sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A SEGUNDA MENSAGEM APOCALIPSE - Babilónia Denunciada

Desde a antiguidade, a cidade de Babilónia simbolizou o desafio a Deus. A torre era um monumento da apostasia e um centro de rebelião (Génesis 11:1-9). Lúcifer (Satanás) era o seu rei invisível (Isaías 14:12-14) e parece que ele pretendia fazer de Babilónia uma agência do governo da raça caída. Ao longo de toda a Bíblia, a batalha entre a cidade de Deus (Jerusalém) e a cidade de Satanás (Babilónia), ilustra o conflito entre o bem e o mal.

Durante os primeiros séculos da era cristã, quando os romanos oprimiam tanto os judeus como os cristãos, estes referiam-se na literatura à cidade de Roma como sendo Babilónia.1 Muitos crêem que Pedro usou Babilónia como pseudónimo para Roma (I Pedro 5:13). Em virtude da sua grande apostasia e perseguição, a maioria dos protestantes da era da Reforma e da Pós-Reforma referiam-se à Igreja de Roma como sendo a Babilónia espiritual (Apocalipse capítulo 17), a inimiga do povo de Deus.

No Apocalipse, Babilónia refere-se a uma mulher de má qualidade, a mãe das prostitutas, e as suas filhas impuras (Apocalipse 17:5). Ela simboliza todas as organizações religiosas apóstatas e a sua liderança, embora se aplique de modo especial à grande aliança religiosa apóstata entre a "besta e a sua imagem", a qual trará a crise final descrita em Apocalipse 13:14-17. A mensagem do segundo anjo expõe a natureza universal da apostasia babilónica e o seu poder repressor, dizendo que ela "tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição" (Apocalipse 14:8). O "vinho" de Babilónia representa os seus ensinos heréticos. Babilónia pressionará os poderes do Estado para que este obrigue à imposição universal dos seus ensinos religiosos e decretos.

A "fornicação" mencionada representa o relacionamento ilícito entre Babilónia e as nações - entre a igreja apóstata e os poderes civis. Ela deveria ser a noiva do Cordeiro, mas, ao buscar apoio do Estado em vez de apoiar-se no Senhor, ela deixa o Esposo e comete adultério espiritual (cf. Ezequiel 16:15; Tiago 4:4). Esse relacionamento ilícito resulta em tragédia. João vê os habitantes da Terra "embriagados" com falsos ensinos, e a própria Babilónia "embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus", as quais se recusaram a aceitar doutrinas não baseadas na Bíblia e a submeter-se à autoridade da grande meretriz (Apocalipse 17:1-6 cf Isaías 24:5-6).

Babilónia caiu porque se recusou a atender à mensagem do primeiro anjo - o evangelho da justificação pela fé no Criador. Assim como durante os primeiros séculos da era cristã a Igreja de Roma apostatou, da mesma forma muitos protestantes da atualidade se desviaram das grandes verdades da Reforma. Esta profecia da queda de Babilónia encontra de modo especial o seu cumprimento no afastamento geral do protestantismo da pureza e simplicidade do evangelho eterno da justificação pela fé, que foi uma vez o poderoso motivo e propulsor da Reforma.

A mensagem do segundo anjo tornar-se-á crescentemente relevante à medida que o fim se aproxima. Encontrará o completo cumprimento mediante a aliança entre as várias organizações religiosas que rejeitaram a mensagem do primeiro anjo. A mensagem da queda de Babilónia é repetida em Apocalipse 18:1-5, e, convida aqueles dentre o povo de Deus que ainda se encontram nos vários grupos religiosos componentes de Babilónia, a saírem de suas congregações. Diz o anjo: "Retirai-vos dela, povo Meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos" (Apocalipse 18:4).2

"As igrejas representadas por Babilónia são descritas como tendo caído de seu estado espiritual para se tornarem um poder perseguidor contra os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo (Apocalipse 12:17)."
Babilónia é denunciada porque "tem dado a beber a todas as nações" os seus abomináveis ensinos que afrontam diretamente a Deus e a Sua lei. "O Senhor fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo, santificando este dia e separando-o de todos os outros como sagrado a Sua própria Pessoa para que fosse observado por Seu povo durante todas as suas gerações. Mas o homem do pecado, exaltando-se acima de Deus, assentando-se no templo de Deus e ostentando-se como se fosse o próprio Deus, cuidou em mudar(c) os tempos e as leis (Daniel 7:25). Este poder, tencionando provar que não somente era igual a Deus, mas estava acima de Deus, mudou o dia de repouso, colocando o primeiro dia da semana onde deveria estar o sétimo. E o mundo protestante tem admitido que este filho [domingo] do papado seja considerado sagrado. Na Palavra de Deus, isto é chamado de fornicação (Apocalipse 14:8)."3

