quarta-feira, 10 de outubro de 2012

COMPREENDENDO AS TROMBETAS – No Contexto dos Juízos Divinos de Fogo


O símbolo de lançar fogo do altar celestial à terra em Apocalipse 8:5 é desafiante. O simbolismo se repete em Apocalipse 14, onde "saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo" e anunciou que as uvas da terra seriam arrojadas "no grande lagar da ira de Deus" (Apoc. 14:18, 19). Esta conexão com Apocalipse 14 indica que a visão preliminar das trombetas em Apocalipse 8 prevê que todas as trombetas chegam até a segunda vinda de Cristo. Apocalipse 14 mostra que a ira de Deus permanece "fora da cidade" (V. 20), quer dizer, fora do "monte Sião", sobre o qual estão em pé o Cordeiro com os 144.000 selados (v. 1).
Portanto, o fogo do altar celestial não vem como uma destruição indiscriminada, mas sim como um juízo severo para rechaçar os indignos e proteger os fiéis. Tais experiências terríveis por fogo já tinham ocorrido antes, quando Deus fez chover fogo sobre a Sodoma e Gomorra, enquanto que a família de Ló foi vindicada (Gén. 19:24-29), e de novo quando "saiu fogo de diante do Jeová" e consumiu os 250 homens que ofereciam o incenso deixando ilesos os outros israelitas (Núm. 16:35). Também Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sofreram uma dura prova de fogo, durante a qual foram protegidos dentro do forno de fogo ardendo, enquanto que o fogo matou os soldados os arrojaram dentro (Dan. 3:19-23).
O incêndio da cidade de Jerusalém no ano 70 foi uma dura prova de fogo (ver Mat. 22:7), na qual os que rechaçaram a Cristo experimentaram calamidades terríveis enquanto os crentes cristãos escaparam ao castigo (Luc. 21:20-23). Paulo também descreve o juízo final como uma tremenda prova por meio de fogo com respeito à obra de cada um, "pois pelo fogo será revelada; e a obra de cada um qual seja, o fogo a provará" (1 Cor. 3:13). Para os que rechaçam a Cristo, os apóstolos esperavam só um horrendo juízo e um "fervor de fogo que tem que devorar os adversários" (Heb. 10:26-29), porque "nosso Deus é fogo consumidor" (Heb. 12:29; ver também 2 Tes. 1:5-8).
Então podemos entender o ato de arrojar fogo do céu à terra em Apocalipse 8:5 como representando as duras provas enviadas pelo céu que discriminam entre o justo e o malvado. O propósito final destes juízos sucessivos é desqualificar os que quebrantam o pacto e definir os herdeiros legítimos do reino de Deus.
Esta descrição simbólica dos juízos das trombetas toma o motivo do êxodo do Israel e sua viagem pelo deserto rumo à terra prometida. Em particular, os 7 toques de trombeta em Apocalipse 8 e 9 recordam a conquista do Jericó por parte dos israelitas. Então o assunto era: Quais são os herdeiros legítimos da terra prometida? Ellen White explicou que "Deus estava para estabelecer Israel em Canaã, desenvolver entre eles uma nação e governo que fossem uma manifestação de Seu reino na Terra".1
De acordo com o mandato divino, "consumiram com fogo a cidade e tudo o que nela havia" (Jos. 6:24). Mas Raabe e sua família foram perdoados por causa de sua fé no Deus de Israel. Desta maneira, Israel herdou o "reino" de Jericó, enquanto os condenados foram despojados da terra. Da mesma maneira, quando os inimigos de Deus forem derrotados durante as trombetas apocalípticas (Apoc. 8 e 9), a última trombeta anuncia:
"O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos" (Apoc. 11:15).
Esta proclamação triunfante revela o motivo subjacente de toda a série das trombetas: Quem é digno de herdar o reino do mundo? O grito cósmico de vitória significa o cumprimento do reino do Messias de Deus, como é prometido nos salmos messiânicos (por exemplo, os Sal. 2 e 110). Antes que se realize esta meta da história, os "moradores da terra" devem ser primeiro desqualificados pelas repetidas quedas de seus reinos por meio dos terríveis juízos divinos. As trombetas apresentam estes juízos como terríveis provas históricas.
Referencia:
1.Ellen White, Patriarcas e Profetas, p. 492.

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