quando a Bíblia ou as profecias falam de “águas” ou “mar”, referem-se a um lugar onde existe muitas gentes, multidões e línguas.
Este pormenor é muito importante, pois mostra-nos que esta besta – o chifre pequeno ou a 6ª cabeça – como veremos mais abaixo, surge num lugar que é bastante populoso.
Compare-se a maneira como João descreve as diferentes bestas, comparativamente, com as de Daniel 7.4-7:

Apercebemo-nos de que João nomeia diferentes animais por ordem inversa a Daniel. Qual a razão de ser desta apresentação inversa? É necessário que tenhamos em mente o seguinte facto: - cada profeta começa a sua narrativa sob o poder político seu contemporâneo. Assim, no caso do profeta Daniel, este vivia em Babilónia, simbolizada pelo ouro/leão, enquanto o profeta de Patmos mostra-nos que ele vive no tempo do animal que é a soma das anteriores (do passado para o presente) – Roma – representação visível e temporal de um patrono invisível – o dragão – o seu mecenas.
a) A cabeça ferida mortalmente.
“E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada e toda a terra se maravilhou após a besta” – Apoc. 13.3. À luz deste texto o leitor fica a conhecer vários pormenores. O primeiro destes, é que das 7 cabeças da besta, ou seja, os diferentes pelos quais o dragão opera contra Deus e o Seu povo, uma delas está “ferida de morte”. Mas qual delas? Segundo a forma de interpretação que apresentámos no quadro, no final do capítulo 7 de Daniel e aqui, de novo reposto, podemos ver as diferentes cabeças da besta:
Aqui podemos ver 6 das 7 cabeças da besta, pois como a profecia está apresentada num crescendo, temos que aguardar o cap. 17 para podermos perceber e saber quem poderá estar representado pela 7ª cabeça que falta. Até lá, por agora é dito que uma desta foi “ferida mortalmente”. Assim, a cabeça em causa é a 6ª, ou seja, a que representa – o Chifre pequeno.
Este Poder que parecia entronizado para todo o sempre, a Bíblia, antecipadamente, disse que, contrariamente ao que seria previsível, humanamente falando, este seria ferido de morte. Desde o ano 538 a Roma papal consolidou o seu Poder absoluto “a sua supremacia”, a qual, segundo o profeta, se prolongaria, como vimos, por “um tempo, e tempos e metade de um tempo”, ou seja um período profético de 1260 anos; este tempo de domínio religioso que começou em Fevereiro de 538 terminaria, igualmente, em Fevereiro de 1798, após precisamente, 1260 anos (538 + 1260=1798). Esta data não sinaliza o fim do chifre pequeno, mas sim o final do período da perseguição dos santos. Efectivamente, no mês de Fevereiro de 1798, após ter decorrido o tempo profeticamente anunciado – 1260 anos - algo de extraordinário aconteceu: - A hegemonia da Igreja de Roma conheceu um rude golpe quando “(…) em Fevereiro de 1798 as tropas francesas entraram em Roma. Um general francês, Berthier, ordenou pouco depois a Pio VI que abandonasse a Cidade Eterna. O sumo-pontífice (…) foi deportado para a Toscânia, depois para Valência. (…). Nesse ano, o catolicismo parecia agonizar na Europa, a tal ponto que se acreditou, com o desaparecimento do sumo-pontífice, no fim da Igreja”.
b- A cabeça curada
O tempo foi passando e, o inesperado aconteceu e é dado o primeiro passo para a restauração da Igreja/Estado de Roma – “Após um conclave de vários meses, um novo papa, Pio VII, foi eleito a 14 de Março de 1800. (…). Foram dadas ordens no sentido de reconduzir o papa a Roma. Este regressou triunfalmente à Cidade Eterna a 24 de Maio de 1814. Depois, na sequência da queda da Águia (Napoleão Bonaparte) (…) o Estado Pontifical foi restaurado. Tratou-se, indiscutivelmente, após grandes perigos, de uma vitória papal”. 3- A Igreja de Roma, representada na pessoa do Papa, constituía um poder a ter em conta, pois “(…). Apesar dos golpes humilhantes que desferiu contra o papado, Napoleão Bonaparte
reconhecia o poder terreno inerente ao cargo pontifício. Quando, como Primeiro Cônsul, enviou a Roma François Cacault, na qualidade de enviado junto do Papa Pio VII (1800-1823), instruiu o diplomata para - o génio militar descrevia em termos militares a influência do Pontífice nos negócios terrenos”.
Como é que esta “ferida mortal”, finalmente, sarará? O que irá acontecer é que no país que proporcionou refúgio ao povo de Deus – a “terra” (Apoc. 12.16) - levantar-se-á uma nova forma de governo que, a seu tempo, irá anular o que, anteriormente, constituiu a sua maior conquista, a separação de poderes - Igreja/Estado. Esta ferida mortal já foi sarada completamente? Ainda não, mas parcialmente com o que ficou conhecido na História por Questão Romana. Temporariamente desmembrados na época da Revolução Francesa e do Império, foram, a partir de 1860, amputados em benefício do Piemonte. Em 1870 acabaram por ser anexados ao reino de Itália. Os acordos de Latrão, 11 de Fevereiro de 1929, puseram fim ao diferendo durante o governo italiano de Benito Mussolini e o Papa Pio XI, criando o pequeno Estado do Vaticano, último vestígio do poder temporal da Santa Sé “constituído pelo conjunto fortificado da antiga cidade do Vaticano, do Palácio de Castel Gandolfo, das três basílicas patriarcais de S, João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros e por mais algumas dependências. (..). A inovação mais espectacular é, evidentemente, este minúsculo território de 44 hectares que faz do Vaticano o Estado mais pequeno do mundo: enquanto as terras do Papa, em 1859, se estendiam por 18.000 hectares, a Cidade do Vaticano reduz-se agora a um terço do Principado de Mónaco!”.233 Este foi o primeiro passo na direcção desta cura anunciada pela Palavra de Deus. Assim, como facilmente se compreenderá, para que esta esteja totalmente curada o papado terá que recuperar o poder que teve ao longo da Idade Média para que, de novo, possa retomar o que sempre foi, antes de ser ferida mortalmente – perseguir o povo de Deus, em nome de Deus. Relatamos ainda um pequeno episódio diplomático que, de certa maneira, nos faz pensar. No contexto da 2ª guerra mundial, foi dito que “nenhum líder mundial hoje pensaria em zombar e perguntar, como fez José Estaline ao ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Pierre Laval: - . Entretanto, o Império de Estaline ruiu (…)”. (…). O Pontífice Romano continua a ser o mais influente líder no palco mundial”.
Ainda não está, como dissemos, totalmente curada esta “ferida mortal” mas, assim como se cumpriu à letra em relação ao anúncio que seria ferida, da mesma forma se cumprirá o resto da informação profética, ou seja “(…) e toda a terra se maravilhou após a besta” – Apoc. 13.3. E quando tais palavras se cumprirem visando a recuperação total e plena do seu anterior estatuto, então o seu poder será absoluto e universal, ou seja, sobre “todos os que habitam sobre a terra (…)” – Apoc. 13.8; 18.3ª. Assim como se cumpriu fielmente o que tinha sido anunciado previamente, do mesmo modo não existe qualquer razão para que não se cumpra, a seu tempo, o que ainda está no futuro próximo. Deus sempre fui fiel a Si mesmo, por que não o seria agora? Podemos ter confiança n’Ele, pois, segundo a Sua Palavra, Deus é imutável – cf. Malaquias 3.6; Tito 1.2.
c- “Quem é semelhante à besta?” – v. 4b
Na verdade, uma ferida mortal tornada inoperante suscita, no mínimo, admiração! E, é exactamente o ambiente que é descrito aqui no v. 4. Por esta razão é que encontramos aqui este brado de admiração e, na sua fase extrema de interpretação, de vitória visto que os acólitos deste poder vão chegar ao ponto de exclamarem: - “Quem poderá batalhar contra ela?”. Qual a razão deste brado de regozijo? Será a exaltação de um poder, aparentemente, vencedor, ou terá outra razão mais profunda subjacente ao contexto bíblico? Neste capítulo, podemos ver que nele emerge uma espécie de trindade satânica, a saber: 1- o dragão; 2- a besta que sai do mar; 3- a besta que sai da terra. Mas, logo no início apercebemo-nos, igualmente, de: 1- dois poderes; 2- duas forças; 3- duas religiões. Se examinarmos o texto com atenção podemos ver, entre esta besta que surge do mar e Jesus Cristo um certo paralelismo em certos aspectos: 1- ambos recebem uma ferida mortal; 2- Ambos experimentam um certo tipo de “ressurreição”; 3- ambos têm um santuário; 4- ambos têm discípulos; 5- ambos chamam a si a adoração.
Para melhor reforçar que estes elementos lhe são inerentes, este Poder, ao chamar a si o ministério de Cristo, num derradeiro esforço para o falsificar, fará com que os seres humanos lhe atribuam as prerrogativas do próprio Cristo pois, devida à metamorfose sofrida, faz com que os habitantes desta terra possam exclamar: - “Quem é semelhante à besta?” O que significará esta expressão? Ela é a cópia do louvor, devido à acção de Deus na esfera humana, pelas Suas criaturas – “Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu (…) obrando maravilhas?” – Êxodo 15.1; Miq.7.18. Aqui é exaltada a magnificência e o poder libertador do Deus Único ao Seu povo. É um verdadeiro desafio aos deuses que, unicamente existem no imaginário humano. É pela mesma razão que, mais tarde, no livro do Apocalipse, devido ao mesmo contexto de Livramento final, que os salvos do poder opressor da besta, se expressam a Deus através deste mesmo cântico – o cântico de Moisés – cf. Apoc. 15.2,3.
Quando desta besta é feita tal exclamação –“ Quem é semelhante à besta?” – está a ser comparada, em termos gerais, a Deus; mas, de uma forma particular, chama a si a expressão que caracteriza o nome do Senhor Jesus Cristo utilizado em toda a Bíblia, - MI KA EL – que significa isto mesmo: - Quem (é) como Deus? Expressão traduzida por – Miguel – cf. Dan. 10.13,21; 12.1; Judas 9; Apoc. 12.7. Este é um dos aspectos ligados à pretensão deste Poder querer levar a falsificação ao clímax da blasfémia – chamar-se Deus.
d- Poder por 42 meses
O texto refere o seguinte: - “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfémias; e deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses (…). E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los” – Apoc. 13.5-7. Tal como chifre pequeno – Dan. 7.8,11,20,25 - a besta também tem uma boca e fala grandiosamente. No passado, o alvo da ira do chifre pequeno eram “(…) os santos do Altíssimo” – Dan. 7. 21, 25. Este período de opressão, já desenvolvido anteriormente no profeta Daniel acontecerá ao longo do mesmo tempo profético, só que dito de maneira diferente: - “(…) um tempo, de tempos e metade de um tempo” – v. 25 – ou seja, como já vimos: 3 ½ anos, 1260 dias/anos, 42 meses. Assim, o período de governo e de perseguição pelo chifre pequeno à mulher/Igreja ou aos santos do Altíssimo, profeticamente falando, é de 1260 dias/anos, período que, como vimos, se estendeu do ano 538 até 1798. Ao longo deste período tenebroso da Idade Média, o chifre pequeno/besta, dominou, incontestavelmente, a política e a religião na Europa de então.
