Para ilustrarmos este princípio, vejamos alguns excertos da Palavra de Deus.
a) Gálatas 3.16
“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua posteridade. Não diz: E às posteridades, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua posteridade, que é Cristo”. Como podemos ver, aqui está dito que Deus fez a Abraão algumas promessas. E quais foram elas? Uma delas é: - “E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção” – Génesis 12.2; uma outra, logo a seguir: - “(…); e em ti serão benditas todas as famílias da terra” – v.3; ou: - “E em tua semente serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz” – Génesis 22.18; e ainda: - “Porque toda esta terra que vês, te hei-de dar a ti, e à tua semente, para sempre” – Génesis 13.15.
Todas estas promessa visavam uma terra, mas qual? Para a cristandade, em geral, esta terra tem que ver com Israel. Mas, a promessa de Deus está muito para além, geograficamente falando desta dita terra de Israel. Não só lhe foi prometido que dele sairia uma grande multidão, como também uma grande bênção sobre Israel. Vejamos o texto Paulino que assim se expressa: - “Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé” – Romanos 4.13. À luz deste texto, qual era a terra que Deus prometeu a Abraão? Tal como ele próprio refere – o mundo. Sim, ele seria, na verdade uma bênção para todas as nações.
Voltemos, de novo, ao texto inicial - a epístola aos Gálatas 3.16 – exposto acima. Sem será, na verdade, a posteridade do patriarca Abraão? Será um qualquer governante actualmente em Israel tenha ele o nome que tiver? Este, apesar de ser natural desta terra, segundo a Palavra de Deus, um judeu que não aceita Cristo não é, de modo algum, um verdadeiro descendente de Abraão. Os verdadeiros descendentes deste patriarca são, única e somente, todos aqueles que se unem a Jesus Cristo. A Igreja – o Israel de Deus (Gálatas 6.16) – está vinculada a Cristo; esta Igreja não é uma Igreja local, mas de âmbito mundial. Na verdade, à luz deste contexto, esta terra é, como facilmente se compreenderá – o mundo. Mais tarde, quando abordarmos o capítulo 11 do livro do profeta Daniel, aqui encontraremos, como não podia deixar de ser, terminologia israelita, a saber: Sião, Jerusalém, Mar Mediterrâneo. Mas, isto não significa que tudo ali descrito se desenrolará num palco local, pela simples razão de que Israel, nos dias de hoje, é, repetimos uma vez mais, de âmbito mundial. Em termos proféticos, estes nomes são meros símbolos, tais como: rei do Norte, rei do Sul, o mar, o monte de Sião.
Retomando o texto de Gálatas 3.16 – “(…). Não diz: E às posteridades, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua posteridade, que é Cristo”. Qual é a única semente de Abraão? Segundo o texto, ela é – Cristo. E quanto a nós, qual será o nosso lugar em tudo isto? Vejamos para um cabal esclarecimento da situação, a continuação do texto Paulino, um pouco mais à frente: - (v. 28)- “Nisto, não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho e fêmea porque todos vós sois um em Cristo Jesus. (29)- E, se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a promessa”. Como foram cumpridas as promessas que, no passado, foram feitas a Abraão e através de quem? Não, certamente, de Isaque, que mais não era do que um símbolo, mas de Cristo, o seu total cumprimento. Alguns pensam que Deus colocou os judeus em Israel em 1948; mas estes, obviamente não crêem nem aceitam Cristo. Assim sendo como é que nestes se poderá cumprir a promessa, segundo a qual, Deus dará a terra a Israel? Um verdadeiro contra-senso.
O estabelecimento da nação, do Estado de Israel não é, de modo algum, o cumprimento de nenhuma profecia. Porque, para que Deus possa, na verdade cumprir a Sua promessa, as profecias, o povo judeu tem que crer e aceitar Cristo. Estas, de modo algum se estão a cumprir com o povo judeu literal, mas sim com os verdadeiros descendentes de Abraão, ou seja, os que se unem a Cristo. Na verdade, quantos de nós somos israelitas? Pelos parâmetros modernos a pergunta não tem qualquer sentido, pois não só não temos características físicas deste povo, como não vivemos em solo israelita. Assim sendo, se os israelitas ou judeus, são espirituais – os membros da Igreja - então, a terra onde estes vivem também deverá ser Jerusalém espiritual, tal como os seus inimigos – de âmbito mundial.
b) Romanos 2.28,29
(v.28)- “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente, na carne. (29)- Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus”. Aqui vemos, uma vez mais reforçada a ideia de que qualquer governante ou cidadão de Israel não é judeu. A Igreja, tal como já dissemos, ao englobar os cristão ela representa na sua totalidade o povo judeu aos olhos de Deus. O que diferencia, segundo as Sagradas Escrituras, um judeu de um outro homem é a circuncisão que, segundo o estipulado na lei, era aplicada na criança no 8º dia 24 após o seu nascimento; esta significava a pertença, “a incorporação no povo de Deus”. Mas, biblicamente falando, ser judeu é ser circunciso de coração, dito por outras palavras – convertido. Mas, convertido a quem? Será que poderá existir uma verdadeira conversão sem que creiamos em Cristo? Poderemos estar convertidos sem O conhecermos? Ou confundimos estar convertidos com estar convencidos? Conhecemos a obra ou o Senhor da obra? A confusão por vezes instala-se e é a desgraça! Pois pensamos que não é possível estarmos convertidos sem O conhecermos verdadeiramente. No episódio com Nicodemos27 Jesus o mostrou claramente: - “(…) todo aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” – João 3.5. E quem é este Espírito Santo? Este é, segundo as Sagradas Escrituras, o r