quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A PRIMEIRA MENSAGEM APOCALIPSE - A Lei do Tribunal Celestial

"Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no Céu, e foi vista a arca da aliança no seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada." (Apocalipse 11:19)

A arca do concerto de Deus está no Santo dos santos, ou lugar santíssimo, que é o segundo compartimento do santuário celestial. No ministério do tabernáculo terrestre, que servia como "sombra das coisas celestiais" (Hebreus 8:1-2), este compartimento se abria somente no grande Dia da Expiação, para a purificação do santuário. Portanto, o anúncio de que o templo de Deus se abrira no Céu, e de que fora vista a arca de Seu concerto, indica a abertura do lugar santíssimo do santuário celestial, em 1844, ao entrar Cristo ali para efetuar a obra finalizadora da expiação.

Os que pela fé seguiram seu sumo sacerdote, ao iniciar Ele o ministério no lugar santíssimo, contemplaram a arca de Seu concerto. "Ao estudar o santuário terrestre e fazer o paralelismo com o santuário celestial", chegaram a compreender a mudança operada no ministério do Salvador, e viram que Ele agora oficiava diante da arca de Deus, pleiteando com Seu sangue em favor dos pecadores.

A arca do tabernáculo terrestre continha as duas tábuas de pedra, sobre as quais se achavam inscritos os preceitos da lei de Deus. A arca era mero receptáculo das tábuas da lei, a presença desses preceitos divinos é que lhe dava valor e santidade. Na qualidade de reflexo do caráter de Deus, os Dez Mandamentos são de natureza moral, espiritual, abrangente e contém princípios universais. Eles trazem consigo a distinção singular de serem as únicas palavras que Deus falou audivelmente a toda uma nação. Deus não confiou Sua lei à desatenta mente humana, que facilmente esquece as coisas, mas gravou-a com Seu próprio dedo em tábuas de pedra, de modo que elas pudessem ser preservadas no interior da arca, no tabernáculo.1

A lei de Deus no santuário celeste é o grande original, de que os preceitos inscritos nas tábuas de pedra e, registrados por Moisés no Pentateuco, eram uma transcrição exata. Os que chegaram à compreensão deste ponto importante, foram assim levados a ver o caráter sagrado e imutável da lei divina. Viram, como nunca dantes, a força das palavras do Salvador: "Até que o céu e a Terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei." (Mateus 5:18; Lucas 16:17). A lei de Deus, sendo a revelação de Sua vontade, a transcrição de Seu caráter, deve permanecer para sempre, como uma fiel testemunha no Céu. Nenhum mandamento foi anulado; nenhum jota ou til se mudou. Diz o salmista: "Para sempre, ó Senhor, a Tua palavra permanece no Céu." (Salmos 119:89 cf Êxodo 34:28). São "fiéis, todos os Seus mandamentos. Permanecem firmes para todo o sempre." (Salmos 111:7-9).

Os que aceitaram a luz relativa à mediação de Cristo e à perpetuidade da lei de Deus, compreenderam estas verdades apresentadas no capítulo 14 de Apocalipse. As mensagens deste capítulo constituem uma tríplice advertência, que deve preparar os habitantes da Terra para a segunda vinda do Senhor. O anúncio da primeira, dessas três mensagens diz: "Vinda é a hora do Seu juízo" (Apocalipse 14:7) - aponta para a obra finalizadora do ministério de Cristo para a salvação dos homens. Anuncia uma verdade que deve ser proclamada até que cesse a intercessão do Salvador, e Ele volte à Terra para receber o Seu povo. A obra do juízo que começou em 1844, deve continuar até que os casos de todos estejam decididos, tanto dos vivos como dos mortos; disso se conclui que ela se estenderá até ao final do tempo da graça para a humanidade.

A fim de que os homens possam preparar-se para estar em pé no juízo, a mensagem lhes ordena temer a Deus e dar-Lhe glória, "e adorar Aquele que fez o céu e a Terra, e o mar, e as fontes das águas. O resultado da aceitação destas mensagens é dado nestas palavras: "Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus, e a fé de Jesus." (Apocalipse 14:12 cf Apocalipse 12:17).

A fim de se prepararem para o juízo, é necessário que os homens guardem a lei de Deus. Esta lei será a norma de caráter no juízo. Declara o apóstolo Paulo: "(...) Todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados." (Romanos 2:12-16). O apóstolo Tiago admoesta a Seus irmãos: "Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade." (Tiago 2:12). A fé é essencial a fim de guardar-se a lei de Deus; pois "sem fé é impossível agradar-Lhe; e tudo que não é de fé, é pecado" (Hebreus 11:6; Romanos 14:22-23).
"Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à Lei de Deus, nem pode fazê-lo. Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus." (Romanos 8:5-8).
"A lei é espiritual" (Romanos 7:14). Portanto, somente aqueles que são espirituais e revelam os frutos do Espírito, é que podem obedecer a lei. É o Espírito de Deus que nos fortalece para a obediência. Ao permanecer em Cristo, recebemos o poder necessário para produzir os frutos de Sua glória.2 As leis humanas abrangem apenas atos públicos. Mas os Dez Mandamentos são "ilimitados" (Salmos 119:96-97), alcançando os nossos mais secretos pensamentos, desejos e emoções, tais como o ciúme, inveja, lascívia e ambição. Durante o sermão da Montanha, Jesus enfatizou essa dimensão espiritual da lei, demonstrando que a transgressão começa no coração (Mateus 5:21-22; Mateus 5:27-28; Marcos 7:21-23).

Texto extraído de: WHITE, E. G. Grande Conflito, O; sec. III, cap. 25, p. 433-436; Nisto Cremos. (2003). 7.ª ed., São Paulo: CPB, cap. 18 (A Lei de Deus), p. 310-312.
1. Êxodo 31:18; Êxodo 32:15; Êxodo 34:29; Deuteronômio 10:2; Deuteronômio 5:22; Eclesiastes 12:13-14.
2. João 15:4-5; Gálatas 5:22-23; I João 5:1-5; I João 3:21-24; João 14:12-26 cf II João 1:4-6; Hebreus 10:16-17; Salmos 51:10-12.

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