Finalmente, após estes 1260 anos de domínio que terminou em 1798, podemos ver descrito o seu cabal cumprimento no teor do v. 10 que diz: - “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto (…)”. Eis aqui o resumo do quanto foi feito pelo papado a todo aquele que não o aceitava como soberano, assim como os meios que usou para se fazer obedecer, até que, finalmente, a sua vez também chegou, tal como acima o dissemos.
II- A besta que sai da terra - v.11-18
A verdadeira Igreja remanescente, sendo ela também uma das peças deste xadrez, terá que surgir após 1798, ano em que termina a opressão papal. Eis que surge uma segunda besta em paralelo ao exercício do poder perseguidor da 1ª besta que se prolongará, como dissemos, até ao ano 1798, data em que expira os 1260 anos de opressão. Nesta data, 1798, o novo país estava a ganhar a reputação de uma nação que não deveria passar despercebida, em franca expansão. Assim, esta terra que, no princípio, ajudou a Igreja (mulher), a seu tempo irá, não só ajudar a 1ª besta que saiu do mar (povos, multidões, nações e línguas) a recuperar o poder que perdeu quando foi ferida de morte, em 1798, como também perseguirá os santos do Altíssimo, visto que, como vimos em Apoc. 12.17, o dragão irou-se contra o remanescente da mulher que vive nesta mesma terra.
1)- A 1ª parte do v. 11 – “E vi subir da terra outra besta”?
Esta pequena frase mostra-nos uma particularidade interessante que não faz mais do que reforçar a origem humilde desta nação, no princípio. O verbo “subir”, que aqui encontramos, corresponde no grego à palavra – anabainô - que significa: brotar, crescer do pouco. Esta expressão encontramo-la no contexto da parábola do semeador – “(…) os espinhos cresceram (anabainô) e sufocaram-na” - Mat. 13.7 - para caracterizar o crescimento de uma planta, pouco a pouco, quase imperceptível. Quer dizer que em 1798 esta terra começava, a exemplo da planta, a brotar da terra, a despertar como nação, débil e silenciosa, de início, até tornar-se uma potência mundial.
2)- A 2ª parte do v. 11 - “tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro”
O que representa o cordeiro no seio das Sagradas Escrituras? É, na verdade, o símbolo de Cristo – cf. João 1.29,36; I Pedro 1.19; Apoc. 5.8,12; 17.14, etc. Cerca de 29 vezes, no Apocalipse o termo “cordeiro” é aplicado a Jesus Cristo. Chifres são símbolo de poder. O segredo do poder desta nação, desta besta, está num governo, aparentemente, pacífico, não totalitário ou tirano, como as outras nações contemporâneas europeias. Estes chifres representam um sistema que garante liberdade civil e religiosa. Esta besta é um sistema onde existe democracia e liberdade religiosa. Não é uma besta de aparência selvagem, pois o ter chifres de cordeiro, significa, antes de mais, juventude, inocência e intenções pacíficas tal como um cordeiro.
É uma nação que se orienta por dois princípios cristãos e democráticos, pois “a Constituição garante ao povo o direito de governar-se a si próprio, estipulando que os representantes eleitos pelo voto do povo façam e administrem as leis. Foi também concedida liberdade de fé religiosa, sendo permitido a todo o homem adorar a Deus segundo os ditames da sua consciência. Republicanismo e protestantismo tornaram-se os princípios fundamentais da nação. Estes princípios são o segredo do seu poder e prosperidade”. Portanto, a única nação do mundo que cumpre estas características; que tem princípios de liberdade; que surge paulatinamente; que surge num lugar pouco povoado (terra), por oposição e contraste com “mar, águas”. Na verdade, ao analisarmos a História, unicamente um poder mundial estava a surgir na data de 1798; esta nação não é outra a não ser - os Estados Unidos da América.
3)- A 3ª parte do v. 11 – “e falava como o dragão”
Para percebermos esta metamorfose, ou seja, de cordeiro a dragão, convém não esquecer um ou outro detalhe. Pois se a terra que ajudou a mulher é esta mesma terra, será admissível que o dragão sobre ela faça recair a sua influência para conseguir o que não conseguiu na perseguição movida contra a mulher relatada ao longo do cap. 12 e culminando no v. 17. Assim sendo, não será de admirar que esta besta, a seu tempo, comece a falar e a ter a postura do dragão visto que o propósito é o mesmo, ou seja, “desarraigar a odiada seita”.
4)- Uma potência mundial
Apesar de ter tido um início frágil, ela tornar-se-á numa potência mundial, de tal grandeza que chegará a controlar todo o mundo. Os versículos a seguir mostram claramente o desenvolvimento desta besta: 1- No v. 12 - “(…) faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta”; 2- No v. 13,14a – “Faz grandes sinais (…) até fogo faz descer dos céus à terra (…) e engana os que habitam na terra (…)”; 3- No v. 14b – “(…) dizendo que fizessem uma imagem à besta (1ª besta)”; 4- No v. 15b – “(…) fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta”; 5- No v. 16 – “Faz que a todos (…) lhes seja posto um sinal (uma marca), na mão direita ou nas suas testas”; 6- No v. 17 – “Para que ninguém possa comprar ou vender (…)”. (Sublinhado nosso). Iremos abordar, ainda que brevemente, estes aspectos que destacámos da actuação deste poder opressor.
a- “(…) faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta” – v. 12
Aqui encontramos o primeiro passo para o que vem a seguir, ou seja, o devolver o poder à 1ª besta, que não é outra a não ser o papado, ou seja, aquela que está representada no v. 2 como sendo “semelhante ao leopardo”, visto esta ser a junção das três que lhe antecederam. Assim, este acto “indica que a autoridade desta nação deve ser exercida impondo ela alguma observância que constituirá acto de homenagem ao papado”.246
b- “Faz grandes sinais (…) até fogo faz descer dos céus à terra (…) e engana os que habitam na terra (…) dizendo que fizessem uma imagem à besta (1ª besta) – v. 13,14.
Neste excerto bíblico encontramos aqui duas vertentes que estão ligadas entre si: 1- actividade de um profeta – sinais e prodígios que recordam o profeta Elias; 2- a existência de uma imagem à 1ª besta, o papado. Ora, o que quererá dizer esta última vertente? A serva do Senhor nos esclarece, ao dizer que: - “Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrina que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha os seus decretos e lhes apoie as instituições, a América protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e o resultado inevitável será a aplicação de penas civis aos dissidentes. (…) A representa a forma protestantismo apóstata que se desenvolverá quando as igrejas protestantes buscarem o auxílio do poder civil para imposição dos seus dogmas”.
Até aqui temos assistido à permanência no palco dos acontecimentos, efectivamente, três poderes contrários a Deus: - 1- o dragão (Satanás); 2- a besta oriunda do mar (o papado); 3- esta última besta oriunda da terra. Mas, eis que agora algo de extraordinário acontece à medida que a desenvolvimento profético se processa. Assim, no cap. 16.13 iremos encontrar 3 poderes ligados no mesmo fim – lutar contra Deus – ou seja: 1. O dragão; 2. A besta; 3. O falso profeta. A 2ª besta, tal como já ventilámos, irá criar uma “imagem à besta”. Desta forma, a 2ª besta (da terra) que corporiza o poder civil, dá lugar a uma outra entidade que, nesta fase profética, tem o nome de – Falso Profeta – o qual não é mais do que a personificação do que a serva do Senhor chama - protestantismo apóstata.
Ora, o que é um profeta? É aquele que, através de quem a comunicação de Deus se realiza, ou seja, o que em hebreu se chama um – nabi – e em grego, um - prophêtês. Este é tido como aquele que anuncia ou como aquele que é chamado. Assim sendo, um falso profeta é tudo ao contrário, ou seja é aquele que fala de si mesmo, não em nome ou mandatado por outrem. Ou seja, alguém que profetiza algo, o qual nunca acontece. Na Palavra de Deus, o falso profeta apresenta algumas particularidades: 1- diz ao povo que irão acontecer certos eventos, mas que nunca acontecerão; 2- ou ainda, que dá uma falsa interpretação dos eventos que irão suceder; 3- diz às pessoas que tudo está bem, em paz, apesar de convidar à desobediência da lei de Deus. Estes são aqueles que não vêem mal algum nos sinais que se desenrolam à sua volta, pois tudo será passageiro, tudo será paz.
O texto do Apocalipse 16.13 não fala de um falso profeta, mas do falso profeta! Que acontecimentos nos fazem lembrar o texto de Apoc. 13.13, que faz descer fogo do céu para convencer o povo que ele estava a falar em nome de Deus? Claro, Elias. Assim sendo, por analogia, este irá ser um falso Elias. A Palavra de Deus mostra-nos o que ensinou o verdadeiro Elias. E quanto ao falso? Este irá ensinar, claro está, o contrário do quanto o verdadeiro Elias ensinou. E o que é que este ensinou ou disse ao rei apóstata Acabe? Vejamos: – “Eu não tenho perturbado Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos de Senhor e seguistes a Baalim” - I Reis 18.18. E que deus estava Israel a adorar? Baal - era uma das divindades ligada à Natureza e “identificado com Hélio, o deus Sol”. O que quis fazer o profeta? Simplesmente, que o povo voltasse a adorar o verdadeiro Deus – o Deus Criador. Interligado a esta mesma temática encontra-se, como não poderia deixar de ser o que o que o profeta Daniel escreveu a este propósito. Assim, ele diz o seguinte: - “E pensará (o chifre pequeno) mudar os tempos e a lei (…)” – Daniel 7.25 (sublinhado nosso). Terão, eventualmente, estes “tempos” algo a ver com este “falso profeta” implícito em Apoc. 13.13? O cristianismo, em geral, tem um sistema de interpretação profética completamente falso, pois segundo este, muitas das profecias fulcrais que visam a preparação do povo de Deus para o tempo do fim, ou já estão no passado (interpretação preterista) ou no futuro (interpretação futurista), ou ainda a (interpretação dispensacionalista).
Tomemos dois exemplos para ilustrar estas formas de interpretação profética: 1º- segundo a interpretação preterista, o chifre pequeno que saiu de um dos 4 ventos de Dan. 8.9 é o rei Seleucida Antíoco IV Epifânio (175-164). E no tocante à profecia das 70 semanas – Dan. 9.25-27 – a referência ao Messias (Ungido), interpretam como seja o sumo-sacerdote Onias III, que morreu assassinado no ano 171. Esta interpretação, ao associar estes nomes à profecia do profeta Daniel, tudo fica desvirtuado, o seu cumprimento já está no passado quando, na realidade, os visados são outros, a saber: 1- o chifre pequeno - é o papado – não Antíoco IV Epifânio; 2- o Messias (Ungido) - é Cristo – não o sumo-sacerdote Onias III. 2º- segundo a interpretação futurista e dispensacionalista, a última semana da profecia de Daniel 9.24-27 é totalmente extraída do seu contexto.
que aconteceu é que, estes irão deslocar do seu contexto o teor do v. 27 que diz: - “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta dos manjares (…)” . À luz deste texto foi criada uma nova doutrina conhecida por – arrebatamento secreto – ensinado por algumas denominações.
