segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O QUE É A ESCATOLOGIA?

"Escathos" vem do grego "último". Quando ligado ao estudo da Palavra de Deus, escatologia é o estudo das últimas coisas, dos acontecimentos finais da História humana. A Bíblia é em grande parte um livro de profecias, de predição de eventos futuros, cumpridos e a cumprir-se. Embora uma parte dos estudiosos das Escrituras tenha preferido afastar-se de uma análise acurada das doutrinas escatológicas, a escatologia não é um assunto obscuro, uma disciplina técnica que só pode ser analisada e entendida por um grupo selecto de crentes, possuidores de intelecto capacitado para tal. Escatologia é a revelação de Deus para o homem. É o Criador apontando às suas criaturas que o Seu tempo sobre a terra não é indefinido e que Ele, como Senhor da História, estabeleceu o seu começo e o seu fim. Escatologia é a contínua voz de advertência dos céus alertando a todos que o fim está próximo.
Acreditamos que o propósito de Deus em apontar eventos futuros é duplo. Primeiramente para que a humanidade não esteja apenas "a comer e beber, comprar e a vender, a plantar e a edificar" (Lucas 17.28) como se a vida neste mundo fosse definitiva. Segundo, para que o povo de Deus esteja alerta e não seja "envergonhado por ele na sua vinda" (1 João 2.28). Por diversas vezes Jesus exorta os seus discípulos à vigilância, de modo que estejam preparados para a Sua vinda (Mateus 24.45-51; Marcos 13.33-37) Todavia não podemos incorrer nos mesmos erros do passado, algumas vezes repetido na História da Igreja, de estabelecer datas e prever acontecimentos particulares com a exactidão de um relógio. Devemos ter a humildade de aceitar o facto de que quando lidamos com as predições proféticas não poderemos ser taxativos ou dogamáticos em alguns pontos. É preciso manter uma atenção muito respeitosa em relação à Escritura e guia do Espírito Santo, para não cairmos no erro de cegos pela astúcia do maligno, em vez de estudar a escatologia, façamos futurologia e isto: "Porque em parte conhecemos e em parte profetizamos" (1 Coríntios 13.9), na escatologia deve entrar o conselho do profeta Isaías (Is.28:10) e também um real conhecimento do tempo (História), de outro modo, podemos cair no desejo de mostrar "o nosso conhecimento", e teremos sempre um público ávido da pura especulação. Este público depois de passar o fogo de artifício, vem a desilusão e a noite torna-se escura e a esperança em desapontamento.
Nas profecias escatológicas, temos fundamentalmente advertências de Deus com propósitos muito definidos em avisar e preparar. Levar a uma vida santificada e de prontidão para a Vinda do Senhor: "Mas vós, irmãos, não estais em trevas para que aquele dia vos apanhe como a um ladrão" (1ª Tes. 5.4). Seguramente, nenhuma das doutrinas das Escrituras é de tão grande apelo à santificação como a vinda de Jesus. Diante da iminência desse grande evento e de todas as catástrofes que se abatem sobre a Terra, ser santo não é uma opção, mas uma necessidade vital, por estas razões: "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12.14)

