Daniel 11: 41- “E entrará também na terra gloriosa, e muitos países serão derribados, mas escaparão da sua mão estes: Edom e Moabe e as primícias dos filhos de Amom”.
É referido que o rei do Norte entrará na “terra gloriosa”, ou seja – a Palestina. Para nos certificarmos que assim é, vejamos neste mesmo capítulo, o verso 16: - “O que, pois, há-de vir contra ele fará segundo a sua vontade, e ninguém poderá permanecer diante dele; e estará na terra gloriosa e, por sua mão, se fará destruição”. Aqui faz referência à invasão militar comandada pelo General Pompeu no ano 63 a Israel. Vejamos ainda a mesma expressão: - “Naquele dia levantei a minha mão para eles, para os tirar da terra do Egipto, para uma terra que tinha previsto para eles,
a qual mana leite e mel, e é a glória de todas as terras” – Ezequiel 20.6. Qual é, portanto, a mais gloriosa de todas as terras? A resposta é simples, pois tal como o texto claramente o afirma, é a que “mana leite e mel”, ou seja, “a mais gloriosa de todas as terras” a qual é conhecida pelo nome de Canaã – cf. Êxodo 3.8,17; Números 13.2,25,27 - ou seja, a Palestina.
a qual mana leite e mel, e é a glória de todas as terras” – Ezequiel 20.6. Qual é, portanto, a mais gloriosa de todas as terras? A resposta é simples, pois tal como o texto claramente o afirma, é a que “mana leite e mel”, ou seja, “a mais gloriosa de todas as terras” a qual é conhecida pelo nome de Canaã – cf. Êxodo 3.8,17; Números 13.2,25,27 - ou seja, a Palestina.
Brevíssimo parênteses de explicação: - de seguida o texto diz que “muitos serão derribados”. Aqui, uma breve explicação impõe-se, pois o texto tal como está pode suscitar uma ou outra leitura diferente, Assim, a palavra “países” não se encontra no texto original. Os tradutores a introduziram, aparentemente, para uma melhor compreensão do texto, visto que, no verso anterior menciona que o rei do Norte “(…) entrará nas terras”.
Continuando o texto: - “mas escaparão da sua mão estes: Edom e Moabe e as primícias dos filhos de Amom”. No contexto profético, quando o rei do Norte, à medida que vai conquistando o mundo. Agora, vira-se para o Sul, para a Palestina. Começa o cerco do povo de Deus. Acontece, em simultâneo, na Igreja de Deus – a sacudidura – para que possa ser revelado, finalmente, quem é quem – cf. João 6.66. Aqui são mencionados dois tipos de pessoas que residem na “terra gloriosa, desejável”, ou seja, o povo de Deus e os outros, os que caem sob o poder e fascínio do rei do Norte. Existe, tal como o texto afirma, um grupo que escapará do seu poder, e este é referenciado triplamente: Edom, Moabe e Amom. Quem eram estes? 1º- Edom – que tem como base Esaú – irmão de Jacob – Génesis 25.30; 26.8; 2º- Moabe – filho de Lot – Génesis 19.37; 3º- Amom – filho de Lot - Génesis 19.38; Deuteronómio 2.19.