Assim, de acordo com esta doutrina, 7 anos antes da segunda vinda de Cristo, Jesus regressará secretamente à Terra e levará os Seus seguidores para o céu. Os que ficarem irão atravessar 7 anos de tribulações. A estes será dada uma 2ª hipótese para se salvarem. E, no meio destes 7 anos, um homem mau e poderoso, chamado Anticristo, e terá todo o mundo sob o seu controlo. No final dos 7 anos, Jesus voltará novamente e estabelecerá o Seu reino nesta Terra, onde reinará durante 1000 anos. Teçamos, desde já, algumas considerações acerca desta suposta doutrina bíblica:
a) - Ao nível do texto profético: - 1- Esta corrente doutrinária para elaborar o postulado que acabámos de referir, ou seja, para encaixar uma “tribulação de 7 anos” no fim do mundo cortam a “semana” de Daniel 9.27 e colocam-na no fim do mundo! Mas isto não faz qualquer sentido por várias razões: 1- Porque no v. 25 fala de “7 semanas”; 2- No v. 26 fala de 62 semanas; 3- Até aqui temos 69 semanas proféticas; 4- No v. 27 acrescenta-lhe a semana final e teremos, no seu todo 70 semanas proféticas com os respectivos acontecimentos em cada uma; 5- Se retirarmos, como o fazem, esta última semana, o que é que acontece? É, simplesmente, não existir uma sequência profética coerente; 6- A profecia de Daniel 7.24-27, recorde-se é a profecia chamada de – 70 semanas – e não de 69! 7- Ou seja, para a coerência do todo profético, a 70ª semana deverá estar apensa às restantes e não separada delas! Por outro lado: a) 6 nada é dito acerca de um hipotético período de 7 anos de tribulação; b- nada é dito acerca de um qualquer Anticristo; d- não há qualquer indício de uma segunda oportunidade!
b) – Ao nível da doutrina: - 1- Tal doutrina é inexistente nas Sagradas Escrituras; 2- O texto I Tess. 4.16 a 18 desmente qualquer veleidade de um hipotético arrebatamento secreto, mas ao contrário, por que o Senhor, quando vier virá: a)- com alarido; b)- com voz de Arcanjo; c)- com a trombeta de Deus; 2- A vinda de Jesus será um acontecimento visível para todos – Apoc. 1.7; 3- Após a vinda de Cristo, a Bíblia ensina, ao contrário do que esta doutrina ensina, que não haverá uma 2ª oportunidade, visto que, “depois da morte, vem o juízo” – Heb. 9.27
Qual é a génese deste desvio do texto bíblico? A Reforma Protestante – João Wycliffe (1324-1384), João Huss (1369-1415), Lutero (1483-1546) – entre outros, na base do estudo das profecias bíblicas tinham chegado à conclusão de que a Igreja Romana personificava o poder descrito na Palavra de Deus – Daniel e Apocalipse - pelo nome de Anticristo. Roma precisava de um novo método de interpretação profética das Escrituras para poder fazer face às acusações da Reforma Protestante. Para fazer face a estas acusações, um jesuíta espanhol chamado Francisco Ribera, publica em 1590 um comentário sobre o Apocalipse, negando através das suas teorias futuristas a acusação protestante de que a Igreja de Roma fosse o Anticristo. Para a Escola Futurista, fundada por este jesuíta, o Anticristo, Babilónia e a reconstrução do templo em Jerusalém são para fim da dispensação cristã. Assim, a Igreja de Roma tinha agora um argumento para dizer e defender que não era o Anticristo, mas este irá surgir no fim dos tempos. Tudo isto, ou seja, o que está profeticamente descrito acontecerá no futuro. O que é espantoso é que, o Protestantismo, irá mudar também a sua forma de interpretar as profecias, usando os mesmos argumentos da Igreja de Roma, ou sejam, para estes, a Igreja Romana não tem nada a ver com o Anticristo. Enfim, todo o contrário dos seus antepassados!
Voltando ao texto de Apoc. 13.13 – noção de um falso profetismo. Na verdade, em que outra ocasião desceu fogo do céu para convencer os seres humanos de que Deus estava a abençoar o povo? Foi na festa do Pentecostes, em que desceram do céu “línguas de fogo “ – Actos 2.3 – e “todos se maravilharam” – v. 12. Isto quer dizer, por analogia, que o falso profeta Elias irá trazer, a seu tempo, um falso Pentecostes, um falso reavivamento no cristianismo. Mas, devido aos falsos ensinos acerca do tempo profético e lei de Deus, caminhamos a passos largos para o triste cumprimento do quanto o profeta Daniel alertou quanto ao chifre pequeno, ao dizer: - “E pelo seu entendimento também fará prosperar o engano na sua mão e no seu coração se engrandecerá, e por causa da tranquilidade destruirá a muitos (…)” – Dan. 8.25.
c– “(…) fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” – v. 15b
Esta é a grande diferença entre Deus e Satanás! Deus convida para que, em toda a liberdade a criatura possa aderir ao convite. Satanás, por seu lado, convoca à adoração da sua pessoa mas, por decreto, até ao uso de meios coercivos para se fazer obedecer. Isto dito por outras palavras: - Deus se propõe, não se impõe. Eis a ordem: 1- matar os que não receberem a marca da besta; 2- matar os que não adorem a besta; 3- matar os que não adorem a imagem da besta. Mas, será que Deus irá ter um povo nesta Terra para admoestar as pessoas para que não adorem a besta e a sua imagem, nem recebam a sua marca? Será que a verdadeira Igreja apresentará todas estas coisas? Será que a verdadeira Igreja nada tem a dizer acerca deste assunto? Na verdade, se o conflito final tem que ver com o selo de Deus e a marca da besta, então, quão importante é esta mensagem de advertência ao mundo. A resposta a estas questões iremos vê-las no capítulo 14.
d- “Faz que a todos (…) lhes seja posto um sinal (uma marca), na mão direita ou nas suas testas” – v. 16
Um pouco acima falámos no profeta Elias e a sua contenda com o rei de Israel, Acabe, rei do Norte, por causa do culto a Baal, culto ligado ao deus Sol. Da temática implícita passa agora para a forma explícita, pois este poder legislará para que a uniformidade religiosa seja uma constante, colocando uma marca – a marca da besta. Mas, que marca será esta? Voltemos a rever o cap. 12.17 é dito que Deus tem um povo, ao contrário da vontade desta 2ª besta da Terra, que: 1- guarda os mandamentos de Deus; 2- que interpreta correctamente os tempos, pois tem o profeta – o Espírito de Profecia. No cap. 13.11-18, o dragão não só anulará a correcta interpretação do tempo profético, como também instaurará a sua marca, exactamente o contrário de Deus.
O selo, a marca de Deus é o Sábado, que se encontra impresso na Sua santa lei – no 4º mandamento. Porquê um selo? Porque um selo para o ser terá que ter 3 partes: 1- Um nome – Deus; 2- O seu cargo - Criador; 3- O território – os céus e a terra (onde exerce a autoridade). E estes dados unicamente os encontramos no 4º mandamento – Ex. 20. 8-11. Assim, pensemos um pouquinho: - Em Apoc.12.17 é dito que o dragão faz guerra aos mandamentos de Deus. Mas, a quais? A todos? Claro que não, pois toda a cristandade os guarda e ensina, à sua maneira! Ora, se assim não é, é porque dos 10 mandamentos têm vigência, grosso modo, nove mandamentos aceites pela cristandade e, unicamente um, excluído pela maioria da cristandade – o 4º mandamento – inerente ao Sábado! Assim sendo, da lei, o que está em causa é o 4º mandamento – o tal que constitui o selo de Deus, o sinal264 entre Ele e o Seu povo – Ezeq. 20.12,20.
Este mandamento aponta para o único Deus Criador e é por esta razão e só por esta razão que, de entre os 10 mandamentos, é o único, curiosamente, que começa por um veemente apelo à memória: - “LEMBRA-TE” – todos os demais começam por um rotundo – NÃO. Ora, por oposição, o dragão tudo fará para arranjar uma alternativa para assim conseguir desviar a criatura do seu Criador, inventando um dia substituto, um dia que vise o ser humano, no qual podem os seus semelhantes encontrar a salvação a baixo custo.265 Assim, o dia alternativo que constitui a sua marca será o oposto ao Sábado, ou seja, o dia que a cristandade conhece pelo nome de Domingo e que as Sagradas Escrituras o conhecem unicamente por: - 1º dia da semana – nada mais simples, para mostrar que não passa de um dia comum, nada mais! Pois ao fazermos tábua rasa do Sábado, como saberemos como e quando adorar o Deus Criador? O Domingo – marca da besta - nunca foi um dia através do qual nos devemos lembrar da ressurreição do Senhor Jesus, pois para tal o Senhor nos deixou duas cerimónias: a Santa ceia – “Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha” – I Cor. 11.26 - e o Baptismo – “Todos quantos fomos baptizados em Jesus Cristo fomos baptizados na sua morte. (…) como Cristo ressuscitou dos mortos (..) assim andemos em novidade de vida” – Rom. 6.3-5.
Como é sabido, a cristandade combate o Sábado e, entre os muitos argumentos que utiliza para o justificar, aponta aquele que é o mais comum, ou seja, que o faz porque Cristo ressuscitou ao Domingo. Se olharmos só para esta razão apontada, só pelo simples raciocínio apercebemo-nos que algo não está correcto! Porquê? Além de Jesus ter instituído cerimónias – o baptismo e a santa ceia – como vimos, para representarem a Sua morte e ressurreição, temos outros acontecimentos que marcaram os derradeiros momentos de Cristo na Terra e, no entanto, são totalmente esquecidos! Por exemplo: - porque não guardar a 5ª feira em honra da instituição desta nossa forma de instituir a Páscoa, visto ela ser totalmente representada por Jesus – I Cor. 5.7! Portanto, numa análise superficial, pode-se concluir que não existe razão nenhuma racional para honrar o dia da ressurreição só porque que assim foi! Por outro lado, esta ressurreição, nada tinha de novo, biblicamente falando, pois o Senhor Jesus falou dela algumas vezes, algo que iria acontecer. Portanto não representaria este dia comum nada de especial, nenhum garante de qualquer salvação, pela simples razão que a morte, neste acto, a morte tinha sido vencida para sempre. Assim, não aconteceu nada que já não se esperasse, ou que não estivesse previamente anunciado. Isto é dito em todos os evangelhos, citaremos unicamente o de Mateus: 16.21; 17.23; 20.19.
