Tanto quanto possamos deduzir, João deve ter nascido por
volta de 10 d.C., enquanto o grande Augusto - primeiro imperador romano - ainda
ocupava o patrono. À medida que os anos passavam, os arautos imperiais
anunciaram sucessivamente a eleição do imperador Tibério em 14 d.C., do meio
louco Calígula em 37 d.C., do obscuro mas eficiente Cláudio em 41 d.C. e do
infame Nero em 54 d.C.
O imperador Nero, ainda na casa dos vinte anos, ordenou a
decapitação de Paulo. Além do mais, incendiou Roma na tentativa de "limpar
“uma área suficiente para construir um novo e grande palácio. O fogo fugiu ao
controlo e devorou a cidade - noite e dia – até ter danificado gravemente dez
dos catorze distritos de Roma. Centenas de milhares de pessoas perderam as
casas e negócios, ficaram quase fora de si. A fim de pacifica-los, Nero mandou
prender um bom grupo de cristãos como bodes expiatórios, e abriu os seus
jardins particulares à apresentação de um grande "espetáculo"
público. Tácito, historiador romano, conta-nos que Nero "vestiu"
alguns cristãos com peles de animais e depois os "serviu" como
banquete aos cães ferozes. Outros cristãos foram cruxificados ou queimados
vivos, a fim de prover iluminação à noite - como se fosse luminárias de vias
públicas.
Nero morreu em 68 d.C. Antes de findar o ano 69, motins
armados em vários pontos do Império produziram três imperadores transitórios:
Galba, Oto e Vitélio. Um quarto imperador, Vespasiano, realizou excelente
governo durante uma década. Antes de tornar-se imperador, Vespasiano comandou a
Guerra Judaica. Quando faleceu em 79, sucedeu-o seu filho Tito, que tinha
completado a conquista de Jerusalém e era o "mui querido dos
romanos". Em 81, dois anos mais tarde, Domiciano - irmão mais velho de
Tito - chegou ao poder.
O imperador Tito fora atraente, venturoso e bem-sucedido. O
imperador Domiciano era mal-humorado, perdedor nato e inapto. Quando a
sociedade romana o recusou a esse respeito do qual ele não se julgava
merecedor, ele declarou-se a si próprio como divino, exigindo adoração.
Intitulou-se oficialmente como "senhor" e "deus". Poetas
subservientes chegaram a descrever como "sagrados “até mesmo os peixes que
ele comia.
A perseguição promovida por Nero tinha atingido apenas os
cristãos residentes em Roma. A loucura de Domiciano chegou mais longe. Aos
cristãos de muitos lugares foi exigido por Domiciano que oferecessem incenso à
sua estátua.
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