Os que escaparam são os que estão ligados a Jacob. Neste mundo existem os que ainda não fazem parte da Igreja remanescente, os que não estão na Jerusalém espiritual, mas que são, na verdade, povo de Deus? Claro. E onde todos estes são convidados a ir? À Igreja. Sim, o convite é que saiam de Babilónia e unam-se à Igreja – Apocalipse 18.4. É interessante, neste contexto, recordar o que se passava quando Jerusalém era invadida e cercada pelo inimigo. O que acontecia era que as populações que viviam em redor da cidade fugiam para a segurança dos muros da cidade, para o seu interior. Aqui, neste contexto espiritual, quem não fugisse para Jerusalém, simplesmente, seria aniquilado. A esta acção e desejo de se refugiar, entrar ou não em Jerusalém, profeticamente falando chama-se – sacudidura. Vejamos o que diz a este respeito a mensageira do Senhor: - “Apesar do generalizado declínio da fé e da piedade, há verdadeiros seguidores de Jesus Cristo nestas igrejas. Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não foi testemunhado desde os tempos apostólicos. O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre os Seus filhos. Naquele tempo muitos se separarão das igrejas em que o amor deste mundo suplantou o amor a Deus e a Sua Palavra. Muitos, tanto ministros como leigos, aceitarão alegremente as grandes verdades que Deus providenciou que fossem proclamadas no tempo presente, a fim de preparar um povo para a segunda vinda do Senhor. O inimigo das almas deseja estorvar esta obra; e antes que chegue o tempo para tal movimento, esforçar-se-á por impedi-la, introduzindo uma contrafacção”. Apercebemo-nos, na parte final do texto, da existência de um falso reavivamento do Espírito Santo. O que podemos ver aqui é que, devido à influência do Espírito Santo, muitos engrossarão o povo de Deus. A serva do Senhor menciona que, muitos do povo judeu também se juntarão ao remanescente: - “(…). As faculdades adormecidas do povo judeu devem ser despertadas. (…). Cristo será reconhecido como o Salvador do mundo, ao ver-se quão claramente o Novo Testamento explica o Velho. Muitos dos judeus hão-de, pela fé, aceitar Cristo como seu Redentor”.
Abramos aqui um parêntesis para apresentar aqui algumas citações sobre esta fase – sacudidura:
1- “A prosperidade multiplica a massa dos que professam. A adversidade expurga deles a igreja. Como uma classe, não tem o espírito firme em Deus. Saem de nós, porque não são de nós; pois quando surge tribulação ou perseguição por causa da palavra, muitos se escandalizam. (…). Mas quando as furiosas tempestades da prova e tentação sobrevêm, ai! sua alma naufraga. Os homens podem ter excelentes dons, boas aptidões, qualidades esplêndidas; um defeito, porém, um pecado secreto nutrido, demonstrar-se-á para o carácter o que a prancha carcomida pelo verme é para o navio – completo desastre e ruína!..”.
2- “Quando a lei de Deus for anulada, Sua Igreja será peneirada por provas terríveis, e uma proporção maior do que agora podemos prever, dará ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demónios”.
3- “Perguntei qual o sentido da sacudidura que eu acabava de presenciar e foi-me mostrado que fora causada pelo positivo testemunho motivado pelo conselho da Testemunha fiel, aos laodicenses. Este testemunho terá o seu efeito sobre o coração do que o recebe, levando-a a exaltar a norma e declarar a positiva verdade. Alguns não suportarão esse claro testemunho. Opor-se-lhe-ão e isto causará uma sacudidura entre os filhos de Deus”.
4- “Não está longe o tempo em que virá a prova a cada pessoa. A observância do falso sábado será imposta a todos. A controvérsia será entre os mandamentos de Deus e os mandamentos dos homens. Os que pouco a pouco se têm rendido às exigências mundanas e conformado com hábitos mundanos acabarão por se render aos poderes existentes, em vez de se sujeitarem ao escárnio, ao insulto, às ameaças de prisão e de morte. Nessa altura, o ouro será separado da escória. A verdadeira piedade será claramente distinguida da piedade aparente e fictícia. Muitas estrelas, que temos admirado pelo seu brilho, tornar-se-ão trevas”.
5- “É uma solene declaração que faço à igreja, de que nem um entre vinte dos nomes que se acham registados nos livros da igreja, está preparado para finalizar sua história terrestre, e achar-se-ia tão verdadeiramente sem Deus e sem esperança no mundo, como o pecador comum”.
