terça-feira, 29 de abril de 2014

O Fogo Divino e Sua Falsificação

Apocalipse 13:13 afirma que o falso profeta “fez grandes sinais, de maneira que até fogo fazia descer do céu à terra, à vista dos homens”. O que significa isso?

O fogo é um símbolo interessante no livro do Apocalipse. Na maioria das vezes é um símbolo do juízo de Deus contra os ímpios (ver Apoc. 8:5, 14:10), que às vezes preserva os servos de Deus (Apoc. 11:5). Muitas vezes, é associado com a divindade. Por exemplo, João viu no santuário celestial “sete tochas de fogo”, identificadas como um símbolo do Espírito Santo (Apocalipse 4:5). O fogo também está relacionado a Cristo: “Seus olhos eram como chama de fogo” (Apocalipse 1:14, cf. Apoc. 2:18, 19:12); “Suas [pernas] como colunas de fogo” (Apoc. 10:1).

O fogo na Bíblia é um elemento teofânico (Manifestação da divindade). Muitas vezes, quando Deus se manifesta ao homem, Sua presença é comparada ou está associada com o fogo. Possivelmente o exemplo mais importante no Antigo Testamento é a experiência dos israelitas no Monte Sinai: “Todo o Monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo” (Êxodo 19:18). Sua aparência abrasadora indicava Sua presença em um lugar particular enquanto mantinha-se distante e inacessível por causa da Sua santidade.

A expressão “desceu fogo do céu” também é usada em Apocalipse 20:9. Neste caso, o fogo é um instrumento do julgamento divino contra as forças do mal que tentam tomar pela força a Cidade Santa. Esta utilização é diferente da registada em Apocalipse 13:13. O falso profeta fez descer fogo do céu para enganar os habitantes da terra. O incidente de Elias no Monte Carmelo, fornece a base bíblica para este simbolismo.

Os israelitas foram adorar à Baal, e o profeta os confrontou com uma escolha: O Senhor ou Baal. Elias indicou que o verdadeiro Deus iria revelar-se fazendo descer fogo do céu (1 Reis 18:20-39). Baal era incapaz de atender a exigência. Elias orou, o fogo do Senhor caiu do céu, e o povo gritou, “O Senhor é Deus”. O milagre foi uma manifestação clara da presença do Senhor e serviu para identificar o verdadeiro Deus, defronte de um falso.

Apocalipse 13:13 descreve uma tentativa de falsificar a presença de Deus através de atividades miraculosas no sentido de persuadir os moradores da terra de que no conflito cósmico, os poderes do mal representam o verdadeiro Deus. Como resultado dessa falsa teofania, muitos adorarão ao dragão e a besta (versos 4, 12).

A maior e verdadeira teofania a ser testemunhada pela raça humana está prestes a ocorrer. Paulo se refere a ela como “a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tito 2:13). Este evento sem precedentes ocorrerá na segunda vinda do Senhor.

O simbolismo de fazer descer fogo do céu, indica que o falso profeta tentará validar ou autenticar sua pretensa missão divina para o mundo através da realização de milagres. Mas me atreverei, com base nos parágrafos anteriores, a uma interpretação mais específica.

Na descrição do regresso do nosso Salvador no Novo Testamento, o fogo exerce uma importante função teofânica. Aquele que está voltando é o nosso “Deus e Salvador”. Um bom exemplo é encontrado em 2 Tessalonicenses 1:7-8: “…Quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo. …”. Parece-me que, para o apóstolo, o símbolo do fogo que descia do céu, aponta para o glorioso evento da segunda vinda de Cristo. Então, será transparentemente claro para a raça humana e às forças do mal que Cristo é realmente nosso verdadeiro Deus e Salvador.

Se esta proposta for aceita, podemos concluir que Apocalipse 13:13 descreve uma tentativa por parte dos poderes do mal de imitar a segunda vinda de Cristo, a fim de enganar a raça humana. “E não é de admirar”, escreveu Paulo, “pois o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2 Coríntios 11:14).


Deixe-me lembrá-lo de que as forças do mal não tem poder sobre aqueles que pertencem ao Senhor. Elas foram derrotadas por Ele, e Sua vitória é a nossa vitória. Nunca serão capazes de imitar perfeitamente a vinda do Senhor. “Guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos Senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com Ele, chamados eleitos, e fiéis”. (Apoc. 17:14).

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