quarta-feira, 9 de maio de 2012

Daniel 11 - O Rei do Norte e o Anticristo I


Dito isto, iremos colocar em paralelo para que vejamos melhor, as três acções que Daniel 11.31 assinala do rei do Norte contra Deus; como ventilámos acima, estas são as mesmas que, curiosamente, encontramos no poder denominado neste mesmo profeta, de – chifre pequeno:
Acerca desta temática do v.31b – “ (…). Estabelece a abominação que faz desolação” ainda acrescentaremos o seguinte: - como sabemos, o capítulo 8 do livro do profeta Ezequiel é conhecido como o “capítulo das abominações”. Aqui elas são mostradas, em crescendo, ao profeta – v.6,13,15. O chifre pequeno tentará “mudar os tempos e a lei” – Daniel 7.25 – constituindo esta a abominação maior que esta personagem irá cometer. Como sabemos, em relação à Lei de Deus, anulou-lhe o 2º mandamento e mudou radicalmente não só o teor do 4º - “lembra-te do dia de Sábado para o santificares (…)” – Êxodo 20.8 – como também este passou para o 3º lugar, visto que o 2º deixou de existir, tal como consta no Catecismo, como vimos anteriormente. Vejamos a abominação que coroa as que o profeta mencionou até al: - “E levou-me para o átrio interior da casa do Senhor, e eis que estavam à entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do Senhor, e com os rostos para o oriente; e eles adoravam o Sol virados para o oriente” – Ezequiel 8.16. Vemos que esta abominação acontece dentro e não fora do santuário, da Igreja. Eis aqui a maior das abominações – a adoração ao deus Sol. O que é literal no Antigo Testamento, agora tem que ser entendido espiritual ou simbolicamente. E como é que Deus vê tudo isto? Como é que a sociedade encara tudo isto? Não importa que dia é, pois não só qualquer dia é dia para adorar Deus, como também devemos ser honestos, sinceros – pois o resto, pouco interessa. Sábado ou Domingo, que importância terá?