Na verdade, o que vimos acima, tudo isto constituirá o cumprimento do que encontramos no texto de Daniel 11.41, em que “muitos escaparão da sua mão”. Por outro lado, acerca do outro grupo, daqueles que sairão de Jerusalém espiritual, que abandonarão a Igreja, é dito assim: - “Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas que não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona a sua posição, passando para as fileiras do adversário. Unindo-se ao mundo e participando do seu espírito, chegaram a ver as coisas quase sob a mesma luz; e, em vindo a prova, estão prontos a escolher o lado fácil, popular. Homens de talento e maneiras agradáveis, que se haviam já regozijado na verdade, empregam a sua capacidade de enganar e transviar almas. Tornam-se os piores inimigos dos seus antigos irmãos. Quando os observadores do sábado forem levados perante os tribunais para responder por sua fé, estes apóstatas serão os mais activos agentes de Satanás para os representar falsamente e os acusar e, por meio de falsos boatos e insinuações, incitar os governos contra eles”. Note-se a mesma dinâmica que encontramos em Daniel 11.40, onde o rei do Norte agirá como uma - “tempestade”.
- V.42,43- “E estenderá a sua mão às terras, e a terra do Egipto não escapará. E apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata e de todas as coisas desejáveis do Egipto, e os líbios e os etíopes o seguirão”
À luz deste texto, por onde andará o rei do Norte? Como vimos até aqui, este conquistou as terras ao Norte de Israel. Logo a seguir chegou à “terra gloriosa”. Tudo sucumbiu ao seu poder, à excepção de – Edom, Moabe e Amom – que se refugiaram em Jerusalém espiritual. Agora é dito que chegou a todas as terras, até ao Egipto, Líbia e à Etiópia. Portanto, a todo o mundo conhecido da época. O mesmo será dizer que, para os nossos dias, o mesmo corresponde a todo o mundo – este poder é totalmente vitorioso. Como já dissemos, o que era literal, para os nossos dias, passou a ser uma vez mais, universal, global. Jerusalém é a Igreja, não local, mas mundial. O mesmo acontece com a entidade Babilónia. Esta não pode ser literal, como facilmente se compreenderá, pois jamais seria reconstruída – ela é, simplesmente, simbólica – cf. Isaías 47.1; Jeremias 51.37,64.
- V.44- “Mas os rumores do oriente e do norte o espantarão; e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos”.
Algo se irá passar que espantarão o rei do Norte! Mas, seja lá o que for, sabemos que a razão de ser do seu espanto é oriunda “do oriente e do norte”! Até aqui, como vimos, quem é que escapou das suas mãos? Foram, como sabemos, os representados ou simbolizados por Moabe, Amom e Edom, assim como aqueles que, à partida, Já se encontravam dentro dos muros da Jerusalém espiritual, ou seja, a Igreja espalhada pelo mundo. E o que é que todos estes fazem? Estes proclamam as boas-novas da salvação, acção que, como vimos, tem o nome de Forte/Alto Clamor.
As notícias que chegam do – Oriente e do Norte – correspondem, nem mais nem menos ao Alto/Forte Clamor, o qual apela, convida a todos para que saiam de Babilónia, que recebam o selo de Deus para que, desta forma, possam resistir à marca da besta. Iremos analisar Apocalipse 18 para sabermos qual é a origem desta mensagem. Como já vimos anteriormente os pontos cardeais inerentes a Deus são: - o Norte e o Oriente. Assim sendo, este Alto/Forte Clamor que chama, convida as pessoas a saírem de Babilónia deverá ter origem, exactamente, destes pontos cardeais citados – o Norte e o Oriente. Estes são chamados a sair da grande cidade espiritual – Babilónia – para que se possam refugiar, enquanto é tempo, na cidade de Jerusalém espiritual – a Igreja mundial – para que recebam o selo de Deus. Os selados de Deus, segundo Apocalipse 14.1 estão sobre o monte de Sião, pois também têm, nas suas testas, o nome de Cristo e o do Pai. Daqui convidam todos para que se unam ao exército de Deus. Vejamos então Apocalipse 18.1: - “Depois destas coisas vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder; e a terra foi iluminada com a sua glória”. Eis o Alto/Forte Clamor que vem do Oriente e do Norte.
