“E
virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro.”
Apocalipse 1:12
• Antes de ter a visão do Cristo exaltado, ele teve a visão
da igreja. O mundo vê Cristo através da igreja e no meio da igreja. Isso
significa que ninguém verá a Jesus em glória senão por meio da sua igreja aqui
na terra. Você precisa da igreja. Precisa se congregar. O que é a igreja? Ela é
a luz do mundo. Por isso, ele é candeeiro e estrela.
• João vê a igreja em duas figuras: sete estrelas e sete
candeeiros. Tanto a estrela como o candeeiro são luzeiros. Eles devem refletir
luz. A igreja é a luz do mundo. Ela resplandece no mundo. Se uma lâmpada
deixasse de proporcionar luz ela era afastada (2:5). A luz da igreja é
emprestada ou refletida, como a da lua. Se as estrelas têm de brilhar e as
lâmpadas luzir, elas devem permanecer na mão de Cristo e na presença de Cristo.
• Os sete candeeiros são as sete igrejas, mas o que são os
sete anjos (v. 16,20)? Anjos celestes, mensageiros, pastores ou uma figura da própria
igreja? Hendriksen pensa que anjos aqui são os pastores. Mas este livro usa a
palavra "anjos" 67 vezes e em nenhuma delas refere-se a seres
humanos. Assim George Ladd entende que tanto os candeeiros como as estrelas
falam da igreja como luzeiros de Deus no mundo. Cristo está não apenas entre a
igreja, mas a têm em suas próprias mãos. Essas duas figuras, portanto, são um
símbolo incomum para representar o caráter celestial e sobrenatural da igreja,
seja através dos seus membros, seja através dos seus líderes.
2.
João tem a visão
do Noivo na sua glória excelsa –
v. 13-18
Texto: 13 E no meio dos sete castiçais um semelhante ao
Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos
peitos com um cinto de ouro.
14 E a sua cabeça e cabelos eram
brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo;
15 E os seus pés, semelhantes a
latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz
como a voz de muitas águas.
16 E ele tinha na sua destra sete
estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era
como o sol, quando na sua força resplandece.
17 E eu, quando vi, caí a seus pés
como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o
primeiro e o último;
18 E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou
vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.
Apocalipse 1:13-18
• João vê dez características distintas do Noivo da igreja
em sua glória e majestade:
1) As Suas Vestes
(v. 13) – Falam de Cristo como Sacerdote e Rei. Ele nos conduz a Deus e reina
sobre nós.
2) A Sua Cabeça
(v. 14) – Falam da sua divindade, da sua santidade e da sua eternidade.
CONCLUSÃO
3) Os Seus Olhos (v.
14) – Falam da sua omnisciência que a tudo vê e perscruta. Ele é o juiz diante
de quem tudo se desnuda.
4) Os Seus Pés
(y.,1.5) – Isso fala da sua omnipotência para julgar os seus inimigos. Convém
que ele reine até que ponha todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (1 Co
15:23).
5) A Sua Voz (v.
15) – Isso fala do poder irresistível da sua Palavra, do seu julgamento. No seu
juízo desfalecem palavras humanas. A voz de Cristo detém a última palavra e é a
única a ter razão.
6) A Sua Mão (v.
16) – A mão direita é a mão de ação, com a qual age e governa. Isso mostra o
seu cuidado com a igreja. Ninguém pode arrebatar você das mãos de Cristo (Jo
10:28).
7) A Sua Boca (v.
16) – Essa Palavra aqui não é o Evangelho, mas a Palavra do juízo. A única arma
de guerra usada pelo Cristo conquistador no capítulo 19 é a Espada que saía da
sua boca (19:5). Essa é a cena do tribunal, onde é proferida a sentença judicial,
e precisamente sem contestação.
8) O Seu Rosto
(v. 16) – A visão agora não é mais de um Cristo servo, perseguido, preso,
esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de glória. A luz do sol
supera o brilho dos candeeiros.
9) A Sua Perenidade
– O Primeiro e o Último (v. 17) – Ele é o criador, sustentador e consumador de
todas as coisas. Ele cria, controla, julga e plenifica todas as coisas. Cristo
aqui é enaltecido como vitorioso sobre o último inimigo, a morte.
10) A Sua Vitória
Triunfal (v. 18) – João está diante do Cristo da cruz, que venceu a morte.
Ele não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só ressuscitou,
ele venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno. Quem tem as chaves
tem autoridade. Jesus recebeu do Pai toda autoridade no céu e na terra (Mt
28:18). Jesus tem não apenas a chave do céu (3:7), mas também a chave da morte
(túmulo). Agora a morte não pode mais infligir terror, porque Cristo está com
as chaves, podendo abrir os túmulos e levar os mortos à vida eterna.
• Este parágrafo pode ser sintetizado em três aspectos: 1) O que João ouviu (v. 9-11); 2) O que João viu (v.
12-16) e o que João fez (v. 17-18). Os
dois primeiros pontos já foram analisados. Vejamos agora, na conclusão, o
último, o que João fez.
• A reação de João diante da visão do Cristo da glória:
Profundo quebrantamento (v. 18) – "Quando O vi, caí a
seus pés como morto". O mesmo João que debruçara no peito de Jesus, agora
cai aos seus pés como morto. Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is 6:5;
Ez 1:28; Dn 8:17; 10:9,11; Lc 5:8; At 9:3-4) passaram pela mesma experiência ao
contemplarem a glória de Deus. Em nossa carne não podemos ver a Deus, pois ele
habita em luz imarcescível (1 Tm 6:16). É impossível ver a glória do Senhor sem
se prostrar. Ilustração: as pessoas que dizem cair diante da glória de Deus e
se levantam do mesmo jeito.
“E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo
o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.” Apocalipse 1:18
(v. 18) – Jesus toca e fala. A mesma mão que segura (v. 16),
é a mão que toca e restaura (v. 18). O mesmo Jesus que acalmou os discípulos
muitas vezes, dizendo-lhes, não temas, agora diz a João: Não temas. A revelação
da graça de Jesus o põe de pé novamente para cumprir o seu ministério.
José Carlos Costa, pastor
José Carlos Costa, pastor
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