Jesus, até enviou uma mensagem ao rei Herodes a comunicar-lhe, previamente, o que iria acontecer – a sua ressurreição ao 3º dia – Lucas 13.32. Os oponentes a Jesus e aos Seus discípulos, também não o desconheciam, não foram apanhados de surpresa, pois eles próprios lembraram esta certeza a Pilatos, ao dizerem: - “Dizendo: - Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: - Depois de três dias ressuscitarei. Manda pois que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia (…)” – Mateus 27.63,64. Assim, quem sabia e nunca acreditou? Claro, os Seus discípulos – Lucas 24.21! Na verdade, como já ventilámos neste trabalho, como se poderá guardar, respeitar um acontecimento e respectivo dia em que aconteceu se, no início da Igreja, ninguém acreditou que tal ocorreria, apesar de saberem? Como se ousa dizer que a Igreja observou este dia em honra de tal acontecimento, quando os evangelhos, como vimos anteriormente, em uníssono, são claros em referir que no Domingo, reuniram-se sim, não para comemorar qualquer acto libertador ou anunciador de algo, mas pela simples e única razão de que “chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana (Domingo) e cerradas as portas, onde os discípulos, com MEDO DOS JUDEUS, se tinham ajuntado (…)” – João 20.19. Eis a razão, não outra qualquer!
O Senhor manda selar todos os Seus filhos num único sítio: - a fronte, testa (simbolicamente falando) – Ezeq. 9.4; Heb. 8.10; Apoc. 7.2,3. No entanto, o dragão, à luz do texto em causa, ora marca os seus na fronte ou na mão. Porquê? Pela simples razão de que, no lado de Deus só poderão permanecer homens e mulheres convictas de que o selo de Deus é aquele e não outro. Ao passo que, no lado do dragão encontrar-se-ão 2 tipos de seguidores: uns, estão totalmente convictos que aquele é o verdadeiro selo ou marca; outros, estarão naquele grupo, não por convicção, mas simplesmente por conveniência, pois não tiveram força para resistir às provas pelas quais deveriam passar para serem provados; sim, na verdade, a parábola do semeador descreve muito bem esta classe, ao dizer: - “(…), mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra e fica infrutífera” – Mat. 13.22. Magistralmente encontramos isto reflectido no primeiro casal – Adão e Eva. Ela estava plenamente convicta do que estava a fazer, muito embora a desobedecer. Mas, Adão, não! Acompanhou-a na desobediência, é verdade, mas por simples conveniência. S. Paulo, a este respeito, assim se expressa: - “Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão” – I Tim. 3.14.
Na verdade, observar, guardar o Sábado não é uma questão de dia, mas sim de dar a conhecer qual o Deus que eu sirvo. Por isso é que o Sábado encerra em si mesmo duas vertentes: 1ª- de Criação – porque este dia lembra-nos o Deus Criador – “porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra e tudo o que neles há (…)” – Ex. 20.11; 2ª- de Redenção – porque nele também podemos ver uma libertação, redenção – “porque te lembrarás que foste servo na terra do Egipto, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; (…) – Deuteronómio 5.15. Assim, é verdade que, todos os dias são iguais, mas só UM, de todos eles, é santo aos olhos do Criador. Esta é a grande diferença, e de peso! Para contornar o problema, alguns chegam a dizer que, apesar de tudo, qualquer dia serve, pois se se estiver enganado, o que importa é a intenção! Ilustremos esta forma de pensar, aplicando-a à vida real e prática. O que aconteceria se um qualquer cidadão resolvesse, num qualquer dia, pisar na praça pública a bandeira do seu país e as autoridades ali presentes? Era considerado crime. Porquê? Porque ao pisar a bandeira estou, por este facto, automaticamente, a desrespeitar, a pisar o próprio país. De igual modo, Deus também tem a Sua bandeira que é o Sábado. Aplicando o mesmo raciocínio, ao desrespeitá-lo estou a fazer a mesma coisa, a pisar o Seu governo, a Sua própria pessoa. Ou ainda, no seu país natal, alguém está a prestar juramento de fidelidade ao seu país só que, perante uma outra bandeira diferente da do seu país. Seia isto possível ou tolerável? Claro que não! Aquela que está diante de nós e à qual estamos a prestar obediência e fidelidade tem que corresponder ao país que é o objecto da nossa suposta fidelidade. Tudo isto para dizer que, o que a cristandade, em geral, faz ao guardar, honrar o Domingo em honra de Cristo ou do Deus Criador, é o mesmo que ter em seu poder e prestar fidelidade à bandeira de Satanás – o Domingo – e dizer que está a adorar o Deus Criador, quando a bandeira deste é o Sábado! Se compreendemos perfeitamente bem tudo isto, porque não ter a mesma postura, espiritualmente falando, se o cenário é exactamente o mesmo?
Na verdade, adoramos Deus pela simples e única que só Ele e Ele só é a única entidade que tem direito à adoração – o Criador – e nunca a criatura, por mais excelsa que possa ser! Adoramos Deus porque é o nosso Criador – Salmo 95.1-6; Actos 10.25,26; Apoc. 19.10; 22.8,9. Qual o porquê de toda esta confusão no seio da cristandade? Satanás exulta com a mesma pois o ser humano continua à deriva sem conhecer a solenidade do tempo em que está a viver – um tempo de preparação – para a vinda do Senhor Jesus Cristo. “Para que ninguém possa comprar ou vender (…)” – v. 17
Esta Besta, este poder mundial pois terá poder para proibir comprar e vender em toda a Terra. Este poder será uma potência económica com capacidade de controlar o mercado mundial. Da mais humilde origem tornar-se-á numa super-potência uma espécie de “polícia do mundo”. Unicamente quem tiver a sua marca poderá comprar e vender, o mesmo dito por outras palavras, humanamente, quem não estiver alinhado com este poder não tem direito de viver. Tal será o desafio. Não será, certamente por acaso que aparece um texto - cap. 14.12 - que refere que haverá um resto que permanecerá firme ao Senhor – “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus”. O que nos mostra este texto entre outras vertentes? Que o Deus do impossível (Mat. 19.26; Lucas 1.37) continua ao leme da história deste mundo, pois há vida muito para lá do dragão e dos seus acólitos.
5- O nº misterioso
“Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis” – Apoc. 13.18. Como se poderá responder a este desafio de calcular o número da besta visto ser o número de um homem? A solução para este enigma encontra-se, segundo a nossa opinião, no versículo anterior, que diz: - “Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” – v. 17.
Nos tempos bíblicos não se escreviam os números arábicos como nos nossos dias. Não existia um sistema de números independentemente das letras. Assim, quando se queria escrever números, escreviam letras. As letras do alfabeto valiam números. Por exemplo: a 1ª letra do alfabeto grega (alfa), era igual a 1; a 2ª letra, (beta), valia 2 e assim sucessivamente. Assim, quando se escrevia um número, escrevia-se a letra a ele correspondente. Assim sendo, teremos que encontrar um poder romano que tem um nome, cujo valor das letras que o compõem totalize 666. Em que língua é que deveremos procurar este nome e respectiva equivalência numérica? Claro, em latim, porque se trata de um poder, como vimos, romano. A numeração romana tinha, inicialmente 6 letras do latim que representavam o sistema numérico, e elas eram as seguintes que valem: I = 1; V = 5; X = 10; L = 50; C = 100; D = 500.267 Só mais tarde foi acrescentada uma 7ª, o M = 1000. Curiosamente, basta fazer a simples soma do valor destas 6 letras latinas e, por si só, já totaliza 666! Assim, se o idioma oficial deste Poder romano é o latim, então teremos que usar o sistema numérico correspondente – o romano.
Muitos nomes têm sido apontados para a correspondência deste número, mas sem grandes resultados práticos ou convincentes, ao ponto de se chegar a concluir que “em resumo, pode-se dizer que o nome correspondente ao número 666 não se conhece”. Mas, contrariamente ao afirmado, temos algo a dizer a este propósito. Como dissemos, a nosso ver, solução desta aparente dificuldade está na última parte do v. 17 – “ (…) senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” - (sublinhado nosso). Assim sendo, o passo seguinte é socorrer-nos do terceiro elemento do versículo, ou seja “o número do seu nome”, e procurar um dos nomes utilizados pelo o líder deste Poder – um homem -, cuja soma das letras que o constituem tenha o valor numérico romano de 666. Existem vários títulos atribuídos a este Poder; mas, um deles está de certa maneira associado, o qual se identifica com todas as características que temos vindo a apresentar, a saber: - Vicarius Filii Dei (Vigário do Filho de Deus) - título reservado ao chefe da Igreja Romana desde o século XIII”. Convém que recordemos o teor do texto - Apoc. 13.1 – o qual nos revela que este nome terá que ser “um nome de blasfémia”, ou seja, à luz do que já vimos, é quando um poder meramente humano reivindica ser igual a Deus com todas as prerrogativas que lhe são inerentes. Assim sendo, o título de Vicarius Filii Dei (Vigário do Filho de Deus) preenche, perfeitamente, o nosso propósito. Agora, é só aplicar o que o próprio texto do Apocalipse nos convida a fazer. Assim teremos:
Tal como dissemos, a aplicabilidade numérica segundo os requisitos proféticos enquadra-se perfeitamente, uma vez mais, à luz das informações da Palavra de Deus, neste nome deste poder blasfemo.
No capítulo 14 – Deus irá mostrar que tem um povo para que, mundialmente, possa proclamar estas verdades. E o que irão proclamar? Várias mensagens, nomeadamente, três. Para já, abordemos unicamente a primeira delas que, entre outras coisas, refere: - “(…) temei a Deus (…) porque vinda é a hora do seu juízo” – v. 7. (sublinhado nosso). Poucas Igrejas podem proclamar esta mensagem. Porquê? Porque se se acreditar que, quando se morre vai-se directamente para o céu ou para o inferno, então, para que servirá o juízo? Porque se foi para um qualquer destes sítios, então é porque este já foi julgado. O povo de Deus irá proclamar: - “que vinda é a hora do seu juízo”; isto significa que TODOS, justos e injustos, estão a descansar nos sepulcros até que termine o juízo.
De seguida será dito: - “(…). E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar e as fontes das águas” – v. 7. Este texto não é mais do que uma citação de Êxodo 20 - (sublinhado nosso). O sinal do Deus Criador é o Sábado. Neste contexto compreende-se e aplica-se o significado da palavra igreja, a qual traduz a palavra grega ekklesia – que significa: ajuntamento, reunião. Ou seja, esta é uma palavra composta pelo prefixo EK que significa: fora + o radical KLESIA que é, por sua vez, a forma passiva do verbo kaleô que significa: chamar – cf. Mat. 2.7; 20.8; 22.3, etc. Assim, tudo junto significa: - os que de fora foram chamados a sair. Claro, sair de, para se juntarem e ouvirem o que existe para dizer (cf. Act. 19.39). Ora, sair de onde? Sim: 1- de onde não se serve Deus; de onde não se ensina a verdade de Deus; 3- de onde não se pratica a verdade de Deus.
Sim, para se unirem ao povo de Deus que ensina acerca d’Aquele que disse, um dia, ser “o caminho, a verdade e a vida” – João 14.6. Aquele povo que ensina que os mandamentos de Deus têm que ser guardados por amor a Deus. Aqueles que ensinam que o Sábado é o sinal do Deus Criador. Aqueles que ensinam que estamos na fase do juízo e que, em consequência, nos temos que preparar. Adorar a Deus sim, porque só Ele tem o direito de ser adorado pois só Ele é o Criador.