Vejamos o v. 2: - “E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilónia, e se tornou morada de demónios e coito de todo o espírito imundo, e coito de toda a ave imunda e aborrecível”. Onde é que se encontra Babilónia quando estas notícias começam a ser proclamadas? Segundo a dinâmica do texto – Daniel 11.42,43 – esta encontra-se no Sul! No entanto, há um grupo em Jerusalém que proclama esta mensagem: - “Caiu, caiu a grande Babilónia, (…)”. É um verdadeiro contra-senso! Se conquistou quase todo o mundo, como é que alguém ousará proclamar que – Babilónia/rei do Norte/papado -, caiu?! Perante este cenário de vozes incómodas, só existe uma solução – reduzi-las ao silêncio – já e em força.
Esta mensagem é, sem sombra de dúvida, altamente incómoda, pois ela não se fica só por proclamar, alto e em bom som, que: - “Babilónia caiu” - como também acrescenta que: - “se tornou morada de demónios e coito de todo o espírito imundo, e coito de toda a ave imunda e aborrecível”. Na verdade, Babilónia tinha conquistado todo o mundo: - “porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição; e os reis da terra se prostituíram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância das suas delícias”. Este vinho, “esta taça de veneno que ela oferece ao mundo, representa as falsas doutrinas que aceitou, resultantes da união ilícita com os poderosos da Terra. A amizade mundana corrompe-lhe a fé e, por seu turno, a igreja exerce uma influência corruptora sobre o mundo, ensinando doutrinas que se opõem às mais claras instruções das Sagradas Escrituras”. Estas doutrinas causam furor contra os filhos de Deus porque, biblicamente falando, não podem anular o quanto está a ser proclamado. Anteriormente, o texto bíblico tinha dado a conhecer que: - “(…) os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição” – Apocalipse 17.2. O que acontece quando se experimenta falar da Palavra de Deus a uma pessoa embriagada? Aquele que está diante do que fala, olha, eventualmente para ele, mas não assimila nada! Assim, podemos compreender facilmente a dificuldade que um babilónico tem, expressemo-nos assim, para compreender e aceitar a urgência da mensagem do 3º anjo reproduzida pelo 4º anjo, ou seja, pela Igreja remanescente.
Sim, este está embriagado com o vinho, isto é, as doutrinas das abominações de Babilónia, tais como: - “(…) a imortalidade da alma, o tormento eterno dos ímpios, a negação da pré-existência de Cristo antes do Seu nascimento em Belém, e a defesa e exaltação do primeiro dia da semana acima do santificado e santo dia de Deus. Estes e outros erros congéneres são apresentados ao mundo pelas várias igrejas”. E, entre os “outros erros” poderíamos acrescentar: - que, ao crente, todas as comidas são lícitas, onde não existe mais diferenciação entre o que, aos olhos de Deus “imundo ou não” – cf. Levítico 11.1-10; Deuteronómio 14.1-10; a veneração de imagens de escultura; os mortos – que estão conscientes e que tudo sabem! A salvação pelas obras; a intercessão dos santos, de Maria; a confissão auricular; indulgências; baptismo infantil; o sacerdote poder perdoar pecados; infalibilidade papal, etc. Esta é e será a mensagem final a proclamar a muitos que ainda se encontram em Babilónia espiritual e ao seu remanescente – (v.4)- “E ouvi outra voz do céu que dizia: Sai dela povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas. (5)- Porque já os seus pecados se acumularam até ao céu; e Deus se lembrou das iniquidades dela” – Apocalipse 18.
Como vimos em Daniel 11.44, os rumores vieram do “Oriente e do Norte”. Reparemos que, curiosamente, estes começam da mesma forma. O Alto Clamor – a mensagem que vem do Céu, do Norte – “Caiu, caiu Babilónia” – Apocalipse 14.8; 18.2 - começa com: - (v.1)- “E depois destas coisas vi (…). (5)- E ouvi” – Apocalipse 18. A mensagem oriunda do Oriente – o Selo de Deus – tem, exactamente, o mesmo início: - (v.1)- “E depois destas coisas vi (…). (4)- E ouvi” – Apocalipse 7. Como vimos, estes são os “rumores” mencionados em Daniel 11.44 – visto que ambos têm a mesma origem – Oriente e Norte.