"Durante a dispensação cristã, o grande inimigo da felicidade do homem fez do sábado do quarto mandamento um objeto de ataque especial. Satanás diz: 'Eu atravessarei os propósitos de Deus (Ezequiel 28:1-7; Ezequiel 28:13-19; Isaías 14:12-14). Capacitarei meus seguidores a porem de lado o memorial de Deus, o sábado do sétimo dia. Assim, mostrarei ao mundo que o dia abençoado e santificado por Deus foi mudado. Esse dia não perdurará na mente do povo. Apagarei a lembrança dele. Porei em seu lugar um dia que não leve as credenciais de Deus, um dia que não seja um sinal entre Deus e Seu povo. Levarei os que aceitarem este dia a porem sobre ele a santidade que Deus pôs sobre o sétimo dia.

Através de meu representante, engrandecerei a mim mesmo (cf Ezequiel 28:2). O primeiro dia será exaltado, e o mundo protestante receberá este sábado espúrio como genuíno. Através da não observância do sábado que Deus instituiu, levarei Sua lei ao menosprezo (...) Assim o mundo tornar-se-á meu. Eu serei o governador da Terra, o príncipe do mundo (João 14:30-31 cf João 12:31). Controlarei assim as mentes sob meu poder para que o sábado de Deus seja um objeto especial de desprezo'."6

"Uma vez que o sábado desempenha papel vital na adoração a Deus como Criador e Redentor, não deveria constituir surpresa o facto de que Satanás tem levado adiante uma guerra sem tréguas na tentativa de subverter essa sagrada instituição. Em parte alguma autoriza a Bíblia a mudança do dia de adoração que Deus instituiu no Éden e reafirmou no Sinai. Outros cristãos, eles próprios observadores do domingo, reconhecem isso(d)."7

E essas investidas de Satanás contra o governo de Deus e Sua lei são representadas pela ação de uma babilônia mística ou simbólica, pois a literal já havia sido destruída nos tempos do Antigo Testamento e nunca mais será habitada (Isaías 13:19-21). A Bíblia de Jerusalém (tradução católica com imprimatur), comentando Apocalipse 17:5 afirma que 'Babilónia é o nome simbólico de Roma' e que, arrastou todas as nações à idolatria. E assim como Apocalipse capítulo 12 apresenta uma mulher pura como símbolo da igreja fiel a Deus, em Apocalipse capítulo 17, tem-se uma meretriz representando uma igreja que se prostituiu, ou seja, que corrompeu-se espiritualmente ao abandonar a Deus (cf Ezequiel 16:15-21).8

A Igreja de Roma é a Igreja-Mãe descrita em Apocalipse 17:5; e esta tem filhas que, embora tenham a abandonado, conservam muito de seus vícios e da sua conduta religiosa equivocada. Saíram da casa da "mãe meretriz" porém, embriagadas com o seu "vinho" de ensinos abomináveis (Apocalipse 17:4). E neste estado de "embriaguez", não percebem esses ensinos herdados.

Existem pessoas sinceras dentro dessas igrejas que ainda não descobriram a revelação de Deus que está no livro de Apocalipse. Mas, permanecer nelas após conhecer a vontade do Senhor demonstra um ato de desobediência e rebelião que as identifica com os pecados de Babilónia. Por causa desta atitude, Deus Se vê obrigado a castigá-las com as pragas ou flagelos destinados a Babilónia. Antes, porém, o Salvador lhes concede uma chance convidando: "Sai dela, povo Meu" (Apocalipse 18:4 cf Ezequiel 18:23; Ezequiel 33:11).9________________________________________
Texto baseado em: Nisto Cremos. (2003). 7.ª ed., São Paulo: CPB, cap. 12 (O Remanescente e aSua Missão), p. 229-230.
Vídeo relacionado: A Estratégia do Inimigo
1. Midrash Rabbah on Canticles I. 6, 4.
2. FROOM, L. E. (1948). Prophetic Faith of Our Fathers, v. II, Washington, D.C.: Review and Herald, p. 531, 788.
3. SDA Bible Commentary, vol. 7, p. 828-831.
4. WHITE, E. G. Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, sec. III, cap. 11, p. 117.
5. SDA Bible Commentary, vol. 7, p. 979.
6. WITHE, E. G. Profetas e Reis, sec. II, cap. 14, p. 183-184.
7. Nisto Cremos. (2003). 7.ª ed., São Paulo: CPB, cap. 19 (O Sábado), p. 343.
8, 9. Comentários extraídos de: As Revelações do Apocalipse, cap. 21: "O Mistério de Babilônia, a Grande Meretriz".

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