Quando a Bíblia ou as profecias falam de “águas” ou “mar”, referem-se a um lugar onde existe muitas gentes, multidões e línguas. Este pormenor é muito importante, pois mostra-nos que esta besta – o chifre pequeno ou a 6ª cabeça – como veremos mais abaixo, surge num lugar que é bastante populoso.
Compare-se a maneira como João descreve as diferentes bestas, comparativamente, com as de Daniel 7.4-7:
Apercebemo-nos de que João nomeia diferentes animais por ordem inversa a Daniel. Qual a razão de ser desta apresentação inversa? É necessário que tenhamos em mente o seguinte facto: - cada profeta começa a sua narrativa sob o poder político seu contemporâneo. Assim, no caso do profeta Daniel, este vivia em Babilónia, simbolizada pelo ouro/leão, enquanto o profeta de Patmos mostra-nos que ele vive no tempo do animal que é a soma das anteriores (do passado para o presente) – Roma – representação visível e temporal de um patrono invisível – o dragão – o seu mecenas.
a) A cabeça ferida mortalmente
“E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada e toda a terra se maravilhou após a besta” – Apoc. 13.3. À luz deste texto o leitor fica a conhecer vários pormenores. O primeiro destes, é que das 7 cabeças da besta, ou seja, os diferentes pelos quais o dragão opera contra Deus e o Seu povo, uma delas está “ferida de morte”. Mas qual delas? Segundo a forma de interpretação que apresentámos no quadro, no final do capítulo 7 de Daniel e aqui, de novo reposto, podemos ver as diferentes cabeças da besta:
Aqui podemos ver 6 das 7 cabeças da besta, pois como a profecia está apresentada num crescendo, temos que aguardar o cap. 17 para podermos perceber e saber quem poderá estar representado pela 7ª cabeça que falta. Até lá, por agora é dito que uma desta foi “ferida mortalmente”. Assim, a cabeça em causa é a 6ª, ou seja, a que representa – o Chifre pequeno.
Este Poder que parecia entronizado para todo o sempre, a Bíblia, antecipadamente, disse que, contrariamente ao que seria previsível, humanamente falando, este seria ferido de morte. Desde o ano 538 a Roma papal consolidou o seu Poder absoluto “a sua supremacia”, a qual, segundo o profeta, se prolongaria, como vimos, por “um tempo, e tempos e metade de um tempo”, ou seja um período profético de 1260 anos; este tempo de domínio religioso que começou em Fevereiro de 538 terminaria, igualmente, em Fevereiro de 1798, após precisamente, 1260 anos (538 + 1260=1798). Esta data não sinaliza o fim do chifre pequeno, mas sim o final do período da perseguição dos santos. Efectivamente, no mês de Fevereiro de 1798, após ter decorrido o tempo profeticamente anunciado – 1260 anos - algo de extraordinário aconteceu: - A hegemonia da Igreja de Roma conheceu um rude golpe quando “(…) em Fevereiro de 1798 as tropas francesas entraram em Roma. Um general francês, Berthier, ordenou pouco depois a Pio VI que abandonasse a Cidade Eterna. O sumo-pontífice (…) foi deportado para a Toscânia, depois para Valência. (…). Nesse ano, o catolicismo parecia agonizar na Europa, a tal ponto que se acreditou, com o desaparecimento do sumo-pontífice, no fim da Igreja”.227
b- A cabeça curada
O tempo foi passando e, o inesperado aconteceu e é dado o primeiro passo para a restauração da Igreja/Estado de Roma – “Após um conclave de vários meses, um novo papa, Pio VII, foi eleito a 14 de Março de 1800. (…). Foram dadas ordens no sentido de reconduzir o papa a Roma. Este regressou triunfalmente à Cidade Eterna a 24 de Maio de 1814. Depois, na sequência da queda da Águia (Napoleão Bonaparte) (…) o Estado Pontifical foi restaurado. Tratou-se, indiscutivelmente, após grandes perigos, de uma vitória papal”. 3- A Igreja de Roma, representada na pessoa do Papa, constituía um poder a ter em conta, pois “(…). Apesar dos golpes humilhantes que desferiu contra o papado, Napoleão Bonaparte reconhecia o poder terreno inerente ao cargo pontifício. Quando, como Primeiro Cônsul, enviou a Roma François Cacault, na qualidade de enviado junto do Papa Pio VII (1800-1823), instruiu o diplomata para - o génio militar descrevia em termos militares a influência do Pontífice nos negócios terrenos”.
Como é que esta “ferida mortal”, finalmente, sarará? O que irá acontecer é que no país que proporcionou refúgio ao povo de Deus – a “terra” (Apoc. 12.16) - levantar-se-á uma nova forma de governo que, a seu tempo, irá anular o que, anteriormente, constituiu a sua maior conquista, a separação de poderes - Igreja/Estado. Esta ferida mortal já foi sarada completamente? Ainda não, mas parcialmente com o que ficou conhecido na História por Questão Romana. Temporariamente desmembrados na época da Revolução Francesa e do Império, foram, a partir de 1860, amputados em benefício do Piemonte. Em 1870 acabaram por ser anexados ao reino de Itália.231 Os acordos de Latrão, 11 de Fevereiro de 1929, puseram fim ao diferendo durante o governo italiano de Benito Mussolini e o Papa Pio XI, criando o pequeno Estado do Vaticano, último vestígio do poder temporal da Santa Sé “constituído pelo conjunto fortificado da antiga cidade do Vaticano, do Palácio de Castel Gandolfo, das três basílicas patriarcais de S, João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros e por mais algumas dependências. (..). A inovação mais espectacular é, evidentemente, este minúsculo território de 44 hectares que faz do Vaticano o Estado mais pequeno do mundo: enquanto as terras do Papa, em 1859, se estendiam por 18.000 hectares, a Cidade do Vaticano reduz-se agora a um terço do Principado de Mónaco!”. Este foi o primeiro passo na direcção desta cura anunciada pela Palavra de Deus. Assim, como facilmente se compreenderá, para que esta esteja totalmente curada o papado terá que recuperar o poder que teve ao longo da Idade Média para que, de novo, possa retomar o que sempre foi, antes de ser ferida mortalmente – perseguir o povo de Deus, em nome de Deus. Relatamos ainda um pequeno episódio diplomático que, de certa maneira, nos faz pensar. No contexto da 2ª guerra mundial, foi dito que “nenhum líder mundial hoje pensaria em zombar e perguntar, como fez José Estaline ao ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Pierre Laval: - . Entretanto, o Império de Estaline ruiu (…)”. (…). O Pontífice Romano continua a ser o mais influente líder no palco mundial”.
Ainda não está, como dissemos, totalmente curada esta “ferida mortal” mas, assim como se cumpriu à letra em relação ao anúncio que seria ferida, da mesma forma se cumprirá o resto da informação profética, ou seja “(…) e toda a terra se maravilhou após a besta” – Apoc. 13.3. E quando tais palavras se cumprirem visando a recuperação total e plena do seu anterior estatuto, então o seu poder será absoluto e universal, ou seja, sobre “todos os que habitam sobre a terra (…)” – Apoc. 13.8; 18.3ª. Assim como se cumpriu fielmente o que tinha sido anunciado previamente, do mesmo modo não existe qualquer razão para que não se cumpra, a seu tempo, o que ainda está no futuro próximo. Deus sempre fui fiel a Si mesmo, por que não o seria agora? Podemos ter confiança n’Ele, pois, segundo a Sua Palavra, Deus é imutável – cf. Malaquias 3.6; Tito 1.2.
c- “Quem é semelhante à besta?” – v. 4b
Na verdade, uma ferida mortal tornada inoperante suscita, no mínimo, admiração! E, é exactamente o ambiente que é descrito aqui no v. 4. Por esta razão é que encontramos aqui este brado de admiração e, na sua fase extrema de interpretação, de vitória visto que os acólitos deste poder vão chegar ao ponto de exclamarem: - “Quem poderá batalhar contra ela?”. Qual a razão deste brado de regozijo? Será a exaltação de um poder, aparentemente, vencedor, ou terá outra razão mais profunda subjacente ao contexto bíblico? Neste capítulo, podemos ver que nele emerge uma espécie de trindade satânica, a saber: 1- o dragão; 2- a besta que sai do mar; 3- a besta que sai da terra. Mas, logo no início apercebemo-nos, igualmente, de: 1- dois poderes; 2- duas forças; 3- duas religiões. Se examinarmos o texto com atenção podemos ver, entre esta besta que surge do mar e Jesus Cristo um certo paralelismo em certos aspectos: 1- ambos recebem uma ferida mortal; 2- Ambos experimentam um certo tipo de “ressurreição”; 3- ambos têm um santuário; 4- ambos têm discípulos; 5- ambos chamam a si a adoração.
Para melhor reforçar que estes elementos lhe são inerentes, este Poder, ao chamar a si o ministério de Cristo, num derradeiro esforço para o falsificar, fará com que os seres humanos lhe atribuam as prerrogativas do próprio Cristo pois, devida à metamorfose sofrida, faz com que os habitantes desta terra possam exclamar: - “Quem é semelhante à besta?” O que significará esta expressão? Ela é a cópia do louvor, devido à acção de Deus na esfera humana, pelas Suas criaturas – “Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu (…) obrando maravilhas?” – Êxodo 15.1; Miq.7.18. Aqui é exaltada a magnificência e o poder libertador do Deus Único ao Seu povo. É um verdadeiro desafio aos deuses que, unicamente existem no imaginário humano. É pela mesma razão que, mais tarde, no livro do Apocalipse, devido ao mesmo contexto de Livramento final, que os salvos do poder opressor da besta, se expressam a Deus através deste mesmo cântico – o cântico de Moisés – cf. Apoc. 15.2,3.
Quando desta besta é feita tal exclamação –“ Quem é semelhante à besta?” – está a ser comparada, em termos gerais, a Deus; mas, de uma forma particular, chama a si a expressão que caracteriza o nome do Senhor Jesus Cristo utilizado em toda a Bíblia, - MI KA EL – que significa isto mesmo: - Quem (é) como Deus? Expressão traduzida por – Miguel – cf. Dan. 10.13,21; 12.1; Judas 9; Apoc. 12.7. Este é um dos aspectos ligados à pretensão deste Poder querer levar a falsificação ao clímax da blasfémia – chamar-se Deus.
d- Poder por 42 meses
O texto refere o seguinte: - “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfémias; e deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses (…). E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los” – Apoc. 13.5-7. Tal como chifre pequeno – Dan. 7.8,11,20,25 - a besta também tem uma boca e fala grandiosamente. No passado, o alvo da ira do chifre pequeno eram “(…) os santos do Altíssimo” – Dan. 7. 21, 25. Este período de opressão, já desenvolvido anteriormente no profeta Daniel acontecerá ao longo do mesmo tempo profético, só que dito de maneira diferente: - “(…) um tempo, de tempos e metade de um tempo” – v. 25 – ou seja, como já vimos: 3 ½ anos, 1260 dias/anos, 42 meses. Assim, o período de governo e de perseguição pelo chifre pequeno à mulher/Igreja ou aos santos do Altíssimo, profeticamente falando, é de 1260 dias/anos, período que, como vimos, se estendeu do ano 538 até 1798. Ao longo deste período tenebroso da Idade Média, o chifre pequeno/besta, dominou, incontestavelmente, a política e a religião na Europa de então.
