1º- O ciclo diário – Segundo esta ciência, o dia tem a duração de 24 horas. Este é o tempo que o nosso planeta precisa para dar uma volta completa no seu eixo.
2- O ciclo mensal – A mesma ciência dá-nos a conhecer este se desenvolve, sensivelmente, ao longo de 30 dias, ou seja, este é o tempo que a Lua demora a fazer uma revolução completa em torno da Terra.
3- O ciclo anual – Uma vez mais, a astronomia ensina-nos que este tem a duração de 365 dias + ¼ do dia, ou seja, o tempo resultante da Terra a efectuar uma revolução completa em torno do Sol. Devido ao excedente dos 365 dias é por isso que existe um ano bissexto em cada 4 anos.
4- O ciclo semanal – Este é totalmente diferente dos anteriores. A mesma ciência, curiosamente, acerca deste ciclo é simplesmente – MUDA! De onde teria vindo este ciclo de 7 dias? Pois este poderia ter 5, 10, ou mais dias.163 Mas, porquê 7 dias se não têm qualquer relação com os astros?
A nossa curiosidade é estimulada ao ponto de nos perguntarmos; - afinal, de onde vem este ciclo de 7 dias? Fora do relato bíblico, o silêncio deste é total.164 Ao olharmos para o relato da Criação – Génesis 1 e 2 – como cristãos, será que cremos que Deus poderia ter chamado à existência, caso fosse este o Seu plano, este mundo num só instante? 165 Claro, porque para Ele nada é impossível – cf. Lucas 1.37. Mas Ele decidiu criar este mundo em 7 dias de 24 horas cada um, porquê? Porque é que Ele deu uma e outra voz de comando e no final de cada uma delas deixou passar um espaço de 24 horas? Pensamos que a razão é muito simples, pois era Seu propósito criar um ciclo semanal para a obra-prima das Suas mãos – o homem.
Assim, a semana foi criada exclusivamente para o homem.
Os 10 mandamentos de Deus – Êxodo 20.1.17 - contêm um mandamento – o 4º (v. 8-11) - que é o 7º dia da semana – o Sábado – o qual tem sido ignorado, esquecido e, porque não dizê-lo, espezinhado. Este começa assim: - “Lembra-te (…)” – v. 8. Será, perguntamos, que nos poderemos lembrar do que nunca aconteceu ou existe? Pensamos que não. Assim, ele aparece neste excerto bíblico, desta maneira, para nos mostrar, claramente, que ele já existia muito antes do Monte do Sinai (Êxodo 20). Neste mandamento Deus dá a conhecer, de igual modo, a razão porque mandou guardar este dia – “porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra e o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado e o santificou” – v. 11. Ou seja, porque ele foi instituído na Criação. Assim, para compreendermos totalmente a razão de ser da existência do 4º mandamento teremos que voltar à semana da criação.
No entanto, também há um pormenor que, por vezes, nos escapa, a saber: - Qual a pessoa da santíssima Trindade que se manifestou em Génesis 1? Se lermos o relato do evangelho de S. João ficamos a saber que foi Jesus Cristo, “no Princípio era o Verbo (…) e o Verbo era Deus (…). Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” – João 1.1,3. Este texto é o mesmo que encontramos em Génesis 1.1. Assim, se o texto é o mesmo, o Poder ali descrito é, consequentemente o mesmo; isto quer dizer que este Poder é o Senhor Jesus Cristo. E assim sendo, se na base do Sábado está Jesus Cristo, então o Sábado é uma instituição totalmente cristã e não judia, como vulgarmente se pensa e, gratuitamente, se afirma; até porque nesta altura da Criação não existiam judeus e, muito menos Moisés! E se este não existia, é, de novo, incorrecta a expressão - Lei Mosaica! O ser humano, pobre criatura, arrogou-se no direito de proceder algumas mudanças, bem subtis, no que Deus criou – o tempo. Vejamo-las:
1ª- Biblicamente falando, o dia começa de um pôr-do-sol a outro pôr-do-sol – cf. Levítico 23.32; Marcos 1.32. Na bíblia a parte escura vem antes da parte clara, por esta razão, cada dia, assim é mencionado no relato do Génesis - “e foi a tarde e a manhã, o dia primeiro” – v. 4, e assim sucessivamente. Apesar desta ordem, o ser humano, a sociedade, achou que não devia ser assim e, como tal, contrariamente, ao relato bíblico, o dia, começa após a meia-noite.