É verdade que o Sábado e o Domingo são dias da semana e iguais, pois têm a mesma duração. Onde reside, pois, a diferença entre ambos? Unicamente porque Deus fez a diferença entre os dois, nada mais! O Sábado é um dia santificado por Deus, enquanto que o Domingo nunca foi mais do que o 1º dia da semana – um dia ordinário, comum, de actividades mercantis – nada mais! Continuando a leitura, vejamos os versos seguintes: - (v.17) - “Então me disse: Vistes, filho do homem? Há coisa mais leviana para a casa de Judá, do que essas abominações que fazem aqui? Havendo enchido a terra de violência, tornam a irritar-me; e, ei-los a chegar o ramo ao seu nariz. (18)- Pelo que também eu procederei com furor; o meu olho não poupará nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, eu não os ouvirei” – Ezequiel 8. No contexto destes dois versículos podemos aperceber-nos que não haverá misericórdia. E quando é que, no mundo, esta já não haverá? Claro, quando se fechar o Tempo da Graça e caiam as pragas.
Neste capítulo podemos ver as abominações contra Deus. Vejamos agora o que vem descrito no capítulo 9, ou seja, se foi anunciada uma destruição. Assim, é normal que, previamente, se saiba quem pertencerá ao grupo dos fiéis que estarão dentro da cidade de Deus – Jerusalém. Deus não irá destruir por destruir, pois precisa saber quem está, verdadeiramente, a adorar o Sol. Portanto, Deus tem que fazer a diferença entre uns e outros, selando-os. Assim, antes que a destruição anunciada nos versos 17 e 18 aconteça, Deus irá selar os Seus servos nas “testas” – daqueles que “(…) suspiram e que gemem por causa das abominações que se cometem no meio dela (Jerusalém)” – Ezequiel 9.4.
Esta abominação é de tal forma grave que faz com que o verdadeiro povo de Deus “suspire e gema” pelo que se está a passar na cidade, ou seja, no mundo cristão, espezinhando o Sábado e adorando e louvando Deus no dia de Domingo. O que sinal será este? O profeta dá-nos a conhecer que este sinal é: - “E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica” – Ezequiel 20.12. Assim o Sábado será o sinal que fará toda a diferença entre o povo de Deus e os demais. Entre o capítulo 8 e o 9 podemos ver um contraste entre os que adoram o Sol e os que têm o selo de Deus – os que guardam os mandamentos de Deus, tal como se encontram perpetuados na Palavra de Deus – Êxodo 20.1-17. Não acontecerá esta mesma crise no final da história deste planeta? Se examinarmos o livro escrito, precisamente, para este tempo do fim – o Apocalipse – veremos esta mesma tensão – o selo de Deus e a marca da besta – que é, não o Sol, fisicamente falando, mas o dia que o representa – o Domingo – o 1º dia da semana. Ao guardar este dia, o penitente está, não só a desonrar o seu Criador, como também a louvar aquele que criou aquele Dia – o papado – ou seja, tal como diz a Bíblia: - “(…) toda a Terra de maravilhou após a besta” – Apocalipse 13.3
Vejamos ainda os textos vistos anteriormente do profeta Daniel em relação a este tema, ou seja a – “(…). Abominação desoladora”. O contexto é o período da profecia das 70 semanas, o qual começa no ano 457 a.C., passando pelo baptismo de Cristo, no ano 27, pela Sua crucifixão, e atingindo a parte final da última semana destas 70, ou seja, o ano 34, que corresponde à rejeição de Cristo pela nação judaica – “Como também diz em Oseias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada à que não era amada” - Romanos 9.25; Actos 13,46; Gálatas 2.9. E, como resultado desta rejeição, ao se quisermos, fecho da Porta da Graça para este povo, dá-se a destruição de Jerusalém, sob os exércitos romanos, no ano 70 da nossa era. Daniel 9.27 fala desta destruição, muito embora este facto não esteja compreendido no período temporal das 70 semanas que se estendeu de 457 a.C. até 34 d.C.. Aqui foi proclamada a sentença, como também dá a conhecer o cumprimento da mesma. A rejeição do Messias, assim como a de Estevão – Actos 7.54-60 – o 1º mártir cristão; este martírio encheu a taça da paciência de Deus para com a nação judaica. Vejamos o texto: - “(…) e o povo do príncipe que há-de vir, destruirá a cidade e o santuário (…)” – Daniel 9.26. Na frase “o povo do príncipe que há-de vir” – a quem se refere, este “príncipe”? Diz respeito, quanto a nós, ao general romano Tito que, tal como o texto profético o refere, destruirá ambas as coisas – a cidade e o santuário. Finalmente, é dito: - “(…) estão determinadas assolações” – v.26b (sublinhado nosso) e “(…) e sobre a asa das abominações virá o assolador (…)” – v. 27.
Aos exércitos de Tito, a Palavra de Deus chama-lhes a abominação que assola Jerusalém. E qual a razão deste último nome? Em que condições espirituais se encontravam os de Jerusalém? Estes eram, simplesmente, apóstatas. Vejamos Mateus 24.15: - “Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê entenda”. Encontramos aqui a mesma expressão, até porque se trata de uma citação feita por Jesus do mesmo profeta. Vejamos ainda o v. 20 – “E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno, nem no sábado”. Estes dois pormenores – Inverno e Sábado – são muito significativos: a) Inverno – porque as condições climatéricas não são, para o efeito, as melhores; b) Sábado - porque era dia de repouso. Vejamos um outro texto paralelo: - “Mas quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação” – Lucas 21.20. Através destas palavras ficamos a saber que a “abominação assoladora” está directamente ligada aos exércitos de Roma. E por que era uma abominação? O exército romano tinha uma interessante característica. Esta força militar usava estandartes; e na sua extremidade estava uma águia com as asas estendidas e, à sua volta, uma grinalda redonda de cor dourada que representava o deus Sol. Assim, quando estes chegavam ao seu objectivo e circundavam a cidade a conquistar, cravavam no solo estes estandartes, em sinal de que a cidade cairia, no tempo curto, nas suas mãos e que o seu deus – Sol (Mitra) – lhes daria a vitória.
A “abominação” estava representada por estes estandartes”. Porque, depois de serem cravados no solo, estes estandartes que representavam - o deus Mitra, o deus Sol – os soldados romanos conduzidos pelo seu general, ajoelhavam-se diante dos estandartes e lhes prestavam culto. E, ao fazê-lo, estavam a adorar o deus Sol, a quem representavam. Na verdade, “desde o segundo século, o culto oriental penetrou em Roma de duas maneiras diferentes: em privado, através do culto do Sol Invictus Mitra; em público, através do Sol Invictus Heliogábalo (…). O Sol Invictus Heliogábalo, por outro lado, era um culto popular com templos grandiosos. Durante o reinado do jovem Imperador Antonino Heliogábalo (218-222), este torna-se o culto oficial de todo o Império. Portanto, desde o início do segundo século o culto do Sol invictus era dominante em Roma e noutros lugares do Império”.
Perante este cenário, os filhos de Deus recordaram-se das palavras de advertência proferidas anteriormente pelo Mestre – a abominação desoladora (Mateus 24.15) – e que aquele era o sinal para deixarem a cidade na primeira oportunidade. Mas, como fugir, se a cidade está cercada pelas tropas romanas? Na verdade, tudo estava pronto para o assalto final quando, sem qualquer explicação aparente, os exércitos invasores abandonaram o cerco. Poderá a racionalidade humana explicar os desígnios de Deus? Parecer-lhe-ão loucura – I Coríntios 2.14. Diríamos, parafraseando o adágio popular, que: Deus tem razões que a razão desconhece. Da mesma forma, quando isto aconteceu, os cristãos que estavam na cidade, aproveitaram a ocasião para fugir da cidade; nenhum cristão morreu no posterior cerco e destruição de Jerusalém.
Nos nossos dias, que país no mundo tem uma águia como seu símbolo e à volta desta tem uma circunferência – o Sol? Basta olhar para uma nota de um dólar. Será mera coincidência? Nas duas imagens ali representadas, uma de cada lado, convenhamos, que são muito significativas, até pela língua nelas contida – o latim – a língua oficial de Roma Imperial. Por outro lado, além da águia estar circunscrita, tem sobre a sua cabeça um sol. Do mesmo modo, quando este selo, a seu tempo, for usado para selar as leis dominicais, com o objectivo de impor a observância do dia do Sol – o Domingo – é o sinal, a exemplo do passado, de que deverão, os cristãos, abandonar as cidades. Será que esta relação de factos entre o decreto dominical e o êxodo das cidades é uma mera interpretação para que, eventualmente, coincida com uma determinada ideologia religiosa? Como é que a mensageira do Senhor conhecia esta interpretação dos factos? Claro que, não é uma mera opinião pessoal ou sonho, mas cremos que por inspiração divina.

Sem comentários:

Enviar um comentário