Finalmente, após estes 1260 anos de domínio que terminou em 1798, podemos ver descrito o seu cabal cumprimento no teor do v. 10 que diz: - “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto (…)”. Eis aqui o resumo do quanto foi feito pelo papado a todo aquele que não o aceitava como soberano, assim como os meios que usou para se fazer obedecer, até que, finalmente, a sua vez também chegou, tal como acima o dissemos.
II- A besta que sai da terra - v.11-18
A verdadeira Igreja remanescente, sendo ela também uma das peças deste xadrez, terá que surgir após 1798, ano em que termina a opressão papal. Eis que surge uma segunda besta em paralelo ao exercício do poder perseguidor da 1ª besta que se prolongará, como dissemos, até ao ano 1798, data em que expira os 1260 anos de opressão. Nesta data, 1798, o novo país estava a ganhar a reputação de uma nação que não deveria passar despercebida, em franca expansão. Assim, esta terra que, no princípio, ajudou a Igreja (mulher), a seu tempo irá, não só ajudar a 1ª besta que saiu do mar (povos, multidões, nações e línguas) a recuperar o poder que perdeu quando foi ferida de morte, em 1798, como também perseguirá os santos do Altíssimo, visto que, como vimos em Apoc. 12.17, o dragão irou-se contra o remanescente da mulher que vive nesta mesma terra.
1)- A 1ª parte do v. 11 – “E vi subir da terra outra besta”?
Esta pequena frase mostra-nos uma particularidade interessante que não faz mais do que reforçar a origem humilde desta nação, no princípio. O verbo “subir”, que aqui encontramos, corresponde no grego à palavra – anabainô - que significa: brotar, crescer do pouco. Esta expressão encontramo-la no contexto da parábola do semeador – “(…) os espinhos cresceram (anabainô) e sufocaram-na” - Mat. 13.7 - para caracterizar o crescimento de uma planta, pouco a pouco, quase imperceptível. Quer dizer que em 1798 esta terra começava, a exemplo da planta, a brotar da terra, a despertar como nação, débil e silenciosa, de início, até tornar-se uma potência mundial.
2)- A 2ª parte do v. 11 - “tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro”
O que representa o cordeiro no seio das Sagradas Escrituras? É, na verdade, o símbolo de Cristo – cf. João 1.29,36; I Pedro 1.19; Apoc. 5.8,12; 17.14, etc. Cerca de 29 vezes, no Apocalipse o termo “cordeiro” é aplicado a Jesus Cristo. Chifres são símbolo de poder. O segredo do poder desta nação, desta besta, está num governo, aparentemente, pacífico, não totalitário ou tirano, como as outras nações contemporâneas europeias. Estes chifres representam um sistema que garante liberdade civil e religiosa. Esta besta é um sistema onde existe democracia e liberdade religiosa. Não é uma besta de aparência selvagem, pois o ter chifres de cordeiro, significa, antes de mais, juventude, inocência e intenções pacíficas tal como um cordeiro.
É uma nação que se orienta por dois princípios cristãos e democráticos, pois “a Constituição garante ao povo o direito de governar-se a si próprio, estipulando que os representantes eleitos pelo voto do povo façam e administrem as leis. Foi também concedida liberdade de fé religiosa, sendo permitido a todo o homem adorar a Deus segundo os ditames da sua consciência. Republicanismo e protestantismo tornaram-se os princípios fundamentais da nação. Estes princípios são o segredo do seu poder e prosperidade”.243 Portanto, a única nação do mundo que cumpre estas características; que tem princípios de liberdade; que surge paulatinamente; que surge num lugar pouco povoado (terra), por oposição e contraste com “mar, águas”. Na verdade, ao analisarmos a História, unicamente um poder mundial estava a surgir na data de 1798; esta nação não é outra a não ser - os Estados Unidos da América.
3)- A 3ª parte do v. 11 – “e falava como o dragão”
Para percebermos esta metamorfose, ou seja, de cordeiro a dragão, convém não esquecer um ou outro detalhe. Pois se a terra que ajudou a mulher é esta mesma terra, será admissível que o dragão sobre ela faça recair a sua influência para conseguir o que não conseguiu na perseguição movida contra a mulher relatada ao longo do cap. 12 e culminando no v. 17. Assim sendo, não será de admirar que esta besta, a seu tempo, comece a falar e a ter a postura do dragão visto que o propósito é o mesmo, ou seja, “desarraigar a odiada seita”.
4)- Uma potência mundial
Apesar de ter tido um início frágil, ela tornar-se-á numa potência mundial, de tal grandeza que chegará a controlar todo o mundo. Os versículos a seguir mostram claramente o desenvolvimento desta besta: 1- No v. 12 - “(…) faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta”; 2- No v. 13,14a – “Faz grandes sinais (…) até fogo faz descer dos céus à terra (…) e engana os que habitam na terra (…)”; 3- No v. 14b – “(…) dizendo que fizessem uma imagem à besta (1ª besta)”; 4- No v. 15b – “(…) fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta”; 5- No v. 16 – “Faz que a todos (…) lhes seja posto um sinal (uma marca), na mão direita ou nas suas testas”; 6- No v. 17 – “Para que ninguém possa comprar ou vender (…)”. Iremos abordar, ainda que brevemente, estes aspectos que destacámos da actuação deste poder opressor.
a- “(…) faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta” – v. 12
Aqui encontramos o primeiro passo para o que vem a seguir, ou seja, o devolver o poder à 1ª besta, que não é outra a não ser o papado, ou seja, aquela que está representada no v. 2 como sendo “semelhante ao leopardo”, visto esta ser a junção das três que lhe antecederam. Assim, este acto “indica que a autoridade desta nação deve ser exercida impondo ela alguma observância que constituirá acto de homenagem ao papado”.
b- “Faz grandes sinais (…) até fogo faz descer dos céus à terra (…) e engana os que habitam na terra (…) dizendo que fizessem uma imagem à besta (1ª besta) – v. 13,14.
Neste excerto bíblico encontramos aqui duas vertentes que estão ligadas entre si: 1- actividade de um profeta – sinais e prodígios que recordam o profeta Elias; 2- a existência de uma imagem à 1ª besta, o papado. Ora, o que quererá dizer esta última vertente? A serva do Senhor nos esclarece, ao dizer que: - “Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrina que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha os seus decretos e lhes apoie as instituições, a América protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e o resultado inevitável será a aplicação de penas civis aos dissidentes. (…) A representa a forma protestantismo apóstata que se desenvolverá quando as igrejas protestantes buscarem o auxílio do poder civil para imposição dos seus dogmas”.
Até aqui temos assistido à permanência no palco dos acontecimentos, efectivamente, três poderes contrários a Deus: - 1- o dragão (Satanás); 2- a besta oriunda do mar (o papado); 3- esta última besta oriunda da terra. Mas, eis que agora algo de extraordinário acontece à medida que a desenvolvimento profético se processa. Assim, no cap. 16.13 iremos encontrar 3 poderes ligados no mesmo fim – lutar contra Deus – ou seja: 1. O dragão; 2. A besta; 3. O falso profeta. A 2ª besta, tal como já ventilámos, irá criar uma “imagem à besta”. Desta forma, a 2ª besta (da terra) que corporiza o poder civil, dá lugar a uma outra entidade que, nesta fase profética, tem o nome de – Falso Profeta – o qual não é mais do que a personificação do que a serva do Senhor chama - protestantismo apóstata.
Ora, o que é um profeta? É aquele que, através de quem a comunicação de Deus se realiza, ou seja, o que em hebreu se chama um – nabi – e em grego, um - prophêtês. Este é tido como aquele que anuncia ou como aquele que é chamado. Assim sendo, um falso profeta é tudo ao contrário, ou seja é aquele que fala de si mesmo, não em nome ou mandatado por outrem. Ou seja, alguém que profetiza algo, o qual nunca acontece. Na Palavra de Deus, o falso profeta apresenta algumas particularidades: 1- diz ao povo que irão acontecer certos eventos, mas que nunca acontecerão; 2- ou ainda, que dá uma falsa interpretação dos eventos que irão suceder; 3- diz às pessoas que tudo está bem, em paz, apesar de convidar à desobediência da lei de Deus. Estes são aqueles que não vêem mal algum nos sinais que se desenrolam à sua volta, pois tudo será passageiro, tudo será paz.
O texto do Apocalipse 16.13 não fala de um falso profeta, mas do falso profeta! Que acontecimentos nos fazem lembrar o texto de Apoc. 13.13, que faz descer fogo do céu para convencer o povo que ele estava a falar em nome de Deus? Claro, Elias. Assim sendo, por analogia, este irá ser um falso Elias. A Palavra de Deus mostra-nos o que ensinou o verdadeiro Elias. E quanto ao falso? Este irá ensinar, claro está, o contrário do quanto o verdadeiro Elias ensinou. E o que é que este ensinou ou disse ao rei apóstata Acabe? Vejamos: – “Eu não tenho perturbado Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos de Senhor e seguistes a Baalim” - I Reis 18.18. E que deus estava Israel a adorar? Baal - era uma das divindades ligada à Natureza e “identificado com Hélio, o deus Sol”. O que quis fazer o profeta? Simplesmente, que o povo voltasse a adorar o verdadeiro Deus – o Deus Criador. Interligado a esta mesma temática encontra-se, como não poderia deixar de ser o que o que o profeta Daniel escreveu a este propósito. Assim, ele diz o seguinte: - “E pensará (o chifre pequeno) mudar os tempos e a lei (…)” – Daniel 7.25. Terão, eventualmente, estes “tempos” algo a ver com este “falso profeta” implícito em Apoc. 13.13? O cristianismo, em geral, tem um sistema de interpretação profética completamente falso, pois segundo este, muitas das profecias fulcrais que visam a preparação do povo de Deus para o tempo do fim, ou já estão no passado (interpretação preterista) ou no futuro (interpretação futurista), ou ainda a (interpretação dispensacionalista).
Tomemos dois exemplos para ilustrar estas formas de interpretação profética: 1º- segundo a interpretação preterista, o chifre pequeno que saiu de um dos 4 ventos de Dan. 8.9 é o rei Seleucida Antíoco IV Epifânio (175-164). E no tocante à profecia das 70 semanas – Dan. 9.25-27 – a referência ao Messias (Ungido), interpretam como seja o sumo-sacerdote Onias III, que morreu assassinado no ano 171. Esta interpretação, ao associar estes nomes à profecia do profeta Daniel, tudo fica desvirtuado, o seu cumprimento já está no passado quando, na realidade, os visados são outros, a saber: 1- o chifre pequeno - é o papado – não Antíoco IV Epifânio; 2- o Messias (Ungido) - é Cristo – não o sumo-sacerdote Onias III. 2º- segundo a interpretação futurista e dispensacionalista, a última semana da profecia de Daniel 9.24-27 é totalmente extraída do seu contexto.
que aconteceu é que, estes irão deslocar do seu contexto o teor do v. 27 que diz: - “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta dos manjares (…)” . À luz deste texto foi criada uma nova doutrina conhecida por – arrebatamento secreto – ensinado por algumas denominações.