A importância da escatologia nos nossos dias.
Para termos uma ideia clara, basta debruçarmo-nos sobre as páginas das Escrituras, e veremos quantas vezes aparece a expressão “últimos dias” ou “dias vindouros”. Desde o Génesis, onde a expressão aparece no capítulo 49 até aos últimos livros do Novo Testamento, vemos esta expressão ou outra semelhante.Em Génesis 49:1 temos a primeira ocorrência do termo “dias vindouros”, o mais importante conceito na profecia bíblica. (A palavra hebraica para “vindouro” aqui é acharith.) Esta expressão e outras semelhantes são o primeiro passo, para o estudo das profecias bíblicas. De facto, é importante que o termo apareça logo no primeiro livro da Bíblia, uma vez que Deus "anuncia o fim desde o princípio" (Is. 46.10). De um modo geral, a expressão (como também “últimos dias” e “últimos tempos”) refere-se ao período final da história de um grupo particular de pessoas ou nações, quando o propósito anunciado de Deus para eles for consumado.
1) Em Dan.2:28 – 10:14, refere-se ao fim do governo das nações gentias. Daniel é um livro completamente escatológico, lidando com a história das nações e o seu fim. Logo, esta expressão é o próprio centro de sua mensagem.
2) Com mais frequência no V.T., o tempo refere-se à rebelião final de Israel contra Deus (Dt.31:29), acompanhada de um período de grande perturbação (Dt.4:30; Ez.38:16), seguido do seu retorno ao SENHOR (Os.3:5), sendo seguido, por sua vez, pelo estabelecimento em Jerusalém do centro da soberania divina sobre a terra, ao qual as nações do mundo virão para aprender a lei do SENHOR (Mq.4:1). Isto sem dúvida é contemporâneo ao derramamento universal do Espírito Santo predito por Joel (Joel 2:28-29; Actos 2:17).
3) No N.T. a expressão é usada duas vezes para o período da história introduzido pelo advento de Cristo (Hb.1:2; I Pe.1:20).
4) Frequentemente é usada em relação com o fim da era da Igreja; quando com grande intensidade ocorrerá apostasia da fé e a multiplicação da iniquidade, resultando em graves perigos (II Tm.3:1; Tg.5:3; I Pe.1:5; II Pe.3:3).
5) E nosso Senhor usou a expressão; “o último dia” apenas no Evangelho de João, onde se relaciona com a ressurreição (João 6:39,40,44,54; 12:48; cf. 11:24).
6) O tema fundamental da escatologia; são as profecias de Daniel 2; 7,8 e 9. Bem como as profecias de Jesus no que se refere ao “fim de todas as coisas”. E obviamente o livro do Apocalipse. Este livro que significa Revelação, exige uma prudência genuinamente cristã. Uma sujeição total ao Espírito que inspirou este livro através do Seu servo João. Ele está escrito em forma de quiasma, ou seja, o princípio e o fim do livro convergem para o centro do mesmo.
As 7 Igrejas são simultaneamente históricas e proféticas. Os 7 Selos fazem par com as 7 trombetas. Todas estas tem um sentido que aponta para o cumprimento de Daniel 8:14, que se prolonga com o Apocalipse 10: “importa profetizar outra vez.” Culminando com Apocalipse 18:1-4 que se concentra no “sai dela povo meu”. No fim desta proclamação termina o tempo concedido por Deus para a proclamação do Evangelho tal como é dito no mesmo capítulo no versículo 8: “Por isso, num mesmo dia (ano) virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será consumida no fogo; porque forte é o Senhor Deus que a julga”.
As 7 pragas cumprem plenamente o propósito de Deus de retirar a Sua protecção (Fim do Tempo da Graça) que se manteve até ao inicio das mesmas. Quem se manterá de pé? Os que ouviram e aceitaram as 2 últimas trombetas, a 6ª e 7ª, estas relacionam-se com a proclamação do Evangelho Eterno, Obra intercessora de Jesus no Lugar Santíssimo e juízo. As 7 pragas constituem para os ímpios o afastamento total do Espírito de Deus e o assombro pelas coisas que acontecem. Para os salvos Deus está presente à semelhança do que se passou com Jesus na Cruz. Só os que se abrigaram na graça redentora permanecerão firmes contra os mais terríveis ataques de Satanás.
Resumo: As 7 trombetas acontecem antes do fim do tempo de graça. As 7 pragas acontecem depois que o tempo de graça termine.
Não estando atentos a estes períodos e tempos, podemos cair no erro de misturar trombetas com pragas e até de marcar datas, ora este é o propósito do pai da mentira e não de Deus que em Seu Filho alertou: “Quanto, porém, ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu nem o Filho, senão o Pai.” Marcos 13:32.

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