“E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilónia, aquela
grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua
prostituição.” Apocalipse 14:8
Esta série das três profecias mostra o último esforço de
Deus para salvar o ser humano. O capítulo catorze do Apocalipse é, sem dúvida,
um divisor de águas no plano de Deus para o planeta Terra.
A primeira profecia descreve a pregação do evangelho eterno,
que deve ser partilhado com toda a nação, tribo, língua e povo. Ao mesmo tempo
é anunciado que um juízo está em andamento e que a nossa adoração deve ser
somente ao Deus Criador do céu e da terra.
O evangelho apresentado não é um evangelho moderno, mas
eterno; não um tradicionalismo vazio, mas uma verdade de graça redentora; não é
o apelo do profeta ao pecador, mas do glorioso e amante Redentor. Esse é o
desafio que a mensagem do primeiro anjo apresenta.
Este capítulo, em primeiro lugar, ressalta uma mensagem de
misericórdia a um mundo que está à beira do colapso. Já a segunda mensagem
contém uma séria advertência que precisa da nossa atenção. O profeta Joãoviu
que, em seguida à pregação do primeiro anjo, surgiu um segundo anjo com uma
mensagem muito forte e muito difícil de ser pregada.
Qual é o conteúdo da segunda mensagem profética? “Seguiu-se
outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilónia que tem dado a
beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição” (Apocalipse
14:8).
A profecia começa por dizer que seguiu-se outro anjo. O que está
o profeta a querer dizer? A expressão significa que ela segue uma ordem
sequencial. O primeiro anjo apresenta a sua mensagem e em seguida o segundo
também o faz. Seguem uma ordem cronológica, mas elas se interpõem. O primeiro
ainda está pregando a sua mensagem quando surge o segundo. Um não termina para
que o outro comece. A mensagem de ambos continua sendo anunciada ao mesmo
tempo.
Que mensagem traz o segundo anjo? “Caiu, caiu a grande Babilónia”
(Apocalipse 14:8). Um profeta repetia duas ou mais vezes o que estava
anunciando quando se tratava de algo muito importante e, o que o segundo anjo
tem a dizer, na visão do profeta, é extremamente importante. Ele está
anunciando a queda de Babilónia. Mas, que Babilónia? Por que João usou essa
palavra? A cidade de Babilónia estava em ruínas nos dias de João. Então, do que
estava ele falando?
Para entendermos essa profecia, precisamos conhecer um pouco
da cidade de Babilónia. Ela começou lá na época da torre de Babel, com Ninrode,
um bisneto de Noé. “A cidade foi desde o
princípio um emblema da incredulidade ao verdadeiro Deus e um desafio à Sua
vontade (Génesis 11:4-9), e sua torre foi um monumento da apostasia, uma
cidadela de rebelião contra o Senhor” (C.B.A.S.D. vol.7, p. 843).
O profeta Isaías identifica Lúcifer como o príncipe
invisível de Babilónia (Isaías 14:4,12-14). Babilónia esteve sempre contra Deus
e o Seu povo. A cidade era o centro da atuação de Satanás. Enquanto Babilónia
era o palco de Satanás, Jerusalém era o palco da atuação de Deus. Enquanto Babilónia
estabelecia um governo completamente contrário e independente de Deus, em
Jerusalém a forma de governo era Teocrática, ou seja, um sistema de governo
orientado por Deus.
O profeta de Patmos não estava a falar da cidade de Babilónia,
e sim de um poder que teria as mesmas características que Babilónia teve no
passado. Esse poder seria marcado pela confusão e pela rebelião contra Deus e as
Suas verdades. Também agiria independente de Deus e perseguiria e escravizaria
Seu povo.
“Babilónia tem sido
reconhecida literal e simbólica desde há muito como a inimiga tradicional da
verdade e do povo de Deus. Babilónia, como se usa no Apocalipse, simboliza desde
a antiguidade até o fim dos tempos todas as organizações religiosas apóstatas”
(idem).
Essa mensagem começou a ser pregada logo após o anúncio da
mensagem do primeiro anjo. É aplicada às organizações religiosas que se
corromperam com doutrinas estranhas à Palavra de Deus. Ou seja, tem se
embriagado com o vinho do erro, das doutrinas falsas.
A profecia diz ainda que Babilónia – a confusão religiosa –
vai perseguir no futuro o povo remanescente, fiel a Deus e aos princípios
bíblicos. Porém, a Bíblia afirma que esse poder, com características
semelhantes às da antiga Babilónia, vai cair. Assim como caiu Nabucodonosor e
caiu a velha Babilónia.
O grande recado que precisa ser dado ao mundo cristão é que
saia dessa confusão religiosa. No capítulo 18:4 de Apocalipse temos um recado
urgente de Deus: “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus
pecados e para não participardes dos seus flagelos”.
Este apelo de sair de uma religião com mistura ou caldeada
da verdade com o erro é um apelo repetido pelos profetas no A.T, ver Is. 48:20;
Jer. 50:8; 51: 6, 45. Assim como o povo de Deus saíu da antiga Babilónia para
regressar a Jerusalém, da mesma maneira o seu povo hoje é chamado a sair da
Babilónia simbólica para seja
considerado digno de entrar na Nova Jerusalém.
Todos os que são verdadeiros filhos do Senhor ouvem a Sua
voz e obedecem a sua exortação (ver Mat. 7:21-27; cf. João 10:4-5). Esta “voz”
repete a exortação do segundo anjo do Apoc. 14:8. As razões imediatas para este
chamado imperativo são dadas na última parte do verso “não participes dos seus
flagelos”.
Este é o convite de Deus para você. Avalie as suas crenças.
Compare-as com a palavra de Deus. Não seja enganado ou embriagado com o vinho
do erro, das doutrinas equivocadas, dos ensinamentos falsos.
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