2ª- Para cada dia, no relato da Criação, encontramos uma única característica dada pelo Criador para diferenciar os dias – o seu número ordinal – 1º, 2º, 3º, etc. Na Bíblia só existe um dia da semana – o 7º - que tem nome – o Sábado. No entanto, a criatura chamou a si a autoridade de fazer mais uma mudança, atribuir-lhes nomes estranhos - dos planetas -, no final do primeiro século. Assim, “segundo o sistema geocêntrico da astronomia da época, a ordem dos planetas era a seguinte: Saturno (o mais distante), Júpiter, Marte, Sol, Vénus, Mecúrio, Lua (o mais próximo). Mas, na semana planetária, os planetas são atribuídos aos dias segundo a sequência seguinte: Saturno (Sábado), Sol (Domingo), Lua (2ª feira), Marte (3ª feira), Mercúrio (4ª feira), Júpiter (5ª feira) e Vénus (6ª feira). Esta relação poderá ser facilmente constatada noutras línguas. Qual a sua origem? As interpretações variam, pois para uns “é uma interpretação pagã da semana judaica; enquanto que outros a consideram como uma invenção astrológica puramente pagã. Outros ainda sugerem uma amálgama de ingredientes babilónicos, gregos, egípcios e judaicos”.
3ª- O homem irá fazer o impensável – mudar a solenidade do Sábado, biblicamente falando, para o dia comum do Domingo!
Mas, qual a causa desta mudança? Na verdade, a escolha do Domingo não poderá ser vista como a única explicação de um certo anti-semitismo. Na verdade, os cristãos poderiam ter escolhido, para o efeito a Sexta-feira em memória da Paixão de Cristo, mas assim não aconteceu. Uma das razões, se não a principal, reside na influência do culto solar praticado em Roma, tendo como patrono o – dia do Sol. Assim “o culto solar era uma das mais antigas componentes da religião romana. Este culto conhece duas etapas até ao final do primeiro século da nossa era; os Romanos praticavam o que eles chamam
O culto em honra do deus Sol era cada vez mais uma constante e atestado em diversos testemunhos: - 1- “Um calendário da época de Augusto, ano 27 a. C. contém a data de 9 de Agosto com a menção:
Tendo em conta este contexto religioso e político, mais tarde, o Imperador Constantino promulgou no dia 7 de Março de 321, um decreto relativo à observância do Domingo, cujo teor é “Que todos os magistrados e os cidadãos repousem no venerável dia do Sol e que cessem todos os trabalhos. No entanto, os agricultores que trabalham, que o façam livremente e sem receio. Pode acontecer que não haja outro dia favorável para as sementeiras. Caso contrário, arriscamo-nos em deixar passar a ocasião propícia, e assim perder as bênçãos preparadas pelo céu”.
A Igreja irá chamar a si o espírito deste decreto imperial até porque convinha para acentuar a cómoda a diferenciação entre um cristão e de um judeu - a guarda do Sábado. Assim, a este propósito, no Concílio de Laodiceia, em 364, no Cânone 29, foi declarado o seguinte: - “Os cristãos não devem judaizar, ou estar ociosos no Sábado, mas trabalharão nesse dia; o dia do Senhor (Domingo), entretanto, honrarão especialmente e, como Cristãos, não devem, se possível, fazer qualquer trabalho nele. Se, porém, forem achados a judaizar, serão separados de Cristo”. Oferece-nos ainda acrescentar que “a constante repetição do Cânon anti-Sábado de Laodiceia nos concílios medievais mostra a persistência em Sabatizar (Judaizar)”.
Portanto, esta mudança é unicamente humana, político-religiosa devido à união da Igreja com o Estado, tal como fora profeticamente dito em Daniel 2 (amálgama ferro/barro). A resposta? Esta não passará de humana, nada mais, tal como esta: - “(…) não é todo o cristão obrigado a santificar o Domingo e a abster-se, nesse dia, de trabalhos servis? A observância desta lei não ocupa, porventura, o lugar mais proeminente, na ordem dos nossos deveres sagrados? Mas vós podeis ler a Bíblia do Génesis ao Apocalipse (do primeiro ao último livro) e não encontrareis uma só linha que autorize a santificação do Domingo. As Escrituras ordenam a rigorosa observância do Sábado, dia que nós nunca santificamos. (…). Devemos, portanto, concluir que as Escrituras, só em si, não podem constituir um guia suficiente nem uma regra de fé (…)”.Portanto, unicamente se faz ouvir, nada mais que a autoridade da Igreja do bispo de Roma.
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