Assim, de acordo com esta doutrina, 7 anos antes da segunda vinda de Cristo, Jesus regressará secretamente à Terra e levará os Seus seguidores para o céu. Os que ficarem irão atravessar 7 anos de tribulações. A estes será dada uma 2ª hipótese para se salvarem. E, no meio destes 7 anos, um homem mau e poderoso, chamado Anticristo, e terá todo o mundo sob o seu controlo. No final dos 7 anos, Jesus voltará novamente e estabelecerá o Seu reino nesta Terra, onde reinará durante 1000 anos. Teçamos, desde já, algumas considerações acerca desta suposta doutrina bíblica:
a) - Ao nível do texto profético: - 1- Esta corrente doutrinária para elaborar o postulado que acabámos de referir, ou seja, para encaixar uma “tribulação de 7 anos” no fim do mundo cortam a “semana” de Daniel 9.27 e colocam-na no fim do mundo! Mas isto não faz qualquer sentido por várias razões: 1- Porque no v. 25 fala de “7 semanas”; 2- No v. 26 fala de 62 semanas; 3- Até aqui temos 69 semanas proféticas; 4- No v. 27 acrescenta-lhe a semana final e teremos, no seu todo 70 semanas proféticas com os respectivos acontecimentos em cada uma; 5- Se retirarmos, como o fazem, esta última semana, o que é que acontece? É, simplesmente, não existir uma sequência profética coerente; 6- A profecia de Daniel 7.24-27, recorde-se é a profecia chamada de – 70 semanas – e não de 69! 7- Ou seja, para a coerência do todo profético, a 70ª semana deverá estar apensa às restantes e não separada delas! Por outro lado: a) 6 nada é dito acerca de um hipotético período de 7 anos de tribulação; b- nada é dito acerca de um qualquer Anticristo; d- não há qualquer indício de uma segunda oportunidade!
b) – Ao nível da doutrina: - 1- Tal doutrina é inexistente nas Sagradas Escrituras; 2- O texto I Tess. 4.16 a 18 desmente qualquer veleidade de um hipotético arrebatamento secreto, mas ao contrário, por que o Senhor, quando vier virá: a)- com alarido; b)- com voz de Arcanjo; c)- com a trombeta de Deus; 2- A vinda de Jesus será um acontecimento visível para todos – Apoc. 1.7; 3- Após a vinda de Cristo, a Bíblia ensina, ao contrário do que esta doutrina ensina, que não haverá uma 2ª oportunidade, visto que, “depois da morte, vem o juízo” – Heb. 9.27
Qual é a génese deste desvio do texto bíblico? A Reforma Protestante – João Wycliffe (1324-1384), João Huss (1369-1415), Lutero (1483-1546) – entre outros, na base do estudo das profecias bíblicas tinham chegado à conclusão de que a Igreja Romana personificava o poder descrito na Palavra de Deus – Daniel e Apocalipse - pelo nome de Anticristo. Roma precisava de um novo método de interpretação profética das Escrituras para poder fazer face às acusações da Reforma Protestante. Para fazer face a estas acusações, um jesuíta espanhol chamado Francisco Ribera, publica em 1590 um comentário sobre o Apocalipse, negando através das suas teorias futuristas a acusação protestante de que a Igreja de Roma fosse o Anticristo. Para a Escola Futurista, fundada por este jesuíta, o Anticristo, Babilónia e a reconstrução do templo em Jerusalém são para fim da dispensação cristã. Assim, a Igreja de Roma tinha agora um argumento para dizer e defender que não era o Anticristo, mas este irá surgir no fim dos tempos. Tudo isto, ou seja, o que está profeticamente descrito acontecerá no futuro. O que é espantoso é que, o Protestantismo, irá mudar também a sua forma de interpretar as profecias, usando os mesmos argumentos da Igreja de Roma, ou sejam, para estes, a Igreja Romana não tem nada a ver com o Anticristo. Enfim, todo o contrário dos seus antepassados!
Voltando ao texto de Apoc. 13.13 – noção de um falso profetismo. Na verdade, em que outra ocasião desceu fogo do céu para convencer os seres humanos de que Deus estava a abençoar o povo? Foi na festa do Pentecostes, em que desceram do céu “línguas de fogo “ – Actos 2.3 – e “todos se maravilharam” – v. 12. Isto quer dizer, por analogia, que o falso profeta Elias irá trazer, a seu tempo, um falso Pentecostes, um falso reavivamento no cristianismo. Mas, devido aos falsos ensinos acerca do tempo profético e lei de Deus, caminhamos a passos largos para o triste cumprimento do quanto o profeta Daniel alertou quanto ao chifre pequeno, ao dizer: - “E pelo seu entendimento também fará prosperar o engano na sua mão e no seu coração se engrandecerá, e por causa da tranquilidade destruirá a muitos (…)” – Dan. 8.25.
c– “(…) fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” – v. 15b
Esta é a grande diferença entre Deus e Satanás! Deus convida para que, em toda a liberdade a criatura possa aderir ao convite. Satanás, por seu lado, convoca à adoração da sua pessoa mas, por decreto, até ao uso de meios coercivos para se fazer obedecer. Isto dito por outras palavras: - Deus se propõe, não se impõe. Eis a ordem: 1- matar os que não receberem a marca da besta; 2- matar os que não adorem a besta; 3- matar os que não adorem a imagem da besta. Mas, será que Deus irá ter um povo nesta Terra para admoestar as pessoas para que não adorem a besta e a sua imagem, nem recebam a sua marca? Será que a verdadeira Igreja apresentará todas estas coisas? Será que a verdadeira Igreja nada tem a dizer acerca deste assunto? Na verdade, se o conflito final tem que ver com o selo de Deus e a marca da besta, então, quão importante é esta mensagem de advertência ao mundo. A resposta a estas questões iremos vê-las no capítulo 14.
d- “Faz que a todos (…) lhes seja posto um sinal (uma marca), na mão direita ou nas suas testas” – v. 16
Um pouco acima falámos no profeta Elias e a sua contenda com o rei de Israel, Acabe, rei do Norte, por causa do culto a Baal, culto ligado ao deus Sol. Da temática implícita passa agora para a forma explícita, pois este poder legislará para que a uniformidade religiosa seja uma constante, colocando uma marca – a marca da besta. Mas, que marca será esta? Voltemos a rever o cap. 12.17 é dito que Deus tem um povo, ao contrário da vontade desta 2ª besta da Terra, que: 1- guarda os mandamentos de Deus; 2- que interpreta correctamente os tempos, pois tem o profeta – o Espírito de Profecia. No cap. 13.11-18, o dragão não só anulará a correcta interpretação do tempo profético, como também instaurará a sua marca, exactamente o contrário de Deus.
O selo, a marca de Deus é o Sábado, que se encontra impresso na Sua santa lei – no 4º mandamento. Porquê um selo? Porque um selo para o ser terá que ter 3 partes: 1- Um nome – Deus; 2- O seu cargo - Criador; 3- O território – os céus e a terra (onde exerce a autoridade). E estes dados unicamente os encontramos no 4º mandamento – Ex. 20. 8-11. Assim, pensemos um pouquinho: - Em Apoc.12.17 é dito que o dragão faz guerra aos mandamentos de Deus. Mas, a quais? A todos? Claro que não, pois toda a cristandade os guarda e ensina, à sua maneira! Ora, se assim não é, é porque dos 10 mandamentos têm vigência, grosso modo, nove mandamentos aceites pela cristandade e, unicamente um, excluído pela maioria da cristandade – o 4º mandamento – inerente ao Sábado! Assim sendo, da lei, o que está em causa é o 4º mandamento – o tal que constitui o selo de Deus, o sinal entre Ele e o Seu povo – Ezeq. 20.12,20.
Este mandamento aponta para o único Deus Criador e é por esta razão e só por esta razão que, de entre os 10 mandamentos, é o único, curiosamente, que começa por um veemente apelo à memória: - “LEMBRA-TE” – todos os demais começam por um rotundo – NÃO. Ora, por oposição, o dragão tudo fará para arranjar uma alternativa para assim conseguir desviar a criatura do seu Criador, inventando um dia substituto, um dia que vise o ser humano, no qual podem os seus semelhantes encontrar a salvação a baixo custo. Assim, o dia alternativo que constitui a sua marca será o oposto ao Sábado, ou seja, o dia que a cristandade conhece pelo nome de Domingo e que as Sagradas Escrituras o conhecem unicamente por: - 1º dia da semana – nada mais simples, para mostrar que não passa de um dia comum, nada mais! Pois ao fazermos tábua rasa do Sábado, como saberemos como e quando adorar o Deus Criador? O Domingo – marca da besta - nunca foi um dia através do qual nos devemos lembrar da ressurreição do Senhor Jesus, pois para tal o Senhor nos deixou duas cerimónias: a Santa ceia – “Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha” – I Cor. 11.26 - e o Baptismo – “Todos quantos fomos baptizados em Jesus Cristo fomos baptizados na sua morte. (…) como Cristo ressuscitou dos mortos (..) assim andemos em novidade de vida” – Rom. 6.3-5.
Como é sabido, a cristandade combate o Sábado e, entre os muitos argumentos que utiliza para o justificar, aponta aquele que é o mais comum, ou seja, que o faz porque Cristo ressuscitou ao Domingo. Se olharmos só para esta razão apontada, só pelo simples raciocínio apercebemo-nos que algo não está correcto! Porquê? Além de Jesus ter instituído cerimónias – o baptismo e a santa ceia – como vimos, para representarem a Sua morte e ressurreição, temos outros acontecimentos que marcaram os derradeiros momentos de Cristo na Terra e, no entanto, são totalmente esquecidos! Por exemplo: - porque não guardar a 5ª feira em honra da instituição desta nossa forma de instituir a Páscoa, visto ela ser totalmente representada por Jesus – I Cor. 5.7! Portanto, numa análise superficial, pode-se concluir que não existe razão nenhuma racional para honrar o dia da ressurreição só porque que assim foi! Por outro lado, esta ressurreição, nada tinha de novo, biblicamente falando, pois o Senhor Jesus falou dela algumas vezes, algo que iria acontecer. Portanto não representaria este dia comum nada de especial, nenhum garante de qualquer salvação, pela simples razão que a morte, neste acto, a morte tinha sido vencida para sempre. Assim, não aconteceu nada que já não se esperasse, ou que não estivesse previamente anunciado. Isto é dito em todos os evangelhos, citaremos unicamente o de Mateus: 16.21; 17.23; 20.19.