E o que é que lhe outorga o poder para proclamar esta mensagem? É evidente que é o Espírito Santo. Mas será que, este mesmo poder, não pode dar à Igreja remanescente a faculdade de operar milagres? É interessante ter o poder mas, e quanto ao carácter daquele que o detiver? Não será também importante? Claro, pois ambas as coisas – poder e carácter - têm que estar em sintonia. Pois, caso contrário, a glória daqui resultante, para quem seria? Pois, quando os Seus filhos estiverem dispostos a dar toda a glória a Deus, então Ele lhes facultará todo o poder. Vejamos: - (v.1)- “Grande é o Senhor e mui digno de louvor, na cidade do nosso Deus, no seu monte santo. (2)- Formoso de sítio, e alegria de toda a terra é o monte de Sião sobre os lados do norte, a cidade do grande Rei. (3)- Deus é conhecido nos seus palácios por um alto refúgio. (4)- Porque eis que os reis se ajuntaram; eles passaram juntos. (5)- Viram-no, e ficaram maravilhados; ficaram assombrados e se apressaram em fugir. (6)- Tremor ali os tomou, e dores como de parturiente. (7)- Tu quebras as naus de Tarsis com um vento oriental” – Salmo 48. Aqui, é uma vez mais, reiterado que Jerusalém é um refúgio. Mas, para quem? Na verdade, para que é que este servirá se não existir o quanto lhe dá razão de ser – refugiados? E por que é que é necessário um refúgio? Pois, tal como o texto refere: - “Porque eis que os reis se ajuntaram” – v. 4. Os versículos seguintes falam da destruição dos inimigos de Deus que atacam Jerusalém – a cidade de refúgio.
O que se passará quando circularem estas notícias tão alarmantes vindas do Oriente e do Norte? Vejamos, a este propósito, a última parte de Daniel 11.44: - “e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos”. Quando o papado/rei do Norte se aperceber que existe um grupo – em Jerusalém (a Igreja mundial) – que crê e proclamará o que constitui o Alto Clamor do 4º anjo – as diferentes doutrinas – e, em particular, os mandamentos de Deus e, em particular, a imutabilidade do 4º mandamento – o Sábado – como se sentirá este rei do Norte? Na verdade, encher-se-á de cólera, raiva, fúria. E o que tentará fazer, em desespero de causa? Claro, o que será mais óbvio – destruir o povo de Deus – “(…) desarraigar a odiada seita”.338 E qual será a sua estratégia? Este poder conquistou todo o mundo, à excepção de Jerusalém espiritual, onde se encontram não somente os que sempre ali viveram, ou seja, os que sempre foram fiéis, como também aqueles que ouviram o convite e se uniram a Jerusalém. Portanto, todos estão em Jerusalém/Igreja para proclamarem a mensagem de caracteriza o Alto Clamor, convidando toda a criatura para que seja selada com o selo de Deus. A única intenção é aniquilar tudo o que estiver em Jerusalém.
- V.45- “E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte santo e glorioso; mas virá ao seu fim, e não haverá quem o socorra”.
Agora, este poder montará as suas tendas; esta acção não é mais do que nos dar a conhecer o que os reis faziam antigamente com o seu material de campanha; pois, levavam consigo tendas reais, isto é, um pequeno palácio desmontável. De seguida, é dito que este palácio é armado “entre o mar grande e o monte santo e glorioso”. Isto quer dizer que estende o seu palácio entre o Mar Mediterrâneo este “monte santo de Deus”. Como acabámos de ver, anteriormente, uma referência a este último objectivo do rei do Norte - “o monte santo e glorioso”. Mas de que se trata, concretamente? No Salmo 48 é dito que, neste monte santo e glorioso está implantada a – (v.1)- “cidade do nosso Deus, no seu monte santo. (2)- (…) é o monte de Sião sobre os lados do norte, a cidade do grande Rei”. Na verdade, a que cidade se referirá? O texto do evangelista Mateus nos esclarece que: - “(…); nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei” – Mateus 5.35.
Afinal, não há dúvida até onde chega a ambição do rei do Norte – a cidade do grande Rei – Jerusalém. A referência a este lugar e o contexto próximo mostra-nos dois aspectos comuns com o texto do profeta Isaías acerca das pretensões de Satanás que, de certa forma se prende com o do rei do Norte (Daniel 11.45) – “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus; eu exaltarei o meu trono e no monte da congregação eu me assentarei, da banda dos lados do norte” – Isaías 24.13. Aqui está tudo: - 1- A presunção de usurpação (tu dizias no teu coração); 2- Querer reinar (eu exaltarei o meu trono); 3- Querer ser Deus (no monte da congregação eu me assentarei); 4- Habitar em Jerusalém (da banda dos lados do norte).
Na verdade, este - “monte da congregação (Har-mo’ed)” – é um velho e supremo objectivo de Lúcifer, e agora é transposto para o seu acólito rei do Norte – dominar Jerusalém espiritual – e assim governar o Universo. Só que a junção de todos estes elementos – união de reis, conquistas quase plenas – estão em paralelo como que encontramos no livro profético do Apocalipse onde está narrado, precisamente o mesmo contexto, acerca do mesmo propósito – batalhar contra o povo de Deus – ao terem sido congregados os reis da terra para a batalha contra Deus Todo-poderoso, (Apocalipse 16.14), num lugar específico, que mais não é do que a transliteração, para o grego da expressão hebraica (Har-mo’ed), que é – ARMAGEDÔN – (Apocalipse 16.16).
Quando o rio Eufrates, espiritualmente falando, se preparar para inundar o povo de Deus, o que é que Deus faz? Nada mais do que secar estas mesmas águas, e o fará neste mesmo lugar – Apocalipse 16.16. Qual será o significado desta palavra que referencia este lugar: – Har-Magedon? Esta palavra significa: - Har (Monte) –Magedon (corte, abate). E, à luz desta significação, uma pergunta surge à nossa mente: - abate, corte? De quê ou de quem? Na verdade, o que é que o texto de Daniel já nos mostrou até aqui? Este deu-nos a conhecer que, ao rei do Norte ou ao que ele representa: - “virá o seu fim e não haverá quem o ajude” – Daniel 11.45; 8.25.
Este é o mesmo lugar que encontramos mencionado no profeta Ezequiel, chamado: - Vale de Hamom Gogue – Ezequiel 39.11 – ou seja – Vale da multidão de Gogue. Este lugar é o mesmo vale que se encontra descrito no profeta Joel: - (v.2)- “Congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem eles espalharam entre as nações., repartindo a minha terra. (12)- Movam-se as Nações e subam ao vale de Jeosafá; porque ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor” – Joel 3. E, em cada um destes casos, os ímpios encontram o seu fim, a sua exterminação. Este confronto não irá acontecer neste lugar, até porque não existe qualquer monte ou montanha com este nome. O que está em causa não é o local, geograficamente falando, mas sim o confronto de amplitude mundial entre o Bem e o Mal.
A palavra Jeosafá significa: - Jeová julga. O de Amom-Gogue, significa: - multidão de Gogue;340 e, Har-Magedon significa: - Monte de corte, abate. Portanto, os nomes que caracterizam estes lugares indicam, claramente, não tanto que correspondam a um lugar específico, geograficamente falando, mas sim que deverá acontecer o que foi anunciado. O Senhor Deus, perante este cenário de total destruição, protegerá o Seu povo, ou seja, todo aquele que decidiu permanecer no Seu lado.
Grelha comparativa
Como iremos ver, quando comparamos as referências a este rei do Norte – Daniel 11 - com as do chifre pequeno mencionado anteriormente, nas suas diferentes fases – Daniel 2; 7 e 8 - apercebemo-nos de algumas características comuns:
Em função do quanto vimos até aqui e ao colocarmos em evidência estes pontos de contacto nos diferentes capítulos proféticos de Daniel, tal como dissemos acima, trata-se do mesmo poder, só que com nomes diferentes, os quais correspondem às suas diferentes fases históricas - a Igreja - “nas suas pretensões ao divino e os seus comprometimentos políticos”.
Sem comentários:
Enviar um comentário