Jesus, até enviou uma mensagem ao rei Herodes a comunicar-lhe, previamente, o que iria acontecer – a sua ressurreição ao 3º dia – Lucas 13.32. Os oponentes a Jesus e aos Seus discípulos, também não o desconheciam, não foram apanhados de surpresa, pois eles próprios lembraram esta certeza a Pilatos, ao dizerem: - “Dizendo: - Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: - Depois de três dias ressuscitarei. Manda pois que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia (…)” – Mateus 27.63,64. Assim, quem sabia e nunca acreditou? Claro, os Seus discípulos – Lucas 24.21! Na verdade, como já ventilámos neste trabalho, como se poderá guardar, respeitar um acontecimento e respectivo dia em que aconteceu se, no início da Igreja, ninguém acreditou que tal ocorreria, apesar de saberem? Como se ousa dizer que a Igreja observou este dia em honra de tal acontecimento, quando os evangelhos, como vimos anteriormente, em uníssono, são claros em referir que no Domingo, reuniram-se sim, não para comemorar qualquer acto libertador ou anunciador de algo, mas pela simples e única razão de que “chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana (Domingo) e cerradas as portas, onde os discípulos, com MEDO DOS JUDEUS, se tinham ajuntado (…)” – João 20.19 (sublinhado nosso). Eis a razão, não outra qualquer!
O Senhor manda selar todos os Seus filhos num único sítio: - a fronte, testa (simbolicamente falando) – Ezeq. 9.4; Heb. 8.10; Apoc. 7.2,3. No entanto, o dragão, à luz do texto em causa, ora marca os seus na fronte ou na mão. Porquê? Pela simples razão de que, no lado de Deus só poderão permanecer homens e mulheres convictas de que o selo de Deus é aquele e não outro. Ao passo que, no lado do dragão encontrar-se-ão 2 tipos de seguidores: uns, estão totalmente convictos que aquele é o verdadeiro selo ou marca; outros, estarão naquele grupo, não por convicção, mas simplesmente por conveniência, pois não tiveram força para resistir às provas pelas quais deveriam passar para serem provados; sim, na verdade, a parábola do semeador descreve muito bem esta classe, ao dizer: - “(…), mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra e fica infrutífera” – Mat. 13.22. Magistralmente encontramos isto reflectido no primeiro casal – Adão e Eva. Ela estava plenamente convicta do que estava a fazer, muito embora a desobedecer. Mas, Adão, não! Acompanhou-a na desobediência, é verdade, mas por simples conveniência. S. Paulo, a este respeito, assim se expressa: - “Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão” – I Tim. 3.14.
Na verdade, observar, guardar o Sábado não é uma questão de dia, mas sim de dar a conhecer qual o Deus que eu sirvo. Por isso é que o Sábado encerra em si mesmo duas vertentes: 1ª- de Criação – porque este dia lembra-nos o Deus Criador – “porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra e tudo o que neles há (…)” – Ex. 20.11; 2ª- de Redenção – porque nele também podemos ver uma libertação, redenção – “porque te lembrarás que foste servo na terra do Egipto, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; (…) – Deuteronómio 5.15. Assim, é verdade que, todos os dias são iguais, mas só UM, de todos eles, é santo aos olhos do Criador. Esta é a grande diferença, e de peso! Para contornar o problema, alguns chegam a dizer que, apesar de tudo, qualquer dia serve, pois se se estiver enganado, o que importa é a intenção! Ilustremos esta forma de pensar, aplicando-a à vida real e prática. O que aconteceria se um qualquer cidadão resolvesse, num qualquer dia, pisar na praça pública a bandeira do seu país e as autoridades ali presentes? Era considerado crime. Porquê? Porque ao pisar a bandeira estou, por este facto, automaticamente, a desrespeitar, a pisar o próprio país. De igual modo, Deus também tem a Sua bandeira que é o Sábado. Aplicando o mesmo raciocínio, ao desrespeitá-lo estou a fazer a mesma coisa, a pisar o Seu governo, a Sua própria pessoa. Ou ainda, no seu país natal, alguém está a prestar juramento de fidelidade ao seu país só que, perante uma outra bandeira diferente da do seu país. Seia isto possível ou tolerável? Claro que não! Aquela que está diante de nós e à qual estamos a prestar obediência e fidelidade tem que corresponder ao país que é o objecto da nossa suposta fidelidade. Tudo isto para dizer que, o que a cristandade, em geral, faz ao guardar, honrar o Domingo em honra de Cristo ou do Deus Criador, é o mesmo que ter em seu poder e prestar fidelidade à bandeira de Satanás – o Domingo – e dizer que está a adorar o Deus Criador, quando a bandeira deste é o Sábado! Se compreendemos perfeitamente bem tudo isto, porque não ter a mesma postura, espiritualmente falando, se o cenário é exactamente o mesmo?
Na verdade, adoramos Deus pela simples e única que só Ele e Ele só é a única entidade que tem direito à adoração – o Criador – e nunca a criatura, por mais excelsa que possa ser! Adoramos Deus porque é o nosso Criador – Salmo 95.1-6; Actos 10.25,26; Apoc. 19.10; 22.8,9. Qual o porquê de toda esta confusão no seio da cristandade? Satanás exulta com a mesma pois o ser humano continua à deriva sem conhecer a solenidade do tempo em que está a viver – um tempo de preparação – para a vinda do Senhor Jesus Cristo. “Para que ninguém possa comprar ou vender (…)” – v. 17
Esta Besta, este poder mundial pois terá poder para proibir comprar e vender em toda a Terra. Este poder será uma potência económica com capacidade de controlar o mercado mundial. Da mais humilde origem tornar-se-á numa super-potência uma espécie de “polícia do mundo”. Unicamente quem tiver a sua marca poderá comprar e vender, o mesmo dito por outras palavras, humanamente, quem não estiver alinhado com este poder não tem direito de viver. Tal será o desafio. Não será, certamente por acaso que aparece um texto - cap. 14.12 - que refere que haverá um resto que permanecerá firme ao Senhor – “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus”. O que nos mostra este texto entre outras vertentes? Que o Deus do impossível (Mat. 19.26; Lucas 1.37) continua ao leme da história deste mundo, pois há vida muito para lá do dragão e dos seus acólitos.
5- O nº misterioso
“Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis” – Apoc. 13.18. Como se poderá responder a este desafio de calcular o número da besta visto ser o número de um homem? A solução para este enigma encontra-se, segundo a nossa opinião, no versículo anterior, que diz: - “Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” – v. 17.
Nos tempos bíblicos não se escreviam os números arábicos como nos nossos dias. Não existia um sistema de números independentemente das letras. Assim, quando se queria escrever números, escreviam letras. As letras do alfabeto valiam números. Por exemplo: a 1ª letra do alfabeto grega (alfa), era igual a 1; a 2ª letra, (beta), valia 2 e assim sucessivamente. Assim, quando se escrevia um número, escrevia-se a letra a ele correspondente. Assim sendo, teremos que encontrar um poder romano que tem um nome, cujo valor das letras que o compõem totalize 666. Em que língua é que deveremos procurar este nome e respectiva equivalência numérica? Claro, em latim, porque se trata de um poder, como vimos, romano. A numeração romana tinha, inicialmente 6 letras do latim que representavam o sistema numérico, e elas eram as seguintes que valem: I = 1; V = 5; X = 10; L = 50; C = 100; D = 500. Só mais tarde foi acrescentada uma 7ª, o M = 1000. Curiosamente, basta fazer a simples soma do valor destas 6 letras latinas e, por si só, já totaliza 666! Assim, se o idioma oficial deste Poder romano é o latim, então teremos que usar o sistema numérico correspondente – o romano.
Muitos nomes têm sido apontados para a correspondência deste número, mas sem grandes resultados práticos ou convincentes, ao ponto de se chegar a concluir que “em resumo, pode-se dizer que o nome correspondente ao número 666 não se conhece”. Mas, contrariamente ao afirmado, temos algo a dizer a este propósito. Como dissemos, a nosso ver, solução desta aparente dificuldade está na última parte do v. 17 – “ (…) senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” - (sublinhado nosso). Assim sendo, o passo seguinte é socorrer-nos do terceiro elemento do versículo, ou seja “o número do seu nome”, e procurar um dos nomes utilizados pelo o líder deste Poder – um homem -, cuja soma das letras que o constituem tenha o valor numérico romano de 666. Existem vários títulos atribuídos a este Poder; mas, um deles está de certa maneira associado, o qual se identifica com todas as características que temos vindo a apresentar, a saber: - Vicarius Filii Dei (Vigário do Filho de Deus) - título reservado ao chefe da Igreja Romana desde o século XIII”. Convém que recordemos o teor do texto - Apoc. 13.1 – o qual nos revela que este nome terá que ser “um nome de blasfémia”, ou seja, à luz do que já vimos, é quando um poder meramente humano reivindica ser igual a Deus com todas as prerrogativas que lhe são inerentes. Assim sendo, o título de Vicarius Filii Dei (Vigário do Filho de Deus) preenche, perfeitamente, o nosso propósito. Agora, é só aplicar o que o próprio texto do Apocalipse nos convida a fazer. Assim teremos:
Tal como dissemos, a aplicabilidade numérica segundo os requisitos proféticos enquadra-se perfeitamente, uma vez mais, à luz das informações da Palavra de Deus, neste nome deste poder blasfemo.
No capítulo 14 – Deus irá mostrar que tem um povo para que, mundialmente, possa proclamar estas verdades. E o que irão proclamar? Várias mensagens, nomeadamente, três. Para já, abordemos unicamente a primeira delas que, entre outras coisas, refere: - “(…) temei a Deus (…) porque vinda é a hora do seu juízo” – v. 7. (sublinhado nosso). Poucas Igrejas podem proclamar esta mensagem. Porquê? Porque se se acreditar que, quando se morre vai-se directamente para o céu ou para o inferno, então, para que servirá o juízo? Porque se foi para um qualquer destes sítios, então é porque este já foi julgado. O povo de Deus irá proclamar: - “que vinda é a hora do seu juízo”; isto significa que TODOS, justos e injustos, estão a descansar nos sepulcros até que termine o juízo.
De seguida será dito: - “(…). E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar e as fontes das águas” – v. 7. Este texto não é mais do que uma citação de Êxodo 20 - (sublinhado nosso). O sinal do Deus Criador é o Sábado. Neste contexto compreende-se e aplica-se o significado da palavra igreja, a qual traduz a palavra grega ekklesia – que significa: ajuntamento, reunião. Ou seja, esta é uma palavra composta pelo prefixo EK que significa: fora + o radical KLESIA que é, por sua vez, a forma passiva do verbo kaleô que significa: chamar – cf. Mat. 2.7; 20.8; 22.3, etc. Assim, tudo junto significa: - os que de fora foram chamados a sair. Claro, sair de, para se juntarem e ouvirem o que existe para dizer (cf. Act. 19.39). Ora, sair de onde? Sim: 1- de onde não se serve Deus; de onde não se ensina a verdade de Deus; 3- de onde não se pratica a verdade de Deus.
Sim, para se unirem ao povo de Deus que ensina acerca d’Aquele que disse, um dia, ser “o caminho, a verdade e a vida” – João 14.6. Aquele povo que ensina que os mandamentos de Deus têm que ser guardados por amor a Deus. Aqueles que ensinam que o Sábado é o sinal do Deus Criador. Aqueles que ensinam que estamos na fase do juízo e que, em consequência, nos temos que preparar. Adorar a Deus sim, porque só Ele tem o direito de ser adorado pois só Ele é o Criador.

Sem comentários:

